segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

UMA VIAGEM INESQUECÍVEL – QUINTA PARTE


                                      
        À noite fomos ao Pátio Bellavista, na comuna Providencia, bairro boêmio de Santiago. Conhecemos o restaurante temático “Como Água Para Chocolate – Cocina Mágica –Restaurant”. O lugar que é muito freqüentado por brasileiros, foi inspirado no filme mexicano, do mesmo nome, produzido no ano de 1992. Seus pratos, bastante sofisticados, são preparados com ingredientes tidos com afrodisíacos, tais como: alcachofra, alho, tomate, chocolate e abacate, que fazem parte da culinária regional. Este último, companheiro inseparável de toda e qualquer salada, servida nos restaurantes chilenos.
                              Restaurant Como Água Para Chocolate

        No dia três de novembro, sábado, fomos conhecer Valparaíso, cidade que em 2003 teve sua área histórica declarada pela UNESCO, como Patrimônio Cultural da Humanidade.

           A cidade, composta por 42 morros e colinas que se debruçam em direção ao mar, tem uma grande parte de suas residências literalmente “penduradas nos morros”. Pela sua posição geográfica, lembra as favelas localizadas nos morros do Rio de Janeiro.

        Visitamos a casa do poeta Pablo Neruda, pseudônimo de Neftalí Ricardo Reyes Basoalto  – La Sebastiana (1904-1973), Premio Nobel em Literatura 1971. A residência recebeu esse nome por ter sido construída pelo engenheiro espanhol Sebastián Collado, que morreu antes de término da construção.        

Permaneceu abandonada por 10 anos até que foi descoberta por Neruda, que adquiriu a propriedade e após a conclusão da obra, residiu por alguns anos concomitantemente com a “La Chascona”, sua outra residência em Santiago. O nome “La Chascona” foi dado por ele em homenagem a Matilde Urrutia, seu amor secreto, que se tornaria sua terceira esposa, devido aos seus cabelos vermelhos e abundantes.

        Conhecemos o porto de Valparaiso, o maior e mais importante do Chile, de onde se destina a maior parte das exportações chilena. Depois seguimos para Viñha Del Mar, cidade litorânea localizada na mesma região de Valparaiso, considerada a capital turística do Chile.
       
        A Baía de Valparaíso a princípio habitada pelos changos, indígenas que se notabilizaram como exímios pescadores. A região foi batizada pelos espanhóis Diego de Almargo e Don Juan de Saavedra em 1536. No inicio do século XX, a cidade se converteu em um dos mais belos balneários do país. As areias são escuras e as águas gélidas. Dificilmente vemos algum destemido banhista que se aventura naquelas águas, com temperatura em torne de um grau centígrado
      
     Almoçamos no restaurante Delírio, onde fomos contemplados com a apresentação de um grupo musical itinerante, uma espécie de mariachis mexicanos. Vestidos a caráter, se apresentavam nos restaurantes da orla. Não resisti ao convite de um dos componentes e incorporei-me ao grupo, naquela de, não sou daqui e nem vim pra ficar, aceitei o instrumento que me ofereceu, uma espécie de banjo, e soltei a voz cantando com o grupo, o clássico Cielito Lindo. Fomos muito aplaudidos, porém recusei-me a receber cachê.

   
       À noite fomos jantar no Restaurante Giratório, o mais famoso de Santiago. Por recomendação do hotel havíamos feito reserva no dia anterior, condição sine qua non para se desfrutar daquele espaço bonito e sofisticado. Subimos até a cobertura do edifício onde se localiza o restaurante e fomos atendidos por uma simpática chilena, que após nos dar boas vindas, nos presenteou com a única notícia que certamente não queríamos ouvir: o restaurante esta funcionando normalmente, porém o mecanismo responsável pelo movimento giratório, quebrou-se no início da tarde. Sem acreditar no que acabava de ouvir, mas já conformado com mais uma das nossas costumeiras falta de sorte, perguntei de chofre: señhora, qual foi a última vez que esse mecanismo apresentou defeito? E ela, um tanto sem jeito, respondeu: a última vez foi em 2004, portanto faz oito anos!     
        
          Não nos deixamos abater pela má notícia, era apenas mais uma das tantas que já havíamos encarado, e optamos por jantar assim mesmo. O ambiente bonito e acolhedor, propicia ao visitante, principalmente à noite, uma visão da cidade de Santiago verdadeiramente deslumbrante. A culinária e o serviço prestado, sem defeitos. Para animar os amigos e fazê-los sentir-se mais conformados, atalhei: Quem sabe se não foi melhor assim? Talvez se o mecanismo tivesse funcionando, ficássemos nauseados! Certamente, ninguém acreditou. Mas pelo menos, tentei.  


-continua na próxima sexta-feira-
       











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