sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

O Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte.


         O ano de 2014 está por ser encerrando. Para nós que compomos a diretoria do Instituto Histórico e Geográfico do RN, consideramos que esse foi um ano bastante profícuo em virtude da realização de inúmeras obras que foram projetadas para este exercício.

         Infelizmente, não conseguimos realizar todos os serviços e aquisições que pretendíamos, simplesmente porque os recursos que estavam destinados para nossa Instituição, através de emendas parlamentares estadual e federal, apenas 20% do montante, ou seja, R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) foram efetivamente liberados em duas parcelas de R$ 100.000,00 (cem mil reais).

         Com pouco dinheiro para realizar tantos sonhos, fomos obrigados a eleger prioridades. Arregaçamos as mangas e partirmos para a luta. Iniciamos com a mudança do piso do auditório que havia afundado e estava com vários de seus ladrilhos danificados em virtude do desnivelamento, como também de inúmeras camadas de cola utilizadas quando das substituições do carpete, material impróprio para o local, mas que disfarçava e escondia a situação precária do piso. O mesmo fato ocorreu com hall de entrada, como também em outras duas salas do imóvel onde foi utilizado paviflex, um revestimento sintético,  para cobrir os ladrilhos danificados.
         Tanto no hall de entrada, como no Salão Nobre, foi colocado um piso de madeira que alterna peças de ipê e amarelo cetim, numa paginação de excelente bom gosto, idealizado pela arquiteta Alenuska Lucena. Parte do piso do referido Salão, composto por ladrilhos hidráulicos Palatinik (não original), ali colocados por volta dos anos 50, está exposto em um quadro de 1,50x1,0 metros, na parede do Instituto com acesso pelo Largo Vicente de Lemos. Quanto ao hall de entrada, a exposição dos ladrilhos ali existentes foram assentados no centro do hall numa área de 1,60x1,60, usando-se a mesma paginação e o mesmo tipo de madeira.

         No Salão Nobre colocamos cortinas novas em três paredes e recuperamos os móveis existentes, birôs, púlpito, consolos, estantes e seis cadeiras que compunham a mesa diretora, algumas delas já fazendo parte de material sem serventia, e sem qualquer condições de uso. Quanto às seis cadeiras já referidas, a recuperação foi elaborada por profissional de comprovada competência, inclusive, fazendo devolver às centenárias cadeiras, o mesmo material com que havia sido confeccionado, ou seja, assento e encosto de couro animal.


        Adquirimos 80 poltronas acolchoadas e escamoteadas, próprias para auditório, sendo 10 para canhotos e cinco para obesos, de acordo com a legislação vigente.

        No prédio principal recuperamos o telhado e o sistema de drenagem de água de chuvas que vinha causando infiltrações. Recuperamos, também, o sistema elétrico, hidráulico e hidrossanitário. Refizemos todo o lavabo com mudança do piso, revestimento das paredes, mudança das peças sanitárias, ferragens iluminação e porta. Pintura total do prédio principal inclusive portas, janelas e grades externas. Recuperação de inúmeras janelas e portais danificados pela ação dos cupins. Colocação de três conjuntos de portas duplas de vidros com molas automáticas para dar condição de climatização ao auditório, salas de pesquisas, e hall de entrada. Instalação de dois aparelhos de ar condicionado com capacidade de 60 e 50 mil BTUs respectivamente, estes doados pelo SEBRAE, na pessoa do seu presidente José Ferreira de Melo, e adquirimos mais outro aparelho splint que foi instalado na antiga sala da presidência, que sofreu reforma para ser utilizada por estagiários, inicialmente para a catalogação do acervo e posterior digitalização.

         Adquirimos e instalamos dois sistemas de segurança com 11 câmaras, sendo sete no prédio principal e quatro no prédio anexo (Memorial Oriano de Almeida), local de trabalho da Diretoria, com monitoramento à distância, e mais 25 sensores de presença, distribuídos nos dois prédios e no Largo Vicente de Lemos.

        Instalamos um sistema de irrigação automatizado para os jardins localizados no referido Largo. Tanto os jardins como a iluminação natalina foram elaborados pela Prefeitura Municipal do Natal, através da SENSUR, por solicitação ao secretário Ranieri Barbosa, inegavelmente um grande parceiro, sempre se mostrando sensível às nossas reivindicações.
  
       Com a SEMOB, através de sua titular, Dra. Elequicina Santos, a demarcação de espaço em frente ao prédio principal, para embarque e desembarque de pessoas que visitantes e pesquisam o acervo do IHGRN, evitando-se, assim, acidentes indesejáveis.

Recentemente ocorreu o coroamento do nosso esforço quando no último dia 10 de dezembro, os jardins do Largo Vicente de Lemos, em bonita noite de festa, recebeu autoridades e amigos do confrade e secretário geral do IHGRN, escritor Carlos Roberto de Miranda Gomes, que autografou centenas de livros de sua autoria denominado “O MENINO DO POEMA DE CONCRETO”. Este livro foi escrito em homenagem ao seu irmão mais velho, o consagrado arquiteto e urbanista Moacyr Gomes da Costa, consolidando, assim, a utilização do espaço totalmente recuperado, sendo considerado pelos presentes como um dos melhores e mais bonitos da cidade para eventos dessa natureza.

         A liberação do restante das verbas que foram destinadas no valor de R$ 230.000,00 (duzentos e trinta mil reais), dependiam, apenas, de autorização governamental, o que não ocorreu. Aliás, isso é rotineiro, quando está em evidência a valorização da cultura, fato que é comum aos governantes em todos os níveis administrativos, com raríssimas exceções.
         Esses recursos serviriam, ainda, para a construção de outro lavabo destinado a pessoas do sexo feminino, já que a legislação vigente exige que em prédios públicos sejam dotados de lavabos para ambos os sexos. Além disso, havia necessidade da recuperação do piso de duas salas atualmente cobertas com paviflex, como também da aquisição de diversos materiais necessários ao bom funcionamento da Instituição.

         O acervo, razão maior da existência do IHGRN, continua em péssimo estado de conservação. Grande parte do material, de inestimável valor histórico, pela falta de manutenção e de acondicionamento, já está em fase de degradação, e alguns, infelizmente irrecuperáveis. Até o momento não foi possível organizar de forma adequada o referido acervo. A digitalização, única maneira de salvar o que ainda é possível, juntamente com a recuperação e restauração de documento e obras, alguns raras, carece de recursos. Não poderemos pensar em digitalização do acervo, sem a aquisição de no mínimo três scannres. O nosso projeto de emenda parlamentar federal estipulada no valor de R$ 550.000,00 (quinhentos e cinquenta mil reais) contempla os referidos scanners, ao custo total de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais). O restante se destinaria à aquisição de estantes deslizantes, próprias para acondicionar, com dignidade, o valioso acervo, pois na Instituição há carência de espaço. Atualmente, a maior parte do acervo se encontra entulhado em estantes inadequadas ou em cima de cadeiras velhas encostadas nas paredes. 

         Até quando os poderes constituídos e a sociedade vai permitir que a “Casa da Memória” continue com seu acervo nessa vergonhosa situação de penúria? Já provamos que podemos e sabemos administrar essa secular Instituição. O valor que conseguimos liberar para realizar todas as obras aqui descritas, parcos duzentos mil reais, foram arrancados quase a fórceps e de forma fatiada.


        Por fim, registramos nossos agradecimentos a todos aqueles que de maneira desprendida e altaneira, nos ajudaram com doações de equipamentos e, principalmente, com palavras de incentivo. Aos derrotistas e aos que se escondem atrás de denúncias anônimas, aos oportunistas que julgam sem conhecimento de causa e aos que apostam no insucesso, também agradecemos, pois, essas atitudes mesquinhas impulsionaram a Diretoria a cumprir a nobre missão, de forma prazerosa e voluntária.