segunda-feira, 26 de setembro de 2016

INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RN É IMPEDIDO PELO IPHAN DE REALIZAR OBRAS PARA MELHOR ACONDICIONAR O SEU ACERVO



LINK PARA ASSISTIR A MATÉRIA:   https://www.youtube.com/watch?v=RmRGUENJmHc


DIRETORIA DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RN TENTA DE TODAS AS MANEIRAS LIBERAR AS OBRAS EMBARGADAS PELO IPHAN NO SALÃO ONDE DEVERÁ SER INSTALADAS MODERNAS ESTANTES DESLIZANTES PARA MELHOR ACONDICIONAS O ACERVO COMPOSTO POR MAIS DE 50.000 TÍTULOS QUE REMONTA TRÊS SÉCULOS DE HISTÓRIA, INICIANDO NO PERÍODO COLONIAL PASSANDO PELO PERÍODO IMPERIAL E O REPUBLICANO. A INSENSIBILIDADE DO ÓRGÃO FEDERAL TEM CAUSADO GRANDE PREJUÍZO AOS PESQUISADORES E A POPULAÇÃO EM GERAL, QUE COSTUMAVA RECORRER A ESSE PRECIOSO ACERVO PARA ESTUDOS E PESQUISAS.








quinta-feira, 22 de setembro de 2016

HOJE 22 DE SETEMBRO DE 2016 NO JORNAL "TRIBUNA 

DO NORTE", GRANDE MATÉRIA SOBRE O EMBARGO DO 

IPHAN-INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E 

ARTÍSTICO NACIONALNAS OBRAS DE MELHORIA NAS 

INSTALAÇÕES DO ACERVO DO 

IHGRN- INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RN. 




terça-feira, 19 de julho de 2016

LANÇAMENTO DE LIVRO -


NO PRÓXIMO DIA 4 DE AGOSTO, QUINTA FEIRA, NA SEDE DA ACADEMIA NORTE-RIOGRANDENSE DE LETRAS, LOCALIZADA À RUA MIPIBU Nº 443 – TIRAL – NATAL/RN, ESTAREI LANÇANDO O LIVRO "A PRAIA DA PIPA DO TEMPO DOS MEUS AVÓS" SEGUNDA EDIÇÃO AUMENTADA. SÃO 472 PÁGINAS E 710 FOTOS E ILUSTRAÇÕES COLORIDAS. O LIVRO FOI IMPRESSO EM PAPEL CUCHÊ, COSTURADO E TEM CAPA DURA. O ILUSTRADOR É O ARTISTA PLÁSTICO LEVI BULHÕES. AS FOTOS DA CAPA, DE PAISAGENS (PIPA NO SÉCULO XXI) E FOTOS DE FLORES SÃO DE GUSTAVO MITILENE E AS FOTOS DOS GOLFINHOS DE MELISSA CARSELLER.
GOSTARIA DE CONTAR COM SUA HONROSA PRESENÇA.



terça-feira, 31 de maio de 2016

VISITA A CÂMARA MUNICIPAL DE NATAL


Visita do Presidente do IHGRN Ormuz Barbalho Simonetti e o primeiro secretário Odúlio Botelho de Medeiros em visita ao Gabinete da vereadora Eleika Bezerra. Na ocasião foi entregue a ilustre vereadora, dois ofícios encaminhados pelo IHGRN.  O primeiro solicita o retorno dos nomes primitivos dos seguintes logradouros: Praça Cívica para PRAÇA PEDRO VELHO; Parque das Dunas Jornalista Luiz Maria Alves para BOQUE DOS NAMORADOS e Cidade da Criança para LAGOA MANOEL FELIPE. O segundo ofício solicita que se crie um dispositivo na Lei Orgânica do Município, que impeça a mudança dos nomes primitivos das ruas, avenidas e logradouros e que a partir da aprovação do dispositivo, a denominação desses espaços públicos seja submetido à apreciação de uma comissão formada por membros do IHGRN e do Conselho de Cultura do Estado do RN.

quarta-feira, 25 de maio de 2016

OS 150 ANOS DA BATALHA DE TUIUTI.


HOMENAGEM DA CÂMARA MUNICIPAL DE NATAL PELOS 150 ANOS DA BATALHA DE TUIUTI. DIPLOMA RECEBIDO POR TER CONTRIBUÍDO COM DEPOIMENTO SOBRE O EVENTO.







A Batalha de Tuiuti foi um evento militar ocorrido durante a Guerra do Paraguai que teve o enfrentamento das tropas do General Solono Lopes com a chamada Tríplice Aliança, resultado da união dos exércitos do Brasil, Uruguai e Argentina. A guerra do Paraguai durou exatamente seis anos de 1864 a 1870, e termina com a morte de ditador General Solono López.
A guerra foi provocada pelo General Solono López que queria conquistar terras ao longo da Bacia do Prata. Teve inicio com o aprisionamento de um navio brasileiro o paquete “Marques de Olinda” em 11 de novembro de 1864 pelos paraguaios que navegava nas águas do Rio Paraguai transportando que na ocasião transportava o presidente da província de Mato Grasso Frederico Carneiro de Campos.
A Batalha de Tuiuti, recebeu esse nome por ter sido travada nos pântanos que circundavam o Lago Tuiuti em território paraguaio. Durou apenas seis horas e foi reputada como a mais sangrenta batalha já travada na América do Sul. Teve inicio às 11 horas do dia 24 de maio de 1864 e termina por volta das 17 horas. Envolveu um efetivo de 50.000 homens de ambos os lados e provocou em torno de 13.000 baixas entre mortos e feridos.    
O inglês George Tompson, que lutou como oficial no exército paraguaio, em seu testemunho disse que o General Solono Lopes confiava numa esmagadora vitória de seus exércitos. Com isso iria empurrar os inimigos em direção ao Rio Paraná, o que definiria sua vitória, muito embora seus oficiais não confiassem nessa possibilidade, principalmente por ser o inimigo muito mais numeroso.
A batalha teve início por volta das 11 horas da manhã tendo durado até as 17 horas. A princípio os exércitos aliados passaram por enormes dificuldades principalmente pela surpresa do ataque seguindo-se a desorganização das companhias, principalmente pela ausência do General argentino Bartolomeu Mitre, então comandante em chefe das tropas aliadas.
Com a continuidade da batalha surge entre as tropas brasileiras a figura do General Osório que tomou as rédeas da situação e conduziu as tropas sob seu comando. O Paraguai atacou inicialmente o exército uruguaio com 5000 soldados e os exércitos brasileiro e argentino com mais duas alas com cerca de 9000 homens cada ala. As tropas paraguaias eram comandadas pelos coronéis Maracó, Rojas, Dias e Barrios.

Uma divisão dos paraguaios composta com 5.000 homens atacaram as tropas uruguaias comandadas pelo General Venâncio Flores então presidente do país. Após dizimarem três batalhões uruguaios, partiram para atacar o exército argentino que já se encontrava sob o comando do General Bartolomeu Mitre.
Quando chegou a vez de se confrontar com o exército brasileiro comandado pelo tenente coronel Emílio Luís Mallet, comandante do  1° Regimento de Artilharia a Cavalo, a poderosa cavalaria paraguaia chegou a ficar a apenas 50 metros das tropas brasileiras. Porém, não conseguiram avançar em virtude de um fosso que o coronel Mallet mandara cavar, única maneira de barrar a temida cavalaria cabocla.
Não conseguindo avançar em virtude do fosso aberto, foi então rechaçada pelo pesado fogo da artilharia brasileira, que resultou um enorme número de baixas na cavalaria cabocla.
Quando a cavalaria paraguaia se aproximava do exército brasileiro um dos saldados disse apavorado a um alferes: “Saiba, vossa senhoria, senhor alferes, que o mato está se avermelhando de caboclos", é que o uniforme dos soldados era vermelho.
A batalha termina com a vitória dos aliados. Estima-se que o Paraguai perdeu nessa batalha mais de 6.000 homens entre soldados e oficiais. Entre feridos e aprisionados contava-se mais de 1.000 indivíduos. Unidades como o 40° Batalhão de Infantaria Uruguaio foi totalmente dizimado.
Os aliados também tiveram suas perdas, em torno de 4.000 homens. O exército brasileiro perdeu cerca de 725 combatentes e 2.300 ficaram feridos.
O presidente Solono Lopes refugia-se e entrincheirado nas  Fortalezas de Curupaiti e de Humaitá e morre em 1870, pondo fim a guerra do Paraguai.
Por mais de quarenta anos após a Guerra do Paraguai a batalha de Tuiuti ficou sendo a principal comemoração militar brasileira, com destaque para o general Manoel Luiz Osório como principal herói, e comandante das nossas tropas.  Por seus feitos, foi condecorado pelo Regente D. Pedro II com Marquês de Herval. Embora tenha culminado com a vitória dos aliados, essa batalha ficou também conhecida como a mais sangrenta batalha travada na América do Sul.

Três norte-rio-grandenses participaram da batalha do Tuiuti. CLAUDINO CÂNDIDO DE VASCONCELLOS MONTEIRO; FIRMINO JOSÉ DÓRIA, embora não tendo nascido no Rio Grande do Norte, aqui residiu por mais de 10 anos, tendo inclusive sido deputado provincial no biênio 1860/1861 e atuou como cirurgião do serviço de saúde do Exército o cearamirinense FELIPE BEZERRA CAVALCANTI.
Ormuz Simonetti
          Presidente do IHGRN

 

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quarta-feira, 13 de abril de 2016

CHÁ DAS 5 DO CONCELHO DE CULTURA DO RN - NA ACADEMIA DE LETRAS DO RN

Iaperi Araújo - Presidente (de costas), Isaura Rosado, Eulália Barros, Ormuz Simonetti, Sonia Faustino, Jurandy Navarro e Paulo de Tasso Correia.  

quarta-feira, 30 de março de 2016

DISCURSO DE POSSE NO IHGRN – 2016/2019-


                                                               “A memória guardará o que vale a pena. A memória sabe de mim mais do que eu; e ela não perde o que merece ser salvo (...)”

                                                             (Eduardo Galeano, escritor uruguaio, falecido em 14 ABRIL DE 2015)

Na importância deste dia, afloram, inevitavelmente, emoções represadas em minha vida. Comparo ao dia no qual assumi, os quadros funcionais do Banco do Brasil, em São Paulo, Capital, no distante ano de 1972, o meu primeiro emprego.   

Naquele inesquecível instante, tive a exata dimensão das grandes responsabilidades que teria pela frente. Primeiro, de estar iniciando minha vida profissional, em uma cidade grande, enfrentando sozinho, todos os problemas que certamente viriam com aquelas mudanças. E, para minha surpresa, elas chegaram bem mais cedo do que eu esperava.
        
Poucos dias após ter assumido, fui surpreendido com a notícia do repentino falecimento de meu pai. Naquele momento de incertezas e grande fragilidade, perdia abruptamente meu referencial de vida, meu esteio, meu chão.

Para meu pai, aquele momento seria a sua grande felicidade, como anteriormente havia proclamado: com você não me preocupo mais. Sua vida está resolvida.
        
Pois bem, é com esse espírito de grandes desafios que assumo hoje, juntamente com uma equipe de abnegados e valorosos colaboradores, 44 anos após aquele fatídico episódio, a grande responsabilidade de conduzir, por um período de três anos, o destino da mais antiga Instituição cultural do nosso Estado, e por que não dizer, uma das mais antigas e respeitadas do nosso país denominada de CASA DA MEMÓRIA, na feliz inspiração do mestre/confrade Luís da Câmara Cascudo.
      
Apesar de ser sócio efetivo desta Casa há vários anos, passei a frequentá-la com mais assiduidade, após o falecimento do seu antigo presidente Enéliode Lima Petrovich, que a presidiu pelo longevo período de 48 anos ininterruptos, e a assunção do vice presidente Jurandyr Navarro, que chegou à presidência da Instituição por força do Estatuto, na condição de vice-presidente. Porem deixou bem claro, desde o início, que iria concluir apenas aquele mandato.

Para isso, teve que renunciar à presidência da Academia de Letras Jurídicas do Rio Grande do Norte - ALEJURN, órgão que idealizou e ajudou a fundar com um grupo de colegas, no dia 8 de dezembro de 2008.
        
Pela mesma contingência, o confrade e amigo Odúlio Botelho assumia a presidência da ALEJURN, e passamos a frequentar esta Casa, quase que diariamente, com o objetivo de, discretamente, ajudar o presidente Jurandyr, naqueles momentos de importantes dificuldades que passava a Instituição.
      
  
Nesse curto e profícuo período de gestão, o presidente Jurandyr Navarro, por quem tenho especial admiração, promoveu importantes reformas, entre elas, a que modificou o estatuto vigente, que datava de 1927, adaptando-o ao atual Código Civil. Para isso, nomeou uma comissão compostas de três sócios efetivos, presidida pelo jurista e confrade Dr. Carlos Roberto de Miranda Gomes, tendo como seus auxiliares nessa honrosa missão os confrades, Ormuz Barbalho Simonetti e João Felipe Trindade. Consagrado no dia 2 de maio de 2012, após dois meses de estudos e discussões, através de uma Assembleia Geral, foi aprovado por unânimidade, com as alterações propostas e já adaptado ao novo Código Civil. Em 10 de setembro do mesmo ano, recebeu registro no 2º Ofício de Notas desta Capital.
         
Em uma das muitas conversas que tivemos com o presidente Jurandyr, ele confidenciou-me suas preocupações quanto à sucessão. Como não tinha pretensões de concorrer nas eleições que já se aproximavam, mostrou-se bastante preocupado quanto ao destino desta Augusta Casa, pois apesar de ter convidado vários confrades para esse mister, não tivera êxito em convencer nenhum deles na difícil missão de substituí-lo na condução da CASA DA MEMÓRIA.
     
  
Tal preocupação nos levou a reunir alguns sócios do Instituto Norte-rio-grandense de Genealogia, instituição que idealizamos e ajudamos a sua fundação no ano da graça de 2009 e naquela ocasião era seu presidente, para discutir esse importante assunto que também nos preocupava enquanto cidadãos e principalmente sócios efetivos.
       
Após algumas reuniões no escritório do Dr. Carlos Gomes, chamamos a responsabilidade para nós e decidimos que formaríamos uma chapa para concorrer na próxima eleição, para que aquela respeitada Instituição Cultural não caísse em mãos de quem não tivesse realmente compromisso de superar a situação difícil em que se encontrava.

Com a concordância dos confrades convidados, e a promessa de todos que trabalharíamos incessantemente para a sua recuperação, definimos os nomes que posteriormente comporiam a diretoria eleita para o triênio que hoje se encerra, após ter cumprido com êxito sua missão.
        

Para compor essa diretoria, procuramos alguns abnegados dentro da Instituição que presidia, pois já fazíamos um trabalho voluntário e desafiador. Sabemos das enormes dificuldades em gerir uma instituição cultural nesse país, imaginem senhores, criá-la, mantê-la viva e funcionando. Além do mais, poucos são aqueles que se submetem a doar seu precioso tempo para a realização de algum trabalho, sem que sejam devidamente remunerados.
        
Conseguimos enfim formar o corpo da chapa, porém precisávamos de um presidente que tivesse bom trânsito nos diversos setores de nossa sociedade. Essas características nos ajudariam a abrir portas, pois tínhamos o exato conhecimento dos graves problemas que iríamos enfrentar, caso fossemos eleitos.
       

Como se tratava de Instituição CULTURAL, - é público e notório que cultura em nosso país é uma atividade extremamente mendicante - pouca valorizada e sempre relegada a segundo plano, principalmente por aqueles que dela têm o dever de cuidar, assim sendo, precisávamos de alguém com essas características.  
         
Foi quando o confrade Carlos Gomes, já definido na chapa como Secretário Geral, lembrou-se do nome do presidente do Tribunal de Contas do Estado, o conselheiro Valério Mesquita, que naquela ocasião estava se aposentando compulsoriamente daquela Casa, seria a pessoa que já comprovara competência em cargos equivalentes, anteriormente ocupados, bem como partícipe importante do movimento cultural do Estado.
   
    
Não exitei, pois como já o conhecia de atividades literárias, fui procurá-lo pessoalmente. Depois de vários convites e igual número de recusas, por fim, rendeu-se aos apelos daquele grupo de idealistas, que estavam dispostos a abrir mão de várias obrigações diárias e doar grande parte de seu tempo e até mesmo de seus recursos financeiros, em favor daquela que orgulhosamente dizemos ser a mais antiga instituição cultural do Estado do Rio Grande do Norte.
         
Portanto, meus amigos e confrades, ao assumir a presidência deste templo, tenho a plena consciência dos desafios que teremos a enfrentar, principalmente por se tratar de um ano nebuloso e cheio de incertezas, como este que se inicia.         
         
O Brasil, como já disse anteriormente, é um país que deixa em segundo plano tudo que se refere à cultura e não demonstra respeito ao que foi construído no passado, olhando atravessado para sua própria história.
         
Um país que não preza o seu passado, nunca haverá de se orgulhar de seu presente e certamente não terá um grande futuro. E somente nós, enquanto cidadãos, podemos modificar esse quadro triste a que está submetido o nosso povo e o nosso país.
         

No início desta gestão, pleiteamos, a duras penas, agindo de forma republicana junto aos senadores potiguares, emendas parlamentares no valor de R$ 500.000,00, (quinhentos mil reais), com nossos deputados R$ 430.000,00 (quatrocentos e trinta mil reais) e através de emenda da vereadora Júlia Arruda mais R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais), perfazendo um total de R$ 1.330.000,00. Com esses recursos pretendíamos realizar a maior e mais ousada reforma que clamava nossa instituição. Tínhamos pressa, pois uma boa parte do nosso acervo já mostrava claros sinais de impossibilidade em sua recuperação. Somente com a aquisição de modernos scaners para realizar a tão sonhada digitalização do acervo, prevíamos um gasto em torno de R$ 350.000,00 (trezentos e cinquenta mil reais).
        
Do total de R$ 1.330.000,00, R$ 430.000,00 estavam sob a responsabilidade do governo estadual. Os outros recursos, ou seja, R$ 900.000,00, perderam-se nos escaninhos da burocracia. Apenas R$ 230.000,00 chegaram efetivamente às nossas contas de convênio e de maneira fatiada, o que dificultou ainda mais a economia em sua aplicação, na realização dos serviços. Tanto é que os últimos R$ 30.000,00, emenda do Deputado Vivaldo Costa, conseguimos seu repasse já no atual governo a quem muito agradecemos. Como também agradecemos ao secretário de Educação Sr. Francisco das Chagas Fernandes, que garantiu a manutenção do convênio firmado com a ex-secretária Betânia Ramalho, no valor de R$ 218.000,00 destinados à aquisição de modernas estantes deslizantes para a guarda e segurança do nosso acervo, e que já se encontram em nossa Casa, aguardando apenas a recuperação do salão, onde as referidas estantes deverão ser instaladas.
         
E foram com esses parcos recursos, ou seja, R$ 230.000,00 que administrados com mão de ferro, conseguimos recuperar importantes áreas do prédio principal, que vinham se deteriorando há vários anos, inclusive ameaçando a segurança de sócios, funcionários e usuários.
         
Iniciamos os serviços por aquela que seria a obra mais urgente: a substituição do piso do Salão Nobre que a cada ano afundava mais e mais, sem que providência alguma fosse adotada.
         
O piso, que era composto por ladrilhos hidráulicos, tipo palatnik, como era conhecido, nome dado em homenagem ao seu fabricante, Bras Palatnik, judeu russo que chegou a Natal por volta de 1915, e iniciando a fabricação dos tais ladrilhos somente no ano de 1922, portanto 16 anos após a construção do prédio do IHGRN que é de 1906. Essas informações foram colhidas do livro NATAL, UMA COMUNIDADE SINGULAR, no capítulo “A era dos Palatnik”, dos autores Egon e Frieda Wolf. (a disposição no acervo do IHGRN)

Por Conseguinte, como sempre defendi, o piso que foi substituído NÃO ERA ORIGINAL. Quando surgiram as primeiras publicações na imprensa, proveniente de denúncia anônima, gerou muitos comentários irresponsáveis e ilações levianas com relação a minha pessoa, tanto na imprensa escrita como nas redes sociais, por ser eu o administrador da obra. E, como desdobramento, sofremos a interdição dos serviços pelo IPHAN, por um período superior a 6 meses o que significou sensível majoração no custo final da referida obra.

Nos dois últimos serviços realizados no salão nobre, para esconder seu precário estado de conservação, os ladrilhos foram cobertos com carpete, material sintético e impróprio para aquele local.
         
Impróprio também o piso que foi colocado na sala da presidência, no hall de entrada e na ante-sala do lavabo, nessas duas últimas os ladrilhos Palatnik foram cobertos com paviflex, outro revestimento sintético e também impróprio para aqueles locais.
        

Na reforma que fizemos nos pisos, foram utilizadas madeira de lei, que obedecendo ao desenho da arquiteta e paisagista Aleniska Lucena, aprovada pelo IPHAN, alternou-se a cor escuro sóbrio do ipê com o amarelo cetim, numa paginação de excelente bom gosto, propiciando um novo visual, tanto no salão nobre com no hall de entrada, este último tendo recebido na composição do desenho e na execução, algumas peças do ladrilho ali existentes que conseguimos, com muita dificuldade, sua parcial recuperação, preservando-se, assim, para sempre aqueles ladrilhos. Com a finalidade de guardar a memória do mesmo piso existente no Salão Nobre, fizemos no Largo Vicente de Lemos a mesma amostragem com algumas peças também recuperadas, num painel medindo 2,00m por 1,5m.

Já no Salão Nobre, colocamos cortinas novas, recuperamos a iluminação e os móveis ali existentes, birô, púlpito e mais seis cadeiras que compunham o belo e centenário conjunto de móveis e ganhamos um lustre clássico, por liberalidade do Dr. Paulo Sérgio Luz. As cadeiras em particular, foram recuperadas por profissional de comprovada competência que utilizou, por nossa exigência, nesse verdadeiro trabalho de artesão, o mesmo material que foi utilizado originalmente em sua confecção, ou seja: o couro de boi. Algumas delas, de tão estragadas, já se encontravam no prédio anexo, em local destinado ao descarte.
         
Adquirimos para o Salão Nobre, 80 poltronas acolchoadas e escamoteadas, que facilitam a escrita quando necessário. Ao decidirmos pela aquisição dessas poltronas, já prevíamos que no futuro, seriam utilizadas nesse espaço, para a nobre missão de alfabetizar jovens e idosos, pois enquanto instituição cultural, não podemos nem devemos ignorar aqueles infelizes, que por motivos diversos a vida lhe negar essa oportunidade. Tal pleito levamos ao Secretário Francisco Fernandes que foi simpático a ideia e já recebemos uma representante da Secretaria de Educação e Cultura para iniciarmos os primeiros estudos.
            
Fomos presenteados pelo SEBRAE, através de seu presidente José Carlos Melo, com dois sistemas de ar condicionado tipo split, que naquela ocasião estavam sendo substituídos, em virtude de reforma no prédio. Esses splits, embora usados, estavam em perfeito funcionamento e chegaram em boa hora, pois o ar condicionado presente no Salão Nobre, há muitos anos não funcionava.      
         
Recuperamos portas, portais, janelas, paredes internas e externas, grades externas, sistema elétrico, este de tão danificado ameaçava a qualquer momento um curto circuito com danos imprevisíveis. Recuperamos o sistema hidráulico, hidro-sanitárioe, por fim, o telhado que envolveu todo o sistema de calhas e escoamento correto das águas pluviais. Em dias de chuva muito forte, por várias vezes tivemos que mudar rapidamente parte do acervo, uma vez que as inúmeras goteiras ameaçavam estragar, para sempre, peças de valor inestimável. 
         
Adquirimos e instalamos nos dois prédios moderno sistema de segurança, pois tanto o anexo, como o prédio principal, vinham sendo sistematicamente alvo dos marginas que habitam a Praça André de Albuquerque.
        
Foram instalados diversos alarmes sensoriais e câmeras para monitoramento, presencial e a distância, que nos propiciou maior segurança na guarda dos nossos prédios e consequentemente do acervo.
         
Realizamos também pintura geral no prédio principal e pintura externa no anexo, este também um prédio histórico, que foi gentilmente doado, observe os senhores o que eu acabo de afirmar: prédio doado, pela nossa sócia benemérita num ato de extremo desprendimento e benevolência, senhora Angélica Timbó, aqui presente, para quem peço comovido e agradecido, uma salva de palmas. Quiçá, esse exemplo seja seguido por outras Angélicas!!
         
O prédio doado, também tombado pelo patrimônio histórico e cultural a nível federal, outrora abrigou a família do inesquecível professor Celstino Pimentel, a quem faço uma homenagem nesse instante, responsável pela formação de várias gerações de homens e mulheres de nossa sociedade.
         
Recuperamos os jardins do Largo Vicente de Lemos, inclusive instalando um sistema automático de irrigação que tem propiciado aos que por ali trafegam, além de uma agradável visão do colorido das diversas flores em seu desabrochar diário, o convívio com as famílias dos beija-flores, bem-te-vis, sanhaços e outros habitantes alados que ali encontraram um refúgio seguro em meio ao vai e vem de homens e carros que passam pela desprezada e não conservada Praça André de Albuquerque, sem se darem conta da importância daquele logradouro histórico, pois foi nesse local que a 25 de dezembro de 1599, nascia a nossa querida cidade de Natal.
        

Conseguimos junto à Secretaria de Mobilidade Urbana - SEMOV - através da Dra. Elequicina Santos - a demarcação de espaço em frente ao prédio principal, destinado a embarque e desembarque de visitantes, principalmente alunos dos diversos colégios que constantemente nos visitam, evitando, assim, acidentes indesejáveis.
         
A retenção determinada pelo governo anterior do restante dos recursos pactuados, ou seja, R$ 230.000,00 (duzentos e trinta mil reais), nos deixou numa situação aflitiva e impediu da realização de dois importantes projetos: primeiro, de iniciar a digitalização do nosso acervo, única maneira de preservar para o futuro o que nós temos de mais precioso e a construção de um lavabo destinado à pessoas do sexo feminino, em observância à legislação vigente, que determina a dotação de sanitários para ambos os sexos, em todos os prédios públicos.
         
O nosso importante acervo, razão maior da existência dessa centenária Instituição, está com uma parte desse material irremediavelmente perdido, justamente pela ausência de manutenção de qualquer natureza e principalmente por anos a fio de acondicionamento inadequados.
        
Em matéria que publiquei na imprensa em dezembro de 2014, onde fazia uma prestação de contas à sociedade da nossa administração, naquela ocasião eu já perguntava: até quando os poderes constituídos e a sociedade em geral vão permitir que a Casa da Memória continue com seu acervo nessa vergonhosa situação de penúria?- e nesse momento em que assumimos a presidência dessa instituição, continuo a perguntar: onde estão os hoje bem sucedidos profissionais liberais, mestres, doutores, que outrora se valeram do seu rico acervo, para estudar, quando não tinham como adquirir os livros, que aqui os encontravam gratuitamente?
         
Esqueceram de lembrar desse velho casarão que há anos pede socorro para proteger o mesmo acervo que um dia manteve seus sonhos e pretende continuar ajudando a manter os sonhos de tantos outros como vocês?
         
Todos nós continuamos a desfraldar a mesma bandeira erguida pelo Presidente Valério Mesquita e dispostos a dar continuidade do sonho que sonhamos juntos. O presidente Valério passa a ser, a partir de hoje, a exemplo do presidente Jurandyr, presidente honorário vitalício, com plena condição de continuar ajudando nessa administração que ora se inicia. Esse certamente é um acontecimento inusitado, pois nunca antes na história dessa instituição, tivemos ex-presidentes vivos. Espero sinceramente que eu também um dia possa fazer parte desse honroso quadro, de ex-presidentes vivos.
         

O principal legado que deixa esta administração, sob o comando do Presidente Valério, nesses últimos três anos, é a estrada bem pavimentada que construiu para nós outros, ora diretores eleitos, pudéssemos trilhar um caminho em busca de melhores dias para essa Instituição.
         
Temos recursos assegurados pela Assembleia Legislativa do Estado, por iniciativa do Secretário-Geral Dr. Carlos Augusto Garcia de Viveiros, para iniciarmos a tão sonhada digitalização do nosso acervo. E ainda a possibilidade de aprovação de verba anual para ajudar na manutenção e conservação dos prédios do IHGRN.

Todas essas medidas sob a recomendação e a aprovação do seu presidente Deputado Ezequiel Ferreira de Souza, também um grande parceiro nessa luta pela recuperação da Casa da Memória, como já o fizera o Deputado Ricardo Motta, presidente anterior. Nessa legislatura, foram destinados recursos no valor de R$ 200.000,00 através de emenda coletiva dos deputados Ricardo Mota, José Dias, Tomba Farias, George Soares e Dison Lisboa e mais R$ 40.000,00 (quarenta mil reais) de emenda individual do deputado Hermano Morais a quem agradecemos a todos os gesto de apreço com a cultura em nosso estado.      

O sucesso da administração que hoje se encerra, e que tenho orgulho de ter participado como seu vice presidente, foi a divisão das responsabilidades administrativas por cada diretor. No meu caso, fiquei responsável pelo planejamento, execução e administração das obras realizadas.
         
Porém o que realmente fez a diferença foi a assiduidade da equipe nas reuniões diárias. Isso nos permitiu a proatividade na identificação dos problemas e, consequentemente a busca imediata por soluções.
         
Termino minha fala com uma importante citação do consagrado Cervantes e renovada pelo saudoso Dom Helder Câmara sonho que se sonha só é só um sonho. Mas sonho que se sonha junto, torna-se realidade.
         
Portanto senhoras e senhores, nosso sonho que é compartilhado por toda esta diretoria e por aqueles que acreditam em nossa administração: transformar o IHGRN num dos mais modernos e bem equipados Institutos Históricos do Brasil.    
Muito Obrigado/

CONCLUIDO O MEU DISCURSO DE POSSE, CONVIDO A DIRETORIA ELEITA PARA APRESENTAR O COMPROMISSO LEGAR.


domingo, 6 de março de 2016

CRIADA PÁGINA DO IHGRN -



A página tem por finalidade divulgar ações ao IHGRN e receber sugestões da população para a melhoria da instituição. Sejam todos bem-vindos.







terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

HISTORICO DA LINHA:


Capitado do BLOG DA ACLA
A linha da E. F. Sampaio Correia foi aberta em 1906 até a estação de Itapassaroca. Posteriormente foi estendida até Taipu (1907), Baixa Verde (1910), Pedra Preta (1913), Itaretama (1918) e finalmente Oscar Nelson e São Rafael (1949). 43 anos para se construir uma linha de apenas 235 km que não ligava a nada. Nos anos 1980, os trens acabaram e nos 1990, os cargueiros. Ficaram somente os trens de subúrbio operados primeiro pela RFFSA e depois pela CBTU e que chegam somente a Ceará-Mirim, a 39 km de Natal. O resto da linha está abandonada A ESTAÇÃO: 
A estação de Ceará-Mirim foi inaugurada em 1906. Hoje é a estação terminal da linha Norte dos trens metropolitanos da CBTU em Natal

O TREM DE CEARÁ-MIRIM
Nilo Pereira
Matéria publicada no “Jornal de Domingo”, edição de 18 de novembro de 1984
O trem e o automóvel são duas fixações de infância. Ambos representam duas etapas do progresso que chegava. Menino de engenho, vi o carro-de-boi aposentar-se, ou arrastar-se, langoroso, por velhas estradas. Nada mais triste do que aqueles bois imponentes, murchos, cabisbaixos, que só servem para puxar o carro. Lá vão eles, solitários, como quem perdeu tudo.
A precedência histórica do trem sobre o automóvel é apenas um fato consumado; não altera no sentimento de menino a constância lírica com que os novos tempos chegam e passam ao coração humano como páginas de um romance proustiano.


O cavalo de sela nunca foi para mim uma atração. Sei bem que fazia parte da paisagem dos engenhos. O senhor-de-engenho, diz Gilberto Freyre em NORDESTE, é um centauro: metade homem, metade cavalo. Uma outra vez fui com meu pai da “rua” (a cidade) para o Guaporé. O que verdadeiramente me encantava era a viagem de trem e, depois, a de automóvel.
Quando ouço em velhos filmes o apito de uma locomotiva, sinto que desperta o menino que anda comigo. Que nunca me deixou. Bastava ouvir o silvo para correr à janela e esperar a máquina que resfolegava e lentamente se aproximava da estação.
O aspecto é de uma baronesa. Entra imperialmente na cidade. Ou vem dos lados dos tabuleiros como uma serpente em fogo, ou dos lados da casa do general João Varella. De qualquer maneira, uma soberana. Uma salamandra que não de queima nas casas.
A noite o seu farol dá a cidade adormecida fulgurações estranhas. Há figuras espectrais que se movem como que tangidas pela feeria daquele olho luminoso.

O trem chegava de Lages, ponto terminal. Tinha razão de vir cansado, exaurido. Um jogo de lanternas dizia se ele podia aproximar-se ou não. Um outro sinal mostrava que devia entrar num desvio. Tudo isso o menino da janela ia percebendo. Mas não sabia que estava incorporando a cena à sua futura lembrança. À curtição dos tempos.
O Ceará-Mirim é uma cidade urbana. Urbana e rural. Participa de duas naturezas. Do vale recebe a inspiração poética, a luz intermitente dos seus pirilampos, uma brisa suave, intemporal, que refresca as almas. A cidade basta-se a si mesma. Mas, sendo menos viçosa do que o vale dá a impressão de ser cidade morta. Pelo menos era assim na infância. Tal como a recordou Edgar Barbosa em páginas de Antologia, como se falasse de uma Itaoca ou de Oblívion, lembrando Monteiro Lobato.
Essa cidade morta de repente criou vida. Mas, permanece intocável na saudade dos verdes anos.

Sua vida começa a agitar-se com a chegada dos primeiros automóveis, tinha de ser fatalmente um Ford de bigodes, com faróis de acetileno. Pertencente a Pedro Fernandes, comerciante.
O Ford obrigou o preto Antônio Rufino a parar a sua carroça, transportadora de açúcar. Lembro-me perfeitamente desse bom homem. Era simples e obediente como um animal doméstico. Cuido ouvi-lo tangendo os seus bois, que acudiam, solícitos, pelos nomes: Maravilha, Generoso, Boi de Cambão, Espeto.
Era o caminhão de Julio e Severino Ramalho que dava entrava triunfal, inaugurando a civilização industrial, a tecnologia, que ainda não tinha esse nome. Quando se escrever a história do Ceará-Mirim, esses dois irmãos serão lembrados pelo sei pioneirismo. Foram eles que inauguraram a luz elétrica, no Ceará-Mirim. O motor ficava à rua da Aurora. Era barulhento. Lá em baixo na rua Grande, não se podia dormir com o ronco sincopado da nova maravilha. A máquina vencia a tranquilidade, o imobilismo da cidade antiga.
Depois, veio o caminhão “Saurer”, alemão, de Joel Villar, para quem olhávamos com um grande respeito: tinha um braço cortado, que perdeu em Canudos. Era nosso herói. O nosso Bayard, sem medo e sem mácula. Quando, mais tarde, li OS SERTÕES de Euclydes da Cunha, em vão procurei o nome de Joel. Era um soldado como outro qualquer, mas a quem não faltou, decerto, o heroísmo de tantos outros. Faltava-lhe a legenda.

Mas eu falava do trem do Ceará-Mirim. As locomotivas eram alemãs ou norte-americanas. As primeiras tinham mais majestade. Eu as associaria, mais tarde, ao poderio pan-germânico. Ao Kaiser, ao Kromprinz e mesmo Nietsche. (E o grande mal do homem, a imaginação. Só não somos felizes porque somos dotados de imaginação e com ela botamos tudo a perder).
Minha primeira viagem de trem foi com o meu cunhado Francisco Fernandes Sobral, promotor público do Ceará-Mirim. Ele, todo entregue a leitura do romance de Dannuzzio – IL FUOCO – uma coqueluche das épocas. Eu, embevecido pela paisagem. O verde do vale era uma fantasia para os olhos virgens de um adolescente. As árvores correndo, desabuladas. A parada de Extremoz. A lagoa. Um mundo que nascia. E o menino crescendo com essa visão mágica.

O momento supremo era a passagem pela ponte de Igapó. Sem nenhum anúncio a locomotiva entrava, airosa, destemida, naquele corredor metálico sobre o Potengy. Os vagões se agitavam como impulsionados por um movimento Infreme. O trem mostrava sua força, o seu vigor dominando aquele desafio.
Hoje, quando vejo a velha ponte partida ao meio, abandonada, simples ferro velho, curtindo o seu ostracismo, a sensação que tenho é que mutilaram a minha infância.
Se ela ficou imprestável, merecia outro tratamento. Morreu devagar, ela se dava pressa aos trens. Que sustentava os pesos daquelas composições fantásticas capazes de varar mundos. Na ponte, desarvorada, ficou o apito nostálgico da locomotiva como uma dobre de finados.
Não posso ser indiferente a esse espetáculo. Tudo se restaura, hoje em dia. Mas a ponte de Igapó definha. O tempo se encarrega de fazer dela um repasto de ingratidão.

Por solicitação de Edgar Barbosa (quantas vezes passamos pela mesma ponte e tivemos os mesmos sustos!) escrevi uma pequena nota sobre a nossa Ponte S. Luiz. Já não sei por onde anda essa antiga página. Sei que ela conserva uma nostalgia incurável. Gerações e mais gerações passaram por ela. Duvido que ela, já velhinha, tenha perdido a memória. Não, ela se lembra de tudo, a ponte da infância, que ainda me liga à utopia, a nossa maior realidade.
Matéria citada no sítio citado abaixo, de onde se copiou a ilustração de uma foto de Júlio Sena.


segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

PATRONOS DA ACLA CADEIRA No 10 - JAYME ADOUR DA CÂMARA.




Jayme Adour da Câmara, que era filho de Teófilo Leopoldo Raposo da Câmara e de Alice Adour, nasceu em Ceará-Mirim, no engenho São Leopoldo, em 1898 e morreu no Rio de Janeiro, em 1964. 

Formou-se em Jornalismo e criou no Brasil, em 1924, a ABN Agência Brasileira de Notícias, juntamente com os colegas Américo Facó e Raul Bopp.
Foi uma figura marcante do movimento modernista brasileiro, tendo inclusive dirigido a Revista da Antropofagia, que era o mais importante veículo de divulgação das ideias modernistas da época.

No seu tempo, Jayme Adour era um viajante compulsivo, por este motivo, ele costumava dizer que viajara mais do que os irmãos Polo, porque havia percorrido lugares nunca visitados por eles.

É o autor do livro denominado OROPA, FRANÇA E BAHIA (onde narra suas inúmeras viagens) e de SALVADOR PIZAO HOMEM E O LAVRADOR.

Há registros que indicam ter sido Jayme Adour o primeiro brasileiro a ler "Em Busca do Tempo Perdido", a obra prima de Marcel Proust e, pela sua admiração ao famoso escritor francês, foi ele o fundador do Proust Clube do Brasil.
Ele é nome de rua em São Paulo: “Rua Jaime Adour da Câmara, Parque Mandaqui, São Paulo”