domingo, 29 de novembro de 2015

ESTÓRIAS, LENDAS E TRADIÇÕES DE CEARÁ-MIRIM


Antônio Sérgio Medeiros da Silveira.




Entre todos os povos, as lendas formam a tradição viva do pensamento primitivo. Constituem a base dos contos populares, são transmitidas oralmente e conservadas pelo costume. Elas crescem com os conhecimentos diários e se incorporam à vida cotidiana.

Em Ceará-Mirim, esse patrimônio de tradições é fruto de inúmeras estórias cultuadas por gerações e gerações. Refletem o desenvolvimento sócio-econômico e cultural de seu povo e se vinculam ao florescer da atividade agro açucareira no vale. São relatos contados nas dependências dos velhos engenhos. Com o passar do tempo, foram sendo adoçados e se transformando noutros, misturando-se a elementos que expressam a formação étnica de seu povo.

Narram os antigos que em um dos engenhos se cometiam perversidades tais que causavam repulsa até mesmo aos outros proprietários do vale. Eram episódios que manchavam de vergonha, tamanha a sua crueldade, mesmo numa época em que era comum a aplicação de castigos físicos aos escravos. Tais castigos, para alguns, se assemelhavam ao próprio inferno vivenciado na terra.

Dizem que num túmulo do cemitério velho de Ceará-Mirim vive uma gigantesca serpente, que seria a personificação da antiga senhora desse engenho. Trata-se da lenda da mulher que virou serpente. Falecida repentinamente, como forma de tocar o coração do seu esposo e a pedido dos deuses, seu corpo teria se transformado numa grande serpente que devia ser contida. Seu túmulo foi concretado e acorrentado devido às grandes rachaduras ali surgidas.

Para os dogmas cristãos, essa transformação traduz a incessante luta entre o Bem e o Mal. Nos livros do Gênesis e de Isaías o Mal é textualmente chamado de Serpentem Tortuosum. Ele age em forma de serpente, representando as forças subterrâneas, misteriosas e identificadas como sendo o espírito das trevas. Por outro lado, essa manifestação reproduz o pecado original com todas as suas desastrosas conseqüências: o Tentador, a Tentação, a Queda e o Castigo, como se refere a Bíblia: Callidis Simum Omnium Animatium.

O senhor desse engenho exigia de seus escravos cega obediência e eles faziam de tudo para servi-lo. Segundo Madalena Antunes, no seu livro de memórias, Oiteiro, “quem tinha negro ruim, vendia ao dono daquele engenho ou, quando muito, uma simples ameaça era o suficiente para o infeliz, amedrontado, logo melhorar a conduta”.
Conta-se, ainda, que até os animais reclamavam dos abusos ali praticados. Das estórias narradas, uma se faz presente no cotidiano popular: “o boi que teria falado”. Num certo dia, como noutro qualquer naquele engenho, cansado da lida, um boi teria exclamado: “Não é possível que nem na sexta-feira santa se descanse nessa propriedade”.

Também faz parte do imaginário popular de Ceará-Mirim a estória da baleia que estaria dormindo num gigantesco berço posto em baixo do altar-mor da matriz. Conta-se que, após uma salutar disputa entre Santa Águeda e Nossa Senhora da Conceição, pela escolha da Padroeira da Cidade, Santa Águeda, derrotada, teria invocado a Deus que aprisionasse aquele animal, libertando-o somente quando as águas do Rio Ceará-Mirim banhassem a calçada da Matriz.

A lenda da Cabaça é outra narração que faz parte da imaginação popular, sendo alimentada pela existência de um grande rio subterrâneo que corta a cidade de ponta a ponta. Segundo os moradores do município, ao se mergulhar um porongo no Rio do Mudo, na Jacoca, ele é levado pelas águas, surgindo no Olheiro Pedro II, próximo à estação ferroviária da cidade. Conta-se que esse rio é a fonte principal a alimentar os olhos d’água do município.
  1. Fonte: Ceará-Mirim Tradição, Engenho e Arte - UFRN/SEBRAE/Prefeitura de Ceará-Mirim - 2005.



quarta-feira, 11 de novembro de 2015

NSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO TEM NOVOS DIRIGENTES



Durante o período das 9h às 16h de ontem, ininterruptamente, o INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE, em sua velha sede da Rua da Conceição, 622, Cidade Alta recebeu os seus associados para a escolha dos novos dirigentes para o triênio 2016-2019 em eleição direta e secreta, em mais um momento histórico para a Casa da Memória, em ambiente de total cordialidade.

Com resultado da vitória da "Chapa Consolidação" liderada pelo sócio ORMUZ BARBALHO SIMONETTI, que se comprometeu a dar continuidade à excelente gestão do escritor VALÉRIO ALFREDO MESQUITA, que declinou em se candidatar à reeleição, temos a certeza de que os objetivos do atual Presidente serão alcançados.


                      O Presidente VALÉRIO depositando o seu voto


                                       Flagrante da votação

Presença do Presidente Vitalício Jurandyr Navarro, Presidente
da Comissão Eleitoral juntamente com Carlos Gomes e Jansen Leiros
                    O novo Presidente Ormuz, no momento da votação



DIRETORIA

1.Presidente: ORMUZ BARBALHO SIMONETTI
2.Vice-Presidente: ROBERTO LIMA DE SOUZA
3.Secretário-Geral: ODÚLIO BOTELHO MEDEIROS
4.Secretário-Adjunto: FRANCISCO JADIR FARIAS PEREIRA
5.Diretor Financeiro: AUGUSTO COÊLHO LEAL
6.Diretor Financeiro Adjunto: JOSÉ EDUARDO VILAR CUNHA
7.Orador: ARMANDO ROBERTO HOLANDA LEITE
8.Diretor da Biblioteca, Arquivo e Museu: CLAUDIONOR BARROSO
BARBALHO
CONSELHO FISCAL
1.EIDER FURTADO DE MENDONÇA E MENEZES, Membro titular
2.TOMISLAV RODRIGUES FEMENICK, Membro titular
3.EDGAR RAMALHO DANTAS, Membro titular
4.EDUARDO ANTÔNIO GOSSON, Membro suplente.
Venha votar presencialmente ou envie a sua manifestação por
correspondência em envelope lacrado para o endereço acima descrito e valorize o seu Instituto.
A posse só ocorrerá no dia 29 de março de 2016, por ocasião das comemorações dos 114 anos de fundação da CASA DA MEMÓRIA.