terça-feira, 13 de dezembro de 2011

MONÓLOGO DO NATAL

PARA REFLEXÃO

Monólogo do Natal

Eu não gosto de você, Papai Noel!
Também não gosto desse seu papel de vender ilusões à burguesia.
Se os garotos humildes da cidade soubessem do seu ódio à humildade, jogavam pedra nessa fantasia.




















Você talvez nem se recorde mais.
Cresci depressa, me tornei rapaz, sem esquecer, no entanto, o que passou.
Fiz-lhe um bilhete, pedindo um presente e a noite inteira eu esperei, contente.
Chegou o sol e você não chegou.
Dias depois, meu pobre pai, cansado, trouxe um trenzinho feio, empoeirado, que me entregou com certa excitação.



















Fechou os olhos e balbuciou: “É pra você, Papai Noel mandou”.
E se esquivou, contendo a emoção.
Alegre e inocente nesse caso, eu pensei que meu bilhete com atraso, chegara às suas mãos, no fim do mês.
Limpei o trem, dei corda, ele partiu dando muitas voltas.
Meu pai me sorriu e me abraçou pela última vez.
O resto eu só pude compreender quando cresci e comecei a ver todas as coisas com realidade.









Meu pai chegou um dia e disse, a seco: “Onde é que está aquele seu brinquedo?
Eu vou trocar por outro, na cidade”.
Dei-lhe o trenzinho, quase a soluçar e, como quem não quer abandonar um mimo que nos deu, quem nos quer bem, disse medroso: “O senhor vai trocar ele?
Eu não quero outro brinquedo, eu quero aquele.
E por favor, não vá levar meu trem”.
Meu pai calou-se e pelo rosto veio descendo um pranto que, eu ainda creio,
tanto e tão santo, só Jesus chorou!
Bateu a porta com muito ruído, mamãe gritou; ele não deu ouvidos. Saiu correndo e nunca mais voltou.
Você, Papai Noel, me transformou num homem que a infância arruinou. Sem pai e sem brinquedos.

Afinal, dos seus presentes, não há um que sobre para a riqueza do menino pobre que sonha o ano inteiro com o Natal.
Meu pobre pai doente, mal vestido, para não me ver assim desiludido, comprou por qualquer preço uma ilusão e, num gesto nobre, humano e decisivo, foi longe pra trazer-me um lenitivo, roubando o trem do filho do patrão.
Pensei que viajara, no entanto, depois de grande, minha mãe, em prantos, contou-me que fora preso.
























E como réu, ninguém a absolvê-lo se atrevia.
Foi definhando, até que Deus, um dia, entrou na cela e o libertou pro céu.

Do alagoano Aldemar Paiva, poeta, cordelista, radialista e compositor).

SESSÃO SOLENE NA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO RN




Em Sessão Solene, presidida pelo Deputado Ricardo Motta, foi realizada ontem a homenagem ao transcurso dos 75 anos da Academia Norte-Riograndense de Letras - ANRL. A proposição partiu do Deputado Antônio Jácome e o "Plenário Deputado Clóvis Motta" viveu um dia de glória, com a presença de imortais, devidamente uniformizados com o pelerine e o colar acadêmicos e o pretígio de inúmeras entidades como a OAB/RN e ALEJURN, através do advogado Odúliko Botelho; a União Brasileira de Escritores do RN e a Academia Macaibense de Letras, através do escritor carlos Gomes; o Instituto Norte-Riograndense de Genealogia, na pessoa do seu Presidente Ormuz Simonetti, além dos Governos do Estado e Município de Natal, UFRN, TRE, TCE e outras entidades potiguares.

Os oradores apresentaram brilhantes discursos, a começar pelo propositor da homenagem, Deputado Antônio Jácome, seguido da Acadêmica Anna Maria Cascudo Barreto, também represedntando o Ludovicus - Instituto Câmara cascudo, que fez uma expressiva declamação em homenagem à ANRL; Acadêmico Juradyr Navarro, também representando o Instituto Histórico e Geográfico do RN, que traçou o perfil da Academia, desde a sua criação, até os dias presentes.

A sessão, iniciada com a execução do Hino Nacional Brasileiro, foi encerrada com a execução do Hino Oficial do Estado do Rio Grande do Norte.
A TV Assembléia registrou todo o evento, para a perpétua memória do acontecimento.
Tarde inesquecível. Parabéns à Academia e aos seus ilustres Acadêmicos.

(TRANSCRITO DO BLOG DE CARLOS GOMES)