O ano de 2014 está por ser encerrando.
Para nós que compomos a diretoria do Instituto Histórico e Geográfico do RN,
consideramos que esse foi um ano bastante profícuo em virtude da realização de inúmeras
obras que foram projetadas para este exercício.
Infelizmente, não conseguimos realizar
todos os serviços e aquisições que pretendíamos, simplesmente porque os
recursos que estavam destinados para nossa Instituição, através de emendas
parlamentares estadual e federal, apenas 20% do montante, ou seja, R$
200.000,00 (duzentos mil reais) foram efetivamente liberados em duas parcelas
de R$ 100.000,00 (cem mil reais).
Com pouco dinheiro para realizar tantos
sonhos, fomos obrigados a eleger prioridades. Arregaçamos as mangas e partirmos
para a luta. Iniciamos com a mudança do piso do auditório que havia afundado e
estava com vários de seus ladrilhos danificados em virtude do desnivelamento,
como também de inúmeras camadas de cola utilizadas quando das substituições do
carpete, material impróprio para o local, mas que disfarçava e escondia a
situação precária do piso. O mesmo fato ocorreu com hall de entrada, como também em outras duas salas do imóvel onde
foi utilizado paviflex, um
revestimento sintético, para cobrir os ladrilhos danificados.
Tanto no hall de entrada, como no Salão Nobre, foi colocado um piso de
madeira que alterna peças de ipê e amarelo cetim, numa paginação de excelente
bom gosto, idealizado pela arquiteta Alenuska Lucena. Parte do piso do referido
Salão, composto por ladrilhos hidráulicos Palatinik
(não original), ali colocados por volta dos anos 50, está exposto em um quadro
de 1,50x1,0 metros, na parede do Instituto com acesso pelo Largo Vicente de
Lemos. Quanto ao hall de entrada, a
exposição dos ladrilhos ali existentes foram assentados no centro do hall numa área de 1,60x1,60, usando-se a
mesma paginação e o mesmo tipo de madeira.
No Salão Nobre colocamos cortinas novas
em três paredes e recuperamos os móveis existentes, birôs, púlpito, consolos, estantes
e seis cadeiras que compunham a mesa diretora, algumas delas já fazendo parte de
material sem serventia, e sem qualquer condições de uso. Quanto às seis
cadeiras já referidas, a recuperação foi elaborada por profissional de comprovada
competência, inclusive, fazendo devolver às centenárias cadeiras, o mesmo
material com que havia sido confeccionado, ou seja, assento e encosto de couro
animal.
Adquirimos 80 poltronas acolchoadas e
escamoteadas, próprias para auditório, sendo 10 para canhotos e cinco para
obesos, de acordo com a legislação vigente.
No prédio principal recuperamos o telhado
e o sistema de drenagem de água de chuvas que vinha causando infiltrações.
Recuperamos, também, o sistema elétrico, hidráulico e hidrossanitário.
Refizemos todo o lavabo com mudança do piso, revestimento das paredes, mudança
das peças sanitárias, ferragens iluminação e porta. Pintura total do prédio
principal inclusive portas, janelas e grades externas. Recuperação de inúmeras
janelas e portais danificados pela ação dos cupins. Colocação de três conjuntos
de portas duplas de vidros com molas automáticas para dar condição de climatização
ao auditório, salas de pesquisas, e hall
de entrada. Instalação de dois aparelhos de ar condicionado com capacidade de
60 e 50 mil BTUs respectivamente, estes doados pelo SEBRAE, na pessoa do seu
presidente José Ferreira de Melo, e adquirimos mais outro aparelho splint que foi instalado na antiga sala
da presidência, que sofreu reforma para ser utilizada por estagiários,
inicialmente para a catalogação do acervo e posterior digitalização.
Adquirimos e instalamos dois sistemas
de segurança com 11 câmaras, sendo sete no prédio principal e quatro no prédio
anexo (Memorial Oriano de Almeida), local de trabalho da Diretoria, com
monitoramento à distância, e mais 25 sensores de presença, distribuídos nos
dois prédios e no Largo Vicente de Lemos.
Instalamos um sistema de irrigação
automatizado para os jardins localizados no referido Largo. Tanto os jardins
como a iluminação natalina foram elaborados pela Prefeitura Municipal do Natal,
através da SENSUR, por solicitação ao secretário Ranieri Barbosa, inegavelmente
um grande parceiro, sempre se mostrando sensível às nossas reivindicações.
Com a SEMOB, através de sua titular, Dra.
Elequicina Santos, a demarcação de espaço em frente ao prédio principal, para
embarque e desembarque de pessoas que visitantes e pesquisam o acervo do IHGRN,
evitando-se, assim, acidentes indesejáveis.
Recentemente ocorreu o coroamento do nosso esforço quando no
último dia 10 de dezembro, os jardins do Largo Vicente de Lemos, em bonita noite
de festa, recebeu autoridades e amigos do confrade e secretário geral do IHGRN,
escritor Carlos Roberto de Miranda Gomes, que autografou centenas de livros de
sua autoria denominado “O MENINO DO POEMA DE CONCRETO”. Este livro foi escrito
em homenagem ao seu irmão mais velho, o consagrado arquiteto e urbanista Moacyr
Gomes da Costa, consolidando, assim, a utilização do espaço totalmente
recuperado, sendo considerado pelos presentes como um dos melhores e mais
bonitos da cidade para eventos dessa natureza.
A liberação do restante das verbas que
foram destinadas no valor de R$ 230.000,00 (duzentos e trinta mil reais),
dependiam, apenas, de autorização governamental, o que não ocorreu. Aliás, isso
é rotineiro, quando está em evidência a valorização da cultura, fato que é
comum aos governantes em todos os níveis administrativos, com raríssimas
exceções.
Esses recursos serviriam, ainda, para a
construção de outro lavabo destinado a pessoas do sexo feminino, já que a
legislação vigente exige que em prédios públicos sejam dotados de lavabos para
ambos os sexos. Além disso, havia necessidade da recuperação do piso de duas
salas atualmente cobertas com paviflex,
como também da aquisição de diversos materiais necessários ao bom funcionamento
da Instituição.
O acervo, razão maior da existência do
IHGRN, continua em péssimo estado de conservação. Grande parte do material, de inestimável
valor histórico, pela falta de manutenção e de acondicionamento, já está em
fase de degradação, e alguns, infelizmente irrecuperáveis. Até o momento não
foi possível organizar de forma adequada o referido acervo. A digitalização,
única maneira de salvar o que ainda é possível, juntamente com a recuperação e restauração
de documento e obras, alguns raras, carece de recursos. Não poderemos pensar em
digitalização do acervo, sem a aquisição de no mínimo três scannres. O nosso projeto de emenda parlamentar federal estipulada no
valor de R$ 550.000,00 (quinhentos e cinquenta mil reais) contempla os referidos
scanners, ao custo total de R$
300.000,00 (trezentos mil reais). O restante se destinaria à aquisição de estantes
deslizantes, próprias para acondicionar, com dignidade, o valioso acervo, pois
na Instituição há carência de espaço. Atualmente, a maior parte do acervo se
encontra entulhado em estantes inadequadas ou em cima de cadeiras velhas
encostadas nas paredes.
Até quando os poderes constituídos e a
sociedade vai permitir que a “Casa da Memória” continue com seu acervo nessa
vergonhosa situação de penúria? Já provamos que podemos e sabemos administrar
essa secular Instituição. O valor que conseguimos liberar para realizar todas
as obras aqui descritas, parcos duzentos mil reais, foram arrancados quase a
fórceps e de forma fatiada.
Por fim, registramos nossos
agradecimentos a todos aqueles que de maneira desprendida e altaneira, nos
ajudaram com doações de equipamentos e, principalmente, com palavras de
incentivo. Aos derrotistas e aos que se escondem atrás de denúncias anônimas,
aos oportunistas que julgam sem conhecimento de causa e aos que apostam no
insucesso, também agradecemos, pois, essas atitudes mesquinhas impulsionaram a Diretoria
a cumprir a nobre missão, de forma prazerosa e voluntária.
Caríssimos confrades da Diretoria do IHGRN, acreditamos que é o momento de fazer-se um recadastramento dos sócios desta instituição e, com o que foi exposto acima, a regularização da anuidade por parte dos mesmos.
ResponderExcluirParabéns pelos serviços executados em prol da consrvação da Casa da Memória e desejamos um Feliz Natal e um promissor Ano Novo.
Kydelmir Dantas
Sócio efetivo
Mossoró - RN