quarta-feira, 26 de março de 2014

O MAL QUE PODE FAZER UMA DENÚNCIA


Por: Carlos Roberto de Miranda Gomes - secretário Geral do IHGRN
        
           A propósito do aniversário dos 112 anos do INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE, que transcorrerá no próximo dia 29, vimos tecer algumas considerações esclarecedoras aos nossos associados e à sociedade em geral.

         Há exatamente um ano assumiu uma nova Diretoria do IHGRN e desde então passou a dar expediente diário no anexo do Instituto, cuidando dos inúmeros problemas decorrentes da importância de manter em funcionamento uma Entidade de tão magna importância, sem contar com uma receita ordinária regular, carecendo de apelos às pessoas abnegadas e às organizações privadas e públicas, bem assim do desembolso dos próprios dirigentes.

         Em verdade logramos um relativo êxito conseguindo colocar em dia as obrigações de custeio e fiscais e obtendo numerário para dar início aos serviços de manutenção indispensáveis para a preservação física do prédio e do seu rico acervo.

       O trabalho foi iniciado, preparando-se uma sala para abrigar comissão responsável para o inventário dos documentos, obras e peças do Instituto e dando início aos serviços de pintura, colocação de vidros quebrados, climatização e recuperação do auditório que estava sem condições de uso em razão de depressão do piso e danificação quase total, então não visível, pelo fato de estar coberto com um carpete.

        Feita a remoção e compactado o aterramento, que estava tão inconsistente a ponto de permitir a introdução fácil de uma barra de ferro e, quando já se pensava em colocação de um piso novo eis que surge um “denunciante invisível” e provoca o IPHAN que logo tratou de lavrar auto de infração e o embargo do serviço, causando um transtorno inusitado.

     Este fato ocorreu em novembro do ano passado e até agora não teve desfecho, fazendo com que tenha ficado diminuído o espaço útil do Instituto, causando prejuízos aos usuários, além de danos patrimoniais, pois já aconteceram três furtos de equipamentos e a implosão espontânea de uma porta de vidro em razão do fechamento do recinto e agora se agravando com a chegada o inverno com a penetração de água pelas janelas sem vidro e infiltração nas paredes sem reparo.

       Nosso propósito era ter tudo pronto em dezembro de 2013, mas não foi possível. Agora as comemorações dos 112 anos e também não temos condições de realizar a solenidade na nossa Casa da Memória, em face de ainda persistir o embargo. Também está suspenso o trabalho do inventário do acervo.
     
       Contudo, decidimos enfrentar a realidade e vamos comemorar a efeméride em outro local, contando com a compreensão do Pároco da Matriz de Nossa Senhora da Apresentação que nos cedeu o prédio do Centro Pastoral Dom Heitor de Araújo Sales, na mesma rua da Conceição, nº 615, quase em frente ao nosso vetusto prédio.
   
      É bem possível que esse denunciante incógnito não tenha noção do quanto a sua atitude à sorrelfa tenha causado em prejuízo para a Secular Instituição de Cultura.

       Estamos à mercê dos porões da burocracia na expectativa de uma graça de que possamos retomar o sonho de uma gestão profícua e revolucionária para os pesquisadores e visitantes do velho Instituto.

     Ainda não perdemos a esperança e continuamos firmes no expediente diário, fazendo o que é possível fazer, sob o comando firme do Presidente Valério Mesquita, mesmo sem qualquer retribuição financeira, somente pelo amor à cultura e preservação da documentação histórica da terra potiguar.

         PRESTIGIEM A NOSSA FESTA!

  

AFINAL, QUEM CUIDARÁ DE MIM!


Por: Carlos Roberto de Miranda Gomes - Secretário Geral do IHGRN.

Sou um ancião de 112 anos
E vivo em constantes dificuldades
Velado por algumas entidades
Que não compensam os tantos abandonos.

Todos me querem e proclamam o meu valor
Mas não ofertam o socorro que preciso
Neste caminho fico a mercê do improviso
Dos que me amam e conduzem o meu andor.

Ação profunda eu anseio seja notória
Para salvar o meu corpo de riqueza
Que meditem com a necessária profundeza
O destino desta Casa da Memória.

Chegam a dizer que cheguei ao fim da linha
Não tenho forças para continuar nova jornada
Mas não aceito essa fraqueza proclamada
E, como Fênix, farei da luta a vida minha.

sexta-feira, 14 de março de 2014

Morre Dosinho, um dos principais carnavalescos do RN


Ele estava internado há quase 30 dias no hospital Promater, com quadro de infecção generalizada.

Gerlane Lima, 13 de março de 2014
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Morreu na manhã de hoje (13), Claudomiro Batista de Oliveira – Dosinho, um dos principais carnavalescos do Rio Grande do Norte.

Dosinho estava internado há quase 30 dias no hospital Promater. Ele estava em coma, com quadro de infecção generalizada. A família ainda não definiu o horário, nem local do velório.

Claudionor Batista de Oliveira nasceu na cidade de Campo Grande no Rio grande do Norte. Iniciou sua carreira fazendo composições para campanhas publicitárias e políticas. Foi assistente de orquestra da Rádio Nacional no Rio de Janeiro. Trabalhou na Gravadora Copacabana como agente e na Mocambo como representante. Em Natal, nos anos 60, produziu e apresentou um programa na Rádio Trairy, aos domingos, denominado Fábrica de Melodias, onde tocava os últimos sucessos da gravadora Mocambo, que ele recebia com exclusividade.

Começou a compor nos anos 40, mas suas primeiras composições gravadas, datam de 1952: o samba choro "Há sinceridade nisso" e o baião "Se tocá eu danço" feitos em parceria com Manezinho Araújo e Carvalhinho e gravados por César de Alencar. No mesmo ano e com a mesma dupla fez o baião "Jica-jica" gravado em dueto por Cesar de Alencar e Heleninha Costa. Por essa época  compôs a música de carnaval "Marta Rocha" em homenagem a então miss Brasil, que visitava a cidade de Natal - essa música permaneceu inédita.

Em 1962  suas composições falavam da uma paixão maior do povo natalense - o Futebol. Compôs "O mais querido" - hino do ABC Futebol Clube sucesso até hoje entre a galera do "frasqueirão". Compôs ainda o hino do Alecrim Futebol Clube e um segundo Hino do América Futebol Clube de Natal, já que o primeiro era o mesmo do América Futebol Clube do Rio de Janeiro.
Ainda esse ano, Gilberto Fernandes gravou o samba-canção "Maltrapilha" e os Cancioneiros o samba "Sofredor". Em seguida foi a vez do lançamento do LP "Primeiro Ensaio", com o qual obteve grande sucesso e  elogios de Câmara Cascudo.

Entre seus LPs destaca-se "Carnaval de norte a sul" com 12 composições em parceria com Waldir Minone, interpretadas por Claudionor Germano. Albertinho Fortuna, Expedito Baracho, que cantou solo e como integrante do conjunto Os Cancioneiros e Carminha Mascarenhas.

Dosinho é considerado um dos grandes nomes do Carnaval ao lado de Capiba e Nelson Ferreira. Depois de atuar no Rio de Janeiro e no Recife, voltou pra Natal onde permaneceu até hoje.
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FONTE: Portal nominuto.com


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Dozinho
Claudomiro Batista de Oliveira
http://www.dicionariompb.com.br/images/icone/nascimento_verbete.gif 24/12/1927 Augusto Severo, RN 
morte: 13/3/2014
Dados Artísticos
Embora ficasse conhecido como compositor de frevos, sua carreira teve início com composições para campanhas publicitárias como também políticas. Compôs também sambas-enredo. Foi assistente de orquestra da Rádio Nacional no Rio de Janeiro.

Trabalhou na Gravadora Copacabana como agente e na Mocambo como representante. Começou a compor na década de 1940. Em 1952, teve suas primeiras composições gravadas, o samba-choro "Há sinceridade nisso?", e o baião "Se tocá eu danço", feitos em parceria com Manezinho Araújo e Carvalhinho e gravados por César de Alencar, dois de seus maiores sucessos. No mesmo ano e com a mesma dupla fez o baião "Jica-jica", gravado em dueto por César de Alencar e Heleninha Costa. Por essa época compôs a música de carnaval "Marta Rocha", em homenagem à então miss Brasil, que visitava a cidade de Natal e que permaneceu inédita.

Em 1955, Os Cancioneiros gravaram, de sua parceria com Genival Macedo, o baião "Menino de pobre". No mesmo, ano Déa Soares gravou o samba "Peço a Deus", parceria com Sebastião Rosendo. Em 1956, o Trio Puraci gravou dele e Hilário Marcelino a marcha "Vou de reboque" e Expedito Baracho o samba-canção "Beco da maldição". Em 1957, Os Cancioneiros gravaram os frevo-canções "Tempero de pobre" e "Fantasia de capim", que também figuram entre seus maiores sucessos. Em 1959, Gilberto Fernandes gravou o samba-canção "Trapo", parceria com Zito Limeira, e o samba "Só depende de você". Em 1962, Gilberto Fernandes gravou o samba-canção "Maltrapilha" e Os Cancioneiros o samba "Sofredor". Nesse mesmo ano, obteve grande êxito no lançamento do LP "Primeiro ensaio", que recebeu as seguintes palavras elogiosas do historiador Câmara Cascudo: "Dosinho tem a linguagem musical.

Diz todas as suas emoções na linha melódica, doce, clara, fácil, com uma naturalidade de fonte. E uma grandeza espontânea de predestinado". Ainda no mesmo ano compôs "O mais querido", hino do ABC Futebol Clube, popular clube de futebol de Natal. Compôs ainda o hino do Alecrim Futebol Clube e um segundo hino do América Futebol Clube de Natal. Em 1963, Roberto Bozzam gravou o bolero "Se alguém me perguntar" e o frevo-canção "Só presta quente". Em 1964, Meves Gomes gravou o frevo-canção "Eu quero mais..." e José Alves "Me deixa em paz".

Entre seus LPs destaca-se "Carnaval de Norte a sul", com 12 composições em parceria com Waldir Minone, interpretadas por Claudionor Germano, Albertinho Fortuna, Expedito Baracho, que cantou solo e como integrinte do conjunto Os Cancioneiros e Carminha Mascarenhas. Em 1965 lançou o compacto simples "A vez do morro" e "Ponta negra", como parte da campanha Pró-Frente de trabalho João XXIII. No mesmo ano Gilberto Ferandes gravou "Baião". Teve músicas gravadas, entre outros, por Claudionor Germano, Blecaute, Expedito Baracho, Trio Guarany com Orquestra Tamandaré e Paulo Marquez. É um considerado um dos grandes do carnaval ao lado de nomes como Capiba e Nelson Ferreira. Depois de atuar no Rio de Janeiro e no Recife, retornou para a cidade de Natal.

Fonte



SAUDADE DE DOSINHO


Por: Carlos Roberto de Miranda Gomes
Conheci Dosinho em 1950, quando fazia parte da SAE – Sociedade Artística Estudantil e acompanhava as caravanas artísticas com vários companheiros da vida musical – Haroldo e Hianto de Almeida, os meninos que viriam a formar o Trio Irakitan, Paulo e Pedro Dieb e outros, capitaneados por Francisco Sales, então funcionário Civil da Base Aérea de Natal e empresário artístico.
Naquela época eu atuava na radiofonia potiguar, mais precisamente na Rádio Poti de Natal, em seus programas de auditório de fim de semana.
Para aperfeiçoar a minha arte eu recebi permissão para ensaiar com a banda de música da Aeronáutica, para onde me deslocava em ônibus da Base no início da manhã, tendo o privilégio de encontrar na paisagem do trajeto a névoa circundando algumas dunas do caminho (pista de Parnamirim). Ficava naquela unidade militar até o final do expediente, pois o meu arranjador era um sargento, cujo nome já não lembro e Dosinho atuava na referida banda, na condição de soldado da unidade.
Sabendo das minhas aptidões nos aproximamos e ele levou-me ao seu alojamento e me entregou uma música para eu colocar entre outras do meu repertório – era uma bela canção, que pretendia gravar, denominada Ponta Negra.
Sua letra assim dizia: “Ponta Negra, praia linda e bem tristonha. Quem dorme contigo sonha, vendo os encantos que tens. Tuas ondas, portadoras de saudade, saudade de quem tem amizade de um alguém muito além. Os teus coqueiros que crescem bastante querendo o céu alcançar, mas os teus frutos que descem constante, querendo ficar com o mar. Mas se não fosse a tristeza que em Ponta Negra tem, a filha da natureza a todos seria um bem.”
Nunca cheguei a gravá-la, mas ainda espero fazê-lo antes da viagem final. Contudo fez parte do meu repertório durante todo o período em que atuei no rádio – 1950 a 1955.
Nossos encontros eram espaçados, mas sempre fomos bons amigos.      Na Academia Macaibense de Letras indiquei o seu nome para receber um título juntamente com Ademilde Fonseca (ainda viva) e, posteriormente apoiei a sua escolha para uma cadeira na Academia. Ele não chegou a tomar posse e agora só nos resta torná-lo Patrono.
Tive a alegria de ser professor e depois colega do seu filho na UFRN, a quem transmito as minhas condolências.
Velho Amigo, você deixa uma lacuna e uma imensa saudade por tudo o que você foi e fez pelo nosso Estado. Fique em Paz com Deus na Eternidade.