Sabe Ormuz, lá em Patú no quintal da casa de minha avó tinha uma cacimba, lembro que a vizinhança próxima pegava água da cacimba para beber, pois o município é localizado em uma area escassa de chuva. Não é que eu lembre muito.....afinal não sou tão velha assim.......rsrsrsrsrsrsrs(brincadeirinha).
Adorei sua crônica me fez lembrar da minha época de infância.
Bjs....
Antuérpia Forte
Natal RN
quarta-feira, 22 de julho de 2009
A PRAIA DA PIPA DOS MEUS AVÓS
Trabalho muito bem elaborado! Como sempre, saudosista demais. Maravilhoso! Não há conquistas fáceis. São as estradas sinuosas que levam ao caminho certo. O profissional, em qualquer ofício alcancará o triunfo a partir de um espírito tenaz, forte, obstinado. Como você o possui! Para você só podemos dizer: PARABÉNS - ADMIRAMOS VOCÊ! VOCÊ É UM GRANDE HISTORIADOR!
Um abraço das primas
Diana Fagundes e Inácia Fagundes
Natal RN
Um abraço das primas
Diana Fagundes e Inácia Fagundes
Natal RN
terça-feira, 21 de julho de 2009
A PRAIA DA PIPA DOS MEUS AVÓS
Em primeiro lugar quero te dizer que adorei a tua crônica sobre as cacimbas foi um registro merecido e muito bem registrado. Há poucos dias arrumando algumas gavetas encontrei um caderno , onde eu havia há muitos anos, num dos veraneios na Praia de Pipa, a fim de preencher o tempo nas noites em ficava conversando com João Peixinho anotei alguns apelidos de nativos dali e que achei interessantes: Ei-los:
DEDA - JOÃO PEIXINHO - JOSÉ MÃO GROSSA - DEO - PARU - GENERAL - PERUCA GALILEU - LIQUICA - MANOEL RATO - MANDUCA - NAL - MANELÃO - MADOLA - ALGODÃO – COME FOGO - RONHENTO - TOTINHA - MAMOEIRO - DUCA - PENUGEM - JOÃO DA LEI -JUIZ - MANGUINHO - JOÃO BRILHANTE - GODINHO - ZÉ DE TEREZA - CANGATI - MONJOLINHO - BANDÁ - BEBÉ -CHICO BONECA - MENININHO - RONICO - LERO - BARARAU - MANOEL DO OURO - NENEM = TOBA - VAVÁ - FARMACIA - TRESTONS - BIINO - SEU LICA - SEU BITA - GERALDINHO - TITICA - BAGRE - RAPA QUENGA - DADÁ - NININHO - BINO - ZÉ INQUIM - BALA - JOÃO DAS MINAS - QUINHO - DÔCA - SINHÁ - TIÃO - MELÃO - VECA- COCÔ - jOÃO BUZIGO.
Alguns desses já morreram, mas com esses nomes ilustraram a comunidade em quem viviam e davam motivo até para as nossas conversas nas noites de veraneio, pois muitos deles tinham estórias engraçadas. Aqui fico aguardando a tua próxima crônica. Interessante que quando eu liguei para Ana Helena, em Brasília para falar da tua crônica sobre as Cacimbas , ela me "xingô" que já tinha visto não só essa ,mas as outras através de seu blog. Achei ótimo, obrigada. Com um abraço, principalmente neste Dia do Amigo!
Dina Fagundes
Goianinha-RN
DEDA - JOÃO PEIXINHO - JOSÉ MÃO GROSSA - DEO - PARU - GENERAL - PERUCA GALILEU - LIQUICA - MANOEL RATO - MANDUCA - NAL - MANELÃO - MADOLA - ALGODÃO – COME FOGO - RONHENTO - TOTINHA - MAMOEIRO - DUCA - PENUGEM - JOÃO DA LEI -JUIZ - MANGUINHO - JOÃO BRILHANTE - GODINHO - ZÉ DE TEREZA - CANGATI - MONJOLINHO - BANDÁ - BEBÉ -CHICO BONECA - MENININHO - RONICO - LERO - BARARAU - MANOEL DO OURO - NENEM = TOBA - VAVÁ - FARMACIA - TRESTONS - BIINO - SEU LICA - SEU BITA - GERALDINHO - TITICA - BAGRE - RAPA QUENGA - DADÁ - NININHO - BINO - ZÉ INQUIM - BALA - JOÃO DAS MINAS - QUINHO - DÔCA - SINHÁ - TIÃO - MELÃO - VECA- COCÔ - jOÃO BUZIGO.
Alguns desses já morreram, mas com esses nomes ilustraram a comunidade em quem viviam e davam motivo até para as nossas conversas nas noites de veraneio, pois muitos deles tinham estórias engraçadas. Aqui fico aguardando a tua próxima crônica. Interessante que quando eu liguei para Ana Helena, em Brasília para falar da tua crônica sobre as Cacimbas , ela me "xingô" que já tinha visto não só essa ,mas as outras através de seu blog. Achei ótimo, obrigada. Com um abraço, principalmente neste Dia do Amigo!
Dina Fagundes
Goianinha-RN
segunda-feira, 20 de julho de 2009
A PRAIA DA PIPA DOS MEUS AVÓS
Caro Ormuz. Li e gostei muito do seu texto. É um apanhado histórico que documenta muito bem o cotidiano de quem viveu no interior do RN, e também PB, como eu. As "jarras" ou "fôrmas" com um murim na boca para coar, verduras no pé e também os cururus fazem parte da minha infância em Araruna.
Abraços,
Gelza Rocha Carvalho
João Pessoa PB
Abraços,
Gelza Rocha Carvalho
João Pessoa PB
domingo, 19 de julho de 2009
A PRAIA DA PIPA DOS MEUS AVÓS
Muito grato pelo envio de mais uma crônica e o endereço do blog.
Albertina ficou emocionada ao relembrar os detalhes da praia da Pipa, e enviamos cópia para nosso filho mais velho nascido no Rio Grande do Norte (embora emigrado logo após para outras paragens, mantém ainda o espírito fiel às raizes).
Ela menciona que ainda não viu a referência a japecanga que usava para açoitar o cavalo quando da ida apressada para o espetáculo da passagem do "trem do Recife".
O querosene Jacaré nos foi muito familiar dado que de 1943 a 1987 trabalhei na Standard Oil, depois Esso Brasileira de Petróleo S.A. Em Natal estive de 1947 a 1949 para cumprir a predestinação de casar com Albertina.
À época as geladeiras utilizavam o querosene para seu funcionamento e a marca Jacaré era tão forte que mesmo levando oficiais da FAB - amigos meus à época em que fui Superintendente em Natal - e mostrando no enchimento de latas que com a simples troca das tampinhas a serem usadas fazíamos também o enchimento para a concorrente Atlantic, que tinha a marca Sol, nunca consegui convencê-los de que o querosene Jacaré fumaçava menos que o concorrente (e fumaça era um dos parâmetros significativos para o bom funcionamento de uma geladeira naqueles anos).
Abraço,
Clarindo Gueiros
Rio de Janeiro -RJ
Muito grato pelo envio de mais uma crônica e o endereço do blog.
Albertina ficou emocionada ao relembrar os detalhes da praia da Pipa, e enviamos cópia para nosso filho mais velho nascido no Rio Grande do Norte (embora emigrado logo após para outras paragens, mantém ainda o espírito fiel às raizes).
Ela menciona que ainda não viu a referência a japecanga que usava para açoitar o cavalo quando da ida apressada para o espetáculo da passagem do "trem do Recife".
O querosene Jacaré nos foi muito familiar dado que de 1943 a 1987 trabalhei na Standard Oil, depois Esso Brasileira de Petróleo S.A. Em Natal estive de 1947 a 1949 para cumprir a predestinação de casar com Albertina.
À época as geladeiras utilizavam o querosene para seu funcionamento e a marca Jacaré era tão forte que mesmo levando oficiais da FAB - amigos meus à época em que fui Superintendente em Natal - e mostrando no enchimento de latas que com a simples troca das tampinhas a serem usadas fazíamos também o enchimento para a concorrente Atlantic, que tinha a marca Sol, nunca consegui convencê-los de que o querosene Jacaré fumaçava menos que o concorrente (e fumaça era um dos parâmetros significativos para o bom funcionamento de uma geladeira naqueles anos).
Abraço,
Clarindo Gueiros
Rio de Janeiro -RJ
A PRAIA DA PIPA DOS MEUS AVÓS
Ormuz,
você jamais poderá mensurar o bem que me faz essas suas crônicas sobre a Pipa.
Obrigada
Com o carinho da
Ana Helena Fagundes
Brasília - DR
você jamais poderá mensurar o bem que me faz essas suas crônicas sobre a Pipa.
Obrigada
Com o carinho da
Ana Helena Fagundes
Brasília - DR
sábado, 18 de julho de 2009
A PRAIA DA PIPA DOS MEUS AVÓS- MATÉRIA PUBLICADA NA TRIBUNA DO NORTE em 19.07.2009
ORMUZ BARBALHO SIMONETTI (Genealogista e historiador)
www.ormuzsimonetti@yahoo.com.br
PIPA, primeiras fontes d’água: cacimbas.
Na Pipa daquela época, tanto a água para beber quanto para os gastos domésticos, era retirada das chamadas “cacimbas”. Essas fontes nada mais eram que olhos d’água, localizados próximos ao mar, que afloravam da terra. As pessoas cavavam em círculos e ampliavam a área de captação da água. Como ficava exposta, e era comum ser utilizada por animais, a água destinada para beber, tinha que ser retirada com cuidados especiais.
www.ormuzsimonetti@yahoo.com.br
PIPA, primeiras fontes d’água: cacimbas.
Na Pipa daquela época, tanto a água para beber quanto para os gastos domésticos, era retirada das chamadas “cacimbas”. Essas fontes nada mais eram que olhos d’água, localizados próximos ao mar, que afloravam da terra. As pessoas cavavam em círculos e ampliavam a área de captação da água. Como ficava exposta, e era comum ser utilizada por animais, a água destinada para beber, tinha que ser retirada com cuidados especiais.
Posteriormente, as cacimbas foram cavadas em locais previamente determinados, geralmente nos quintais das casas. Esse outro tipo de cacimba, mais moderna, constituía-se de um buraco escavado no chão, com largura variando entre 70 cm e 1 metro. Era então revestida com tijolos até a boca, que geralmente ficava acima do solo, e era coberta com uma tampa de madeira. Como o lençol freático naquela área era muito superficial, como ainda hoje é, ao perfurar de dois a três metros o solo, já podia-se encontrar água abundante e de boa qualidade.
A água retirada das cacimbas era transportada para as casas em cabaças, potes ou galões. A primeira, lagenaria siceraria, tinha diversas utilidades ligadas ao uso da água. As cabaças tinham tamanhos e formas diversificadas, dependendo da variedade e do momento da colheita. Servia para transportar água, roupas após a lavagem, como vasilha nas refeições, pratos, copos e cuias para retirar alimentos. Como moringa, acondicionando água para os trabalhadores que iam para os roçados, pescadores quando se aventuravam no mar a fora, e principalmente por viajantes, nos seus deslocamentos geralmente feitos a pé para Vila Flor, Goianinha, Ares, Barra de Cunhaú etc. Além disso, como instrumentos musicais também.
Os potes e galões, por serem menores e bem mais maneiros, eram conduzidos na cabeça das mulheres apoiados em uma rudilha, nome dado a um pano que depois de bem torcido era enrolado em círculo. A rudilha tinha a função de evitar o incômodo contato direto do fundo do pote com a cabeça de quem a transportava, além de melhorar o equilíbrio da mesma. Tornou-se comum em nossa região o ditado: “Quem não pode com o pote, não pega na rudilha”. Isso significa dizer que o indivíduo que não pudesse assumir determinado compromisso, ou realizar alguma tarefa, não se compromete com os mesmos.
O galão, ainda hoje muito utilizado no transporte de água nas cidades do interior do nordeste, era feito com duas latas de 20L cada. Essas latas chegavam à praia trazidas pelos comerciantes que vendiam o querosene. Ainda hoje, lembro-me da única marca, “Esso Jacaré”. Este produto era utilizado na iluminação das casas, abastecendo lamparinas, candeeiros e lampiões. Tempos depois, utilizou-se o óleo diesel popularmente chamado de “gás óleo”. As latas eram presas por cordas de agave (sisal) a um barrote de madeira.
O transportador o carregava depois de bem dividir em seu ombro, os quarenta litros de água que comportava o galão. Essa água era colocada em jarras de barro que ficavam localizadas nas cozinhas, no preparo dos alimentos, lavagem de pratos, etc. A água destinada ao consumo dos moradores era colocada em potes e quartinhas, estas por serem menores eram geralmente colocadas nas janelas para que, em contato com o vento, a água ficasse mais fria.
Os utensílios de barro como jarras, potes, quartinhas, pratos e panelas eram todos adquiridos nas feiras de Vila Flor, Canguaretama e Goianinha. Essas peças eram feitas de um tipo de barro especial, denominado barro de louça, que não existia nas regiões próximas ao mar.
Antes da água ser colocada nas jarras, amarrava-se na parte superior da mesma, chamada “boca”, um pano muito fino, geralmente feito de murim. Esse pano ou coador, como também era conhecido, servia para evitar a entrada de pequenas raízes de árvores próximas das cacimbas, assim como também algumas impurezas que o tal pano conseguia reter. Colocavam-se, dentro delas, algumas pedras de enxofre que evitava o aparecimento de “martelos”, como regionalmente conhecemos as larvas de mosquitos.
Foram as jarras nossas primeiras geladeiras. Na parte inferior, denominada pé da jarra, eram depositadas: frutas, verduras e raízes que eram consumidas durante a semana. Devido à umidade existente nesses locais, os alimentos se conservavam saudáveis por mais tempo, não obstante à companhia de algum teimoso sapo cururu.
Esses indesejáveis inquilinos, sem nenhuma cerimônia, se instalavam próximo ao pé da jarra, junto aos alimentos, para aproveitar aquele friozinho durante o dia. À noite, se aventuravam em volta de lampiões, candeeiros e lamparinas, a cata de algumas desprevenidas mariposas.
As mais famosas cacimbas da praia da Pipa eram: a cacimba do Comum, localizada ao lado da atual igreja onde hoje é a casa que pertenceu a Maria Gadelha, e a cacimba de Zé de Tereza, onde hoje é o restaurante Peixada da Pipa e a de Vicência Torres, onde fica a casa de Honório.
As mais famosas cacimbas da praia da Pipa eram: a cacimba do Comum, localizada ao lado da atual igreja onde hoje é a casa que pertenceu a Maria Gadelha, e a cacimba de Zé de Tereza, onde hoje é o restaurante Peixada da Pipa e a de Vicência Torres, onde fica a casa de Honório.
Outra cacimba famosa era a cacimba do Beco da Facada, considerada “assombrada”. Esse beco era uma passagem que existia próximo à casa que hoje pertence a Luiz Carvalho. Estórias passadas de pai para filho, dizia que as pessoas evitavam passar à noite nesse beco, pois ouviam saindo da tal cacimba, o som de músicas ou pessoas cantando.
Com a chegada da água encanada, em abril de 1983, as cacimbas foram aos pouco sendo desativadas. Algumas, depois de anos e anos fornecendo de suas entranhas, água doce e saudável, tiveram destino menos nobre, mas de extrema importância. Transformadas em fossas sépticas, continuaram servindo a saúde da comunidade.
terça-feira, 14 de julho de 2009
A PRAIA DA PIPA DOS MEUS AVÓS
Que coisa bonita! Lembrou-me Salinas das décadas de 60 e 70, quando estive lá. Que saudades daquela época. As brincadeiras da rede também fazíamos e estas ficavam atadas até a hora de voltarmos do Maçarico sem nenhum problema de roubo. As areias da praia do Maçarico também faziam aquele barulho, conforme descrito pelo Ormuz. Levávamos os guarda-sóis e as cadeiras, pois não havia barracas. A praia era limpa e bela. Hoje as praias já não tem a mesma beleza de antigamente. E, como diz o Ormuz - e tudo às vistas do poder público.
Carlos Augusto de Campos Machado
Belem-PA
Carlos Augusto de Campos Machado
Belem-PA
terça-feira, 7 de julho de 2009
A PRAIA DA PIPA DOS MEU AVÓS- Depoimentos
Ormuz, parabéns por mais uma edição de suas tão belas crônicas sobre a nossa “Praia da Pipa!”. Tão bem descrita no contexto do que foi e representou a Pipa nos anos dourados para nós que fizemos parte dessa história nos anos 70.
Nossa turma ficou registrada para sempre na história da Pipa, antes tão esquecida e somente agora revivida por você, através destas crônicas maravilhosas que farão parte de seu próximo livro, onde ressurgirão doces lembranças de um tempo longínquo e jamais esquecido por nós.
Fizemos parte desta história, onde vivemos uma época linda, sem maldades ou a hipocrisia dos tempos atuais. Tivemos também o privilégio de formar uma turma de primos amigos e irmãos, tornando assim até os dias atuais uma amizade eterna e inesquecível.
Fizemos parte desta história, onde vivemos uma época linda, sem maldades ou a hipocrisia dos tempos atuais. Tivemos também o privilégio de formar uma turma de primos amigos e irmãos, tornando assim até os dias atuais uma amizade eterna e inesquecível.
As novas gerações jamais entenderão a nossa “Pipa dos anos dourados”, onde hoje se vive o contraste de outros tempos com as grandes transformações na época atual.
A Pipa da década de 70 era a “nossa Pipa”, primitiva, selvagem e linda sem nada que mesclasse a sua beleza com a degradação ambiental. Hoje já não podemos caminha de pés descalços, nem encontrar aquela areia fofa, limpa que gritava com o atrito de nossos pés!
A Pipa da década de 70 era a “nossa Pipa”, primitiva, selvagem e linda sem nada que mesclasse a sua beleza com a degradação ambiental. Hoje já não podemos caminha de pés descalços, nem encontrar aquela areia fofa, limpa que gritava com o atrito de nossos pés!
Tenho também saudades de acordar no meio da noite ao som de serenatas maravilhosas cantadas e tocadas pelos grandes seresteiros Ormuz, Regis, Marcos e Carlos Alberto com seus violões e Alfredinho (Baceu) o maior animador das serenatas. Tocavam os maiores sucessos de Roberto Carlos e Renato e Seus Blue Caps.
Por todas essas maravilhas que vivemos, somos pessoas privilegiadas em ter vivido a época da infância e juventude na Praia da Pipa.
Lembro agora de uma estrofe da música de “Ataulfo Alves”
“. . . Eu igual a toda meninada
Quantas travessuras eu fazia
Jogos de botão sobe a calçada
Eu era feliz e não sabia!”
Lembro agora de uma estrofe da música de “Ataulfo Alves”
“. . . Eu igual a toda meninada
Quantas travessuras eu fazia
Jogos de botão sobe a calçada
Eu era feliz e não sabia!”
Maria Adelaide Gadelha Grilo de Medeiros
Natal-RN
segunda-feira, 6 de julho de 2009
A PRAIA DA PIPA DOS MEU AVÓS - Depoimentos
Obrigado pela maravilha de Crônica. Um grande abraço,
Jaime Paiva
Natal-RN
Jaime Paiva
Natal-RN
domingo, 5 de julho de 2009
A PRAIA DA PIPA DOS MEUS AVÓS - Depoimentos
Ormuz: Parabéns por tão bem retratar JOÃO, tal qual a grandeza do seu espírito,do seu coração e dos seus gestos. Reacendeu as lembranças e saudades... Estamos orgulhosos e gratos. Mais uma vez agradeço sua atensão e presteza, grande abraço.
Irma e família
NAtal-RN
A PRAIA DA PIPA DOS MEUS AVÓS - Depoimentos
Querido amigo e primo Ormuz,
Você não imagina com que alegria e uma profunda melancolia me fez viajar no tempo e viver a PIPA que vocâ tão bem descreve. Parabéns pelo texto, pelas lembranças ativadas e pela saudade que, infelizmente, sei será permanente em minha vida.
Sempre que vou ai, digo para mim mesma que será a última, pois sinto a cada viagem de férias, uma dor no peito de saudade de uma Pipa que sei que jamais voltará a existir. Ainda tive a sorte de apresentá-la aos meus filhos antes de sua destruição. Mas guardarei sempre em meu coração e em minha mente a Pipa da minha infância e adolescência. Essa é intocada e intocável. Nenhum progresso a arrancará de mim.
Obrigada por tornar este domingo cincenzo e frio, em um dia de sol, sol da PIPA!!!!!.
Com o carinho da
Ana Helena Fagundes
Brasília DF
Você não imagina com que alegria e uma profunda melancolia me fez viajar no tempo e viver a PIPA que vocâ tão bem descreve. Parabéns pelo texto, pelas lembranças ativadas e pela saudade que, infelizmente, sei será permanente em minha vida.
Sempre que vou ai, digo para mim mesma que será a última, pois sinto a cada viagem de férias, uma dor no peito de saudade de uma Pipa que sei que jamais voltará a existir. Ainda tive a sorte de apresentá-la aos meus filhos antes de sua destruição. Mas guardarei sempre em meu coração e em minha mente a Pipa da minha infância e adolescência. Essa é intocada e intocável. Nenhum progresso a arrancará de mim.
Obrigada por tornar este domingo cincenzo e frio, em um dia de sol, sol da PIPA!!!!!.
Com o carinho da
Ana Helena Fagundes
Brasília DF
A PRAIA DA PIPA DOS MEUS AVÓS - Depoimentos
É, meu caro Ormuz. É tudo verdade e a saudade se justifica. Pena que este e outros paraísos de nosso tempo, estejam sendo transformados em mera fonte de lucro indevido de poucos e inescrupulosos mercadores, à revelia da autoridade do Estado. Mas, vozes como a sua, são necessárias para que se acordetodo mundo e se possa salvar alguma coisa.
Um abraço do amigo,
José Augusto Freitas Sobrinho-Zezé
Recife-PE
Um abraço do amigo,
José Augusto Freitas Sobrinho-Zezé
Recife-PE
A PRAIA DA PIPA DOS MEU AVÓS - Depoimentos
Olá amigo parabéns por escrever coisas tão belas e verdadeiras, principalmente o desabafo sobre a ganância desenfreada em detrimento do meio ambiente; quem sabe a partir desse relato o poder público possa acordar e verificar que as perdas são muito maiores do que os lucros. Acredito que nossos netos e bisnetos terão que contemplar essas maravilhas somente em fotos e vídeos.
Jorge Magno
Natal - RN
sábado, 4 de julho de 2009
A PRAIA DA PIPA DOS MEUS AVÓS - MATÉRIA PUBLICADA NA TRIBUNA DO NORTE EM 05.07.2009
ORMUZ BARBALHO SIMONETTI (Genealogista e historiador)
PIPA, saudosas lembranças
Tenho saudade dos veraneios das décadas de 70 e 80. Vez por outra, me pego em saudoso devaneio lembrando aquela época. Isso ocorre principalmente quando vejo a praia sendo tão maltratada por aqueles que teriam a responsabilidade de cuidar. As falésias, invadidas pelas pousadas, estão pontilhadas de cano de esgoto, propiciando aos que por ali passam uma triste visão e a sensação de que estamos perdendo a guerra contra esse tipo de pessoas. Em alguns pontos, os canos são bem visíveis. Indicam que ali não se tem nenhum respeito pela natureza nem com o próprio lugar onde vive com a família.
Quando vejo aquele pequeno pedaço de praia, que com certeza é a menor do Brasil, sem espaço para os banhistas, apinhada de sombrinhas e de vendedores, causa-me um extremo desconforto. É um verdadeiro mercado persa, onde se vende todo tipo de mercadorias, desde alimentos de duvidosa higiene a roupas, artesanatos e, ultimamente, mais uma modalidade de exploração comercial: o aluguel de cadeiras e sombrinhas. A desorganização é total. Não existem regras para nada, ou pelo menos não as percebemos. As sombrinhas de praia tomam conta de toda a pequena orla. Os comerciantes do local, no afã de ganhar mais dinheiro, invadem o pequeno espaço que os banhistas têm para se locomover, chegando ao ponto de colocarem as sombrinhas até dentro d’água, acompanhando a vazante da maré. E tudo isso sob os olhos complacentes do poder público, que nada faz para modificar essa situação.
Tenho saudade sim, daqueles veraneios de outrora, quando podíamos andar pela praia sem ter que se deparar com esse tipo de situação. Não quero com isso dizer que sou contra o progresso, principalmente aquele que traz benefícios à população. Todavia sou terminantemente contra o progresso a qualquer custo. Aquele que é feito sem o mínimo planejamento, desorganizado, poluidor e destruidor, que passa por cima de tudo e de todos, contanto que atinjam seus objetivos mercantilistas. De uns tempos prá cá, o lema na Pipa constitui-se em: dinheiro e lucro a qualquer custo!
Tenho saudade de quando andava pela praia pisando na areia branca que, de tão alvas e macias, dava vontade de se deitar. Ainda posso ouvir o rangido fino que elas produziam quando pisávamos com mais força ou então quando corríamos sobre elas. Quantas vezes, depois de uma noite de “serenatas”, ficávamos a conversar naquelas areias até alta madrugada... Por vezes, dormíamos ali mesmo. Não tínhamos medo, pois não havia motivo para tal. Até o final da década de 80 não me lembro ter acontecido na Pipa, nenhum fato que envolvesse violência. Era comum as pessoas dormirem em suas casas com as janelas abertas, sem nenhum receio. E como era bonito acordar bem cedinho e olhar os botes ancorados no porto, naquele seu indolente balançar.
Quando os primeiros raios do sol surgiam por cima do morro do “cruzeiro”, revelavam toda a exuberância de um pedaçinho da mata atlântica, naquele tempo, totalmente preservada. Infelizmente não posso dizer o mesmo nos dias de hoje. Basta dar uma olhada à noite pra ver o foco das luzes dentro da mata que cobre o morro, para que se percebam as construções que lá existem. Irregulares? . . . Não sei!
Quantas vezes eu amanheci naquelas areias contemplando a imensidão do oceano iluminado pelos primeiros raios do sol... Logo era invadido por uma profunda paz de espírito, como sentindo a presença Divina. A contemplação da natureza em todas as suas formas nos propicia esse estado de paz e bonança com o Criador.
Sim, tenho muita saudade das noites dormidas nos alpendres. Das brincadeiras de dar “nó de jabá” no punho das redes dos mais descuidados ou dos incautos “visitantes”. Os namorados das nossas primas eram os nossos principais alvos. Alguns dos rapazes mais afoitos além de dar o famigerado nó, colocavam a rede de volta nos armadores e com o peso de seu corpo arrochava o máximo que pudesse. Depois, ainda urinava em cima para que o infeliz não pudesse usar os dentes para desatá-lo. Que maldade! O coitado tinha que se arrumar lá pelas areias da praia, e certamente amanhecia o dia sem pregar olhos.
Essa era a Pipa dos anos dourados. Ocorreu-me agora a lembrança dos versos de uma música do poeta Dorival Caymmi, eterno apaixonado por sua terra. Diz muito da Pipa daquela época, do tempo da beleza, talvez do tempo da delicadeza.
“. . . É quando o sol vai quebrando, lá pra o fim do mundo pra a noite chegar
É quando se ouve mais forte, o ronco das ondas na beira do mar
É quando a cansaço da vida, da lida obriga João se sentar
É quando a morena se enrosca se chega pro lado querendo agradar
Se a noite é de lua a vontade é contar mentiras é se espreguiçar
Deitar na areia da praia que acaba onde a vista não pode alcançar
E assim adormece esse homem que nunca precisa dormir pra sonhar
Porque não há sonho mais lindo do que sua terra, não há.”
PIPA, saudosas lembranças
Tenho saudade dos veraneios das décadas de 70 e 80. Vez por outra, me pego em saudoso devaneio lembrando aquela época. Isso ocorre principalmente quando vejo a praia sendo tão maltratada por aqueles que teriam a responsabilidade de cuidar. As falésias, invadidas pelas pousadas, estão pontilhadas de cano de esgoto, propiciando aos que por ali passam uma triste visão e a sensação de que estamos perdendo a guerra contra esse tipo de pessoas. Em alguns pontos, os canos são bem visíveis. Indicam que ali não se tem nenhum respeito pela natureza nem com o próprio lugar onde vive com a família.
Quando vejo aquele pequeno pedaço de praia, que com certeza é a menor do Brasil, sem espaço para os banhistas, apinhada de sombrinhas e de vendedores, causa-me um extremo desconforto. É um verdadeiro mercado persa, onde se vende todo tipo de mercadorias, desde alimentos de duvidosa higiene a roupas, artesanatos e, ultimamente, mais uma modalidade de exploração comercial: o aluguel de cadeiras e sombrinhas. A desorganização é total. Não existem regras para nada, ou pelo menos não as percebemos. As sombrinhas de praia tomam conta de toda a pequena orla. Os comerciantes do local, no afã de ganhar mais dinheiro, invadem o pequeno espaço que os banhistas têm para se locomover, chegando ao ponto de colocarem as sombrinhas até dentro d’água, acompanhando a vazante da maré. E tudo isso sob os olhos complacentes do poder público, que nada faz para modificar essa situação.
Tenho saudade sim, daqueles veraneios de outrora, quando podíamos andar pela praia sem ter que se deparar com esse tipo de situação. Não quero com isso dizer que sou contra o progresso, principalmente aquele que traz benefícios à população. Todavia sou terminantemente contra o progresso a qualquer custo. Aquele que é feito sem o mínimo planejamento, desorganizado, poluidor e destruidor, que passa por cima de tudo e de todos, contanto que atinjam seus objetivos mercantilistas. De uns tempos prá cá, o lema na Pipa constitui-se em: dinheiro e lucro a qualquer custo!
Tenho saudade de quando andava pela praia pisando na areia branca que, de tão alvas e macias, dava vontade de se deitar. Ainda posso ouvir o rangido fino que elas produziam quando pisávamos com mais força ou então quando corríamos sobre elas. Quantas vezes, depois de uma noite de “serenatas”, ficávamos a conversar naquelas areias até alta madrugada... Por vezes, dormíamos ali mesmo. Não tínhamos medo, pois não havia motivo para tal. Até o final da década de 80 não me lembro ter acontecido na Pipa, nenhum fato que envolvesse violência. Era comum as pessoas dormirem em suas casas com as janelas abertas, sem nenhum receio. E como era bonito acordar bem cedinho e olhar os botes ancorados no porto, naquele seu indolente balançar.
Quando os primeiros raios do sol surgiam por cima do morro do “cruzeiro”, revelavam toda a exuberância de um pedaçinho da mata atlântica, naquele tempo, totalmente preservada. Infelizmente não posso dizer o mesmo nos dias de hoje. Basta dar uma olhada à noite pra ver o foco das luzes dentro da mata que cobre o morro, para que se percebam as construções que lá existem. Irregulares? . . . Não sei!
Quantas vezes eu amanheci naquelas areias contemplando a imensidão do oceano iluminado pelos primeiros raios do sol... Logo era invadido por uma profunda paz de espírito, como sentindo a presença Divina. A contemplação da natureza em todas as suas formas nos propicia esse estado de paz e bonança com o Criador.
Sim, tenho muita saudade das noites dormidas nos alpendres. Das brincadeiras de dar “nó de jabá” no punho das redes dos mais descuidados ou dos incautos “visitantes”. Os namorados das nossas primas eram os nossos principais alvos. Alguns dos rapazes mais afoitos além de dar o famigerado nó, colocavam a rede de volta nos armadores e com o peso de seu corpo arrochava o máximo que pudesse. Depois, ainda urinava em cima para que o infeliz não pudesse usar os dentes para desatá-lo. Que maldade! O coitado tinha que se arrumar lá pelas areias da praia, e certamente amanhecia o dia sem pregar olhos.
Essa era a Pipa dos anos dourados. Ocorreu-me agora a lembrança dos versos de uma música do poeta Dorival Caymmi, eterno apaixonado por sua terra. Diz muito da Pipa daquela época, do tempo da beleza, talvez do tempo da delicadeza.
“. . . É quando o sol vai quebrando, lá pra o fim do mundo pra a noite chegar
É quando se ouve mais forte, o ronco das ondas na beira do mar
É quando a cansaço da vida, da lida obriga João se sentar
É quando a morena se enrosca se chega pro lado querendo agradar
Se a noite é de lua a vontade é contar mentiras é se espreguiçar
Deitar na areia da praia que acaba onde a vista não pode alcançar
E assim adormece esse homem que nunca precisa dormir pra sonhar
Porque não há sonho mais lindo do que sua terra, não há.”
quarta-feira, 1 de julho de 2009
A PRAIA DA PIPA DOS MEU AVÓS - Depoimentos
ASSIM ERA JOÃO PRIMÊNIO
Li há poucos dias no jornal “Tribuna do Norte” uma crônica da série que vem sendo escrita pelo historiador Ormuz Barbalho Simonetti acerca da Praia da Pipa e de sua gente. Desta vez, no entanto, o personagem da história era o seu primo João Primênio Barbalho Simonetti, magistrado com todos os dons indispensáveis à prática da Justiça: tranqüilo, ponderado, simples, equilibrado, inteligente, ético sobretudo.
Não tive com ele mais aproximação. Mesmo assim o admirava porque a sua estatura de magistrado o fazia admirar. O que a respeito de sua crônica contou Ormuz retrata, com excepcional exatidão, com a mais absoluta fidelidade, a personalidade do Dr. João Primênio: nada o alterava, nada ameaçava o seu equilíbrio.
Um seu gesto quando eu ainda engatinhava como advogado fez-me responsável pelo profissional que eu teria que ser.
Em um fim de tarde quando eu chegava ao fórum, ao tempo em que se encontrava instalado num pardieiro da Av. Rio Branco. Procurava fazer entrega no então 3° Cartório Cível, do qual era escrivão o meu saudoso amigo Fernando Carvalho, da inicial de uma ação. Sentado ao fundo da sala se encontrava o Juiz João Primênio. Ao ver-me indagou: “A petição esta distribuída a mim?” Confirmada a distribuição, pediu-me para levá-la até onde ele se encontrava. E ai, retirando do bolso a sua caneta lançou o clássico despacho: “Como pede”. Eu surpreso disse-lhe: “Dr. João Primênio o senhor sequer leu a minha petição para despachá-la... E ele interrompendo o que lhe dizia, foi peremptório: “Sei que o senhor não pede uma indignidade.”
Realmente, era assim o correto magistrado João Primênio Barbalho Simonetti que conheci.
Eider Furtado
Advogado
Li há poucos dias no jornal “Tribuna do Norte” uma crônica da série que vem sendo escrita pelo historiador Ormuz Barbalho Simonetti acerca da Praia da Pipa e de sua gente. Desta vez, no entanto, o personagem da história era o seu primo João Primênio Barbalho Simonetti, magistrado com todos os dons indispensáveis à prática da Justiça: tranqüilo, ponderado, simples, equilibrado, inteligente, ético sobretudo.
Não tive com ele mais aproximação. Mesmo assim o admirava porque a sua estatura de magistrado o fazia admirar. O que a respeito de sua crônica contou Ormuz retrata, com excepcional exatidão, com a mais absoluta fidelidade, a personalidade do Dr. João Primênio: nada o alterava, nada ameaçava o seu equilíbrio.
Um seu gesto quando eu ainda engatinhava como advogado fez-me responsável pelo profissional que eu teria que ser.
Em um fim de tarde quando eu chegava ao fórum, ao tempo em que se encontrava instalado num pardieiro da Av. Rio Branco. Procurava fazer entrega no então 3° Cartório Cível, do qual era escrivão o meu saudoso amigo Fernando Carvalho, da inicial de uma ação. Sentado ao fundo da sala se encontrava o Juiz João Primênio. Ao ver-me indagou: “A petição esta distribuída a mim?” Confirmada a distribuição, pediu-me para levá-la até onde ele se encontrava. E ai, retirando do bolso a sua caneta lançou o clássico despacho: “Como pede”. Eu surpreso disse-lhe: “Dr. João Primênio o senhor sequer leu a minha petição para despachá-la... E ele interrompendo o que lhe dizia, foi peremptório: “Sei que o senhor não pede uma indignidade.”
Realmente, era assim o correto magistrado João Primênio Barbalho Simonetti que conheci.
Eider Furtado
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