“Nos primeiros tempos da
colonização, Estremoz, com seu colégio Jezuítas, onde se educou o grande índio
Poti, e sua lagoa povoada de lendas, era o ponto mais avançado no caminho que
ia a capital. Pouco adiante do taboleiro, era a mata virgem e misteriosa donde
não mais voltavam muitos que nela penetrassem. O nome Boca da Mata, como era
denominado a região que é hoje o Ceará-Mirim, das terras ubertosas e dos
extremos canaviais, infundia certo pavor”. (Manoel Dantas, in “Homens de
Outrora”, Editora Sebo Vermelho. Natal, RN, 2001).
Os Engenhos Contam a História do Vale
No século XVII, quando os portugueses chegaram oficialmente ao Vale do Ceará-Mirim, os índios Potiguares, chefiados por Felipe Camarão, o índio Poti, já habitavam a localidade de Guajiru, as margens do Rio Pequeno, hoje Rio Ceará-Mirim. Logo após a saída dos padres jesuítas, os índios negociaram suas terras com os colonizadores portugueses, os quais utilizaram o trabalho escravo para desenvolverem a economia do lugar, através do plantio de cana-de-açúcar.
No século XVII, quando os portugueses chegaram oficialmente ao Vale do Ceará-Mirim, os índios Potiguares, chefiados por Felipe Camarão, o índio Poti, já habitavam a localidade de Guajiru, as margens do Rio Pequeno, hoje Rio Ceará-Mirim. Logo após a saída dos padres jesuítas, os índios negociaram suas terras com os colonizadores portugueses, os quais utilizaram o trabalho escravo para desenvolverem a economia do lugar, através do plantio de cana-de-açúcar.
O Vale prosperou e cresceu a partir da produção canavieira e, durante a fase
patriarcal e escravocrata do açúcar, tornou-se referência de ostentação e de
muito luxo, tendo seus senhores de engenhos possuindo carruagens forradas com
seda e promovendo pomposas festas para a aristocracia nos salões dos seus
Casarões...
Ceará Mirim teve sua origem ligada à criação da primeira Vila do Rio Grande do
Norte, a Vila de Estremoz, sucedânea da antiga Aldeia de São Miguel do Guajirú,
que foi suprimida por Ordem Régia do rei de Portugal, Dom José I, datada de 3
de setembro de 1759. A Vila Nova de Estremoz foi instalada no dia 3 de maio de
1760.
Ceará Mirim, que na época chamava-se Boca da Mata e pertencia a Estremoz, passou a ser sede do município em 18 de agosto de 1855, sendo chamada Vila de Ceará Mirim. A vila recebeu foros de cidade em 9 de junho de 1882, pela Lei número 837.
Ceará Mirim, que na época chamava-se Boca da Mata e pertencia a Estremoz, passou a ser sede do município em 18 de agosto de 1855, sendo chamada Vila de Ceará Mirim. A vila recebeu foros de cidade em 9 de junho de 1882, pela Lei número 837.
De acordo com Luís da Câmara Cascudo, a origem do nome da cidade é dada pela
“Seara, várzea do Seara”, rio mencionado pelo historiador no livro “Nomes da
Terra”, Sebo Vermelho Edições, que tinha sua nascente entre Lajes e Angicos,
atravessando os municípios de João Câmara e Taipu, despejando no mar na Barra
de Inácio de Góis. A tradução do vocábulo “Ceará”, segundo o escritor José de
Alencar é “fala ou canto do papagaio”.
“No Vale cobriu-se de canaviais e, sede de rico patriarcado agrícola e industrial, com elegância e poderio econômico, Ceará-Mirim tornou-se um dos primeiros municípios da Província do Estado”, escreveu Câmara Cascudo.
O município está localizado a 33 km de Natal, na região do Mato Grande. A cidade preserva alguns casarios do início do século XIX, construídos no auge da produção açucareira.
“No Vale cobriu-se de canaviais e, sede de rico patriarcado agrícola e industrial, com elegância e poderio econômico, Ceará-Mirim tornou-se um dos primeiros municípios da Província do Estado”, escreveu Câmara Cascudo.
O município está localizado a 33 km de Natal, na região do Mato Grande. A cidade preserva alguns casarios do início do século XIX, construídos no auge da produção açucareira.
A economia local continua tendo como grande referencial os produtos agrícolas,
com destaque para a produção de cana-de-açúcar, banana, goiaba e mamão. O vale
também oferece uma variedade de produtos como a avicultura, o pescado, produção
de rapadura e o turismo. O artesanato é representado por vasos de argila e
peças ornamentais de cerâmica, abundantes na região.
No folclore, destacam-se os Caboclinhos do Ceará Mirim, que desde o ano de 1952 apresentam-se para o povo. É também Ceará Mirim o município onde existe o maior número de lendas. Entre elas, destaca-se “O Porão e a Lenda da Cabeça”.
No folclore, destacam-se os Caboclinhos do Ceará Mirim, que desde o ano de 1952 apresentam-se para o povo. É também Ceará Mirim o município onde existe o maior número de lendas. Entre elas, destaca-se “O Porão e a Lenda da Cabeça”.
A tradicional festa da padroeira da cidade, Nossa Senhora da Conceição,
acontece entre os dias 28 de novembro ao dia 8 de dezembro, com extensa
programação cultural, religiosa e festiva...
Casarios contam a história
O Solar Antunes é um imponente casarão no centro da cidade, foi construído em 1888, em estilo colonial, pertenceu à família Antunes e foi doado por Rui Pereira Júnior, seu último herdeiro, para ser a sede da Prefeitura Municipal.
Iniciada pelo Frei Ibiapina, a Matriz de Nossa Senhora da Conceição, levou longos 40 anos para ser construída. Atualmente, a igreja é considerada um dos maiores templos religiosos do Rio Grande do Norte.
Casarios contam a história
O Solar Antunes é um imponente casarão no centro da cidade, foi construído em 1888, em estilo colonial, pertenceu à família Antunes e foi doado por Rui Pereira Júnior, seu último herdeiro, para ser a sede da Prefeitura Municipal.
Iniciada pelo Frei Ibiapina, a Matriz de Nossa Senhora da Conceição, levou longos 40 anos para ser construída. Atualmente, a igreja é considerada um dos maiores templos religiosos do Rio Grande do Norte.
Reformado recentemente pela Prefeitura Municipal, o Mercado do Café é o marco
de uma economia ativa e próspera durante o ciclo canavieiro. Construído por
volta de 1880, o mercado era um grande entreposto para a comercialização dos
produtos da cana de açúcar (rapadura, mel, álcool, açúcar, melaço e
aguardente).
Inaugurada em 1906, a Estação Ferroviária de Ceará-Mirim integra a população cearamirinense com a capital do Estado. Nos seus vagões, o tem trazia novos comerciantes para a cidade e levava a produção do Vale para Natal.
Os Engenhos do Vale
Inaugurada em 1906, a Estação Ferroviária de Ceará-Mirim integra a população cearamirinense com a capital do Estado. Nos seus vagões, o tem trazia novos comerciantes para a cidade e levava a produção do Vale para Natal.
Os Engenhos do Vale
A paisagem bucólica, entre verdes canaviais, palmeiras imperiais e frondosas
mangueiras, esconde verdadeiros tesouros históricos. Dezenas de Engenhos,
alguns em ruínas e no completo abandono, outros intactos e preservados, formam
a “Rota dos Engenhos”, projeto turístico da prefeitura de Ceará-Mirim.
O Museu Nilo Pereira, antiga Casa Grande do Engenho Guaporé, construído em 1850, é de grande importância para a história do RN. Uma das razões é que abrigou o governador da Província, Vicente Inácio Pereira, por volta de 1860. Completamente entregue às traças e morcegos, o Museu Nilo Pereira pertence à Fundação José Augusto, que usa o lugar como depósito.
O Museu Nilo Pereira, antiga Casa Grande do Engenho Guaporé, construído em 1850, é de grande importância para a história do RN. Uma das razões é que abrigou o governador da Província, Vicente Inácio Pereira, por volta de 1860. Completamente entregue às traças e morcegos, o Museu Nilo Pereira pertence à Fundação José Augusto, que usa o lugar como depósito.
Na propriedade onde existiu o Engenho Santa Theresa, cuja lembrança é uma
enorme chaminé que resistiu ao tempo e permanece de pé, há uma nascente de água
cristalina, chamada de “Banho das Escravas”. Como o nome sugere, era o local
onde as escravas se banhavam e lavavam as roupas dos seus senhores.
Algumas edificações estão completamente em ruínas, deixando a mostra suas paredes de tijolos duplos, expondo toda a imponência de outras épocas. O velho Engenho Carnaubal, o primeiro do Vale, construído em 1840, oferece ao visitante uma referência da grandeza da arquitetura usada pelos Barões do Açúcar. O engenho Ilha Bela, construído em 1888 pelo Coronel José Felix da Silveira Varela, também está em pleno estado de ruínas.
Algumas edificações estão completamente em ruínas, deixando a mostra suas paredes de tijolos duplos, expondo toda a imponência de outras épocas. O velho Engenho Carnaubal, o primeiro do Vale, construído em 1840, oferece ao visitante uma referência da grandeza da arquitetura usada pelos Barões do Açúcar. O engenho Ilha Bela, construído em 1888 pelo Coronel José Felix da Silveira Varela, também está em pleno estado de ruínas.
A terra do Engenho Verde Nasce guarda uma das maiores curiosidades do Vale: o
“Túmulo de Emma”. Uma construção onde foi sepultada uma inglesa chamada Emma.
Conta a lenda do lugar, que o jovem Victor Barroca, filho do proprietário do
engenho Verde Nasce, Marcelo Barroca, foi estudar na Inglaterra e casou-se com
uma moça inglesa, vindo morar no engenho.
Ao acompanhar o marido, Emma não resistiu ao clima e faleceu em 1881 (data da lápide). Naquele tempo, a Igreja Católica não permitiu o sepultamento num cemitério, uma vez que sua religião era Anglicana. Seu esposo mandou construir o túmulo no alto de uma colina – local onde o casal costumava passar as tardes – rendendo todas as homenagens possíveis.
Ao acompanhar o marido, Emma não resistiu ao clima e faleceu em 1881 (data da lápide). Naquele tempo, a Igreja Católica não permitiu o sepultamento num cemitério, uma vez que sua religião era Anglicana. Seu esposo mandou construir o túmulo no alto de uma colina – local onde o casal costumava passar as tardes – rendendo todas as homenagens possíveis.
A preservação do Patrimônio Histórico está garantida pela conservação de alguns
engenhos, uns continuam fechados, mas outros estão em pleno funcionamento. O
Engenho Mucuripe, fundado em 1935 por Rui Pereira, o mais antigo em atividade
na região, produz anualmente rapadura de boa qualidade, mel e açúcar mascavo.
A Casa Grande do Engenho São Francisco, onde hoje funciona o escritório da
Usina Açucareira do Vale do Ceará Mirim, foi residência do Barão do Ceará
Mirim. Construído no final do século XVIII, em estilo colonial, o casarão
resiste ao tempo e preserva seus traços da arquitetura portuguesa.
Uma gôndola decora a praça do Parque da Cidade, construída em homenagem a cidade portuguesa de Vagos, coirmã de Ceará-Mirim. O Parque da Cidade é um terminal turístico, com uma infraestrutura pronta para atender o visitante.
Uma gôndola decora a praça do Parque da Cidade, construída em homenagem a cidade portuguesa de Vagos, coirmã de Ceará-Mirim. O Parque da Cidade é um terminal turístico, com uma infraestrutura pronta para atender o visitante.