O INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE viveu na tarde-noite de ontem (dia 14 de setembro) um momento de culto à história, com a excelente palestra do Engenheiro Manoel Negreiros, dissertando com riqueza de detalhes o tema: "A História e a Construção da Ponte de Igapó".
domingo, 17 de setembro de 2017
sábado, 16 de setembro de 2017
domingo, 20 de agosto de 2017
OCUPAÇÃO CEARÁ-MIRIM
O MOVIMENTO OCUPAÇÃO CEARÁ-MIRIM é um movimento cultural, idealizado pela Diretoria do IHGRN, que tem por finalidade apresentar o município, sua cultura e seus artistas a sociedade Norte-riograndense e estimular outros municípios do Estado para também fazer essa ocupação divulgando o que há de melhor na cultura de sue município.
ASSISTA O VÍDEO - https://youtu.be/osn5FOxeAjc
segunda-feira, 12 de junho de 2017
UMA NOITE DE ALEGRIA - REABERTURA DO IHGRN
Foi indiscutivelmente uma noite de alegria - O
Instituto Histórico e Geográfico reabre as suas portas para os seus associados
e para o público.
Contando com as bênçãos da
Igreja, através do associado e amigo, Padre Bianor Júnior, tem início a
solenidade oficial comandada pelo Presidente Ormuz Barbalho Simonetti
Várias autoridades prestigiaram o
Evento - Juiz Federal Ivan Lira de Carvalho, representando o Poder Judiciário,
Deputado Hermano Morais, representando o Poder Legislativo Estadual, Iaperi
Araújo, Presidente do Conselho de Cultura, os Eminentes Presidentes Honorários
Jurandyr Navarro da Costa e Valério Alfredo Mesquita, Lúcio Teixeira dos Santos,
Presidente da Academia de Letras Jurídicas do Rio Grande do Norte, Vereadoras
Eleika Bezerra, Júlia Arruda e Nina Souza. Também compareceram os integrantes
da Diretoria.
Após a execução do Hino Nacional
Brasileiro, pela Banda de Música da Gloriosa Polícia Militar do Estrado, o
Presidente Ormuz fez o discurso oficial da solenidade e, em seguida, registrou
a outorga de títulos de Sócios Beneméritos aos jornalistas Dirceu Simabucuru e
Priscilla Simonetti, entregues na INTERTV e os títulos de Amigo do IHGRN ao
Deputado Hermano Morais, Vereadoras Eleika Bezerra, Júlia Arruda e Nina Souza.
Inaugurada a Exposição
"Presença Viva de Dorian Gray Caldas", com o descerramento de faixa
pelo Presidente Ormuz e o Presidente do Conselho de Cultura Iaperi Araújo, na
ocasião também representando Dione Caldas, filha e curadora da exposição do
acervo do imortal artista. Na sequência convidou os presentes para constatarem
as melhorias realizadas no prédio.
Terminada a solenidade, os
presentes se dirigiram ao Largo Vicente de Lemos para uma confraternização e
audição de artistas locais.
PARABÉNS.
Cerimonial: Carlos de Miranda Gomes
domingo, 7 de maio de 2017
NA RESTAURAÇÃO DA FORTALEZA, ESQUECERAM ALGUÉM!
Notícia indiscutivelmente alvissareira: A Fortaleza dos Reis Magos retornará à administração do Governo do Estado e será restaurada.
A impressa local alardeia essa boa nova com reportagens de página inteira, expondo fotos da visita feita pelos próceres estaduais e técnicos, onde pontuam alguns conhecidos personagens da política e da administração. Parabéns.
Contudo, voltando um pouquinho no tempo, vale relembrar que o passo inicial para essa boa solução aconteceu graças às gestões do então Superintendente, Dr. ARMANDO ROBERTO HOLANDA LEITE, que elegeu como sua meta, a curso prazo, a revisão do pedido de retorno do monumento histórico maior da nossa cidade para a administração do Governo do Estado, mediante determinadas exigências, como já havia conseguido com o levantamento do embargo do prédio do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte.
quarta-feira, 12 de abril de 2017
Tendo em conta o projeto de modificação estatutária, criando cadeiras para os associados, conforme seleção de 200 Patronos Ilustres, o IHGRN tem a necessidade de saber o interesse dos associados em assumir essas cadeiras, com os encargos decorrentes, um dos quais estarem adimplentes, foi expedido um Ofício Circular para se obter as respostas necessárias, conforme abaixo:
De: Instituto Histórico e Geográfico do RN
Enviado: sexta-feira, 7 de abril de 2017 11:26Para: TODOS OS ASSOCIADOS
Assunto: ENC: Manifestação de vontade - sollicita expressar
OFÍCIO CIRCULAR No 001/2017
= PARA TODOS OS SÓCIOS =
Caro Confrade
O Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte passará por transformações estruturais significativas, com a alteração do Estatuto Social, instituição do Regimento Interno e criação de Cadeiras com os seus respectivos Patronos, a exemplo da maioria das instituições congêneres do pais.
Nesse sentido, necessário se faz manifestar a sua intenção de continuar integrando o quadro de sócios dessa instituição cultural, através da manifestação da sua vontade, expressada por escrito.
Caso seja manifestada a vontade de continuar integrando o IHGRN, imperativo se faz a colaboração real e efetiva do sócio, no dia a dia da instituição.
Caso não haja essa manifestação formal, até o dia trinta de abril do ano de dois mil e dezessete (30/04/2017), entender-se-á que não há interesse em continuar como sócio desta casa e, portanto, o desligamento da sociedade será automático.
A DIRETORIA
OBS.: Os associados adimplentes permanecerão na categoria de sócio efetivo, mas sem vinculação às cadeiras.
quarta-feira, 5 de abril de 2017
TRANSFERËNCIA DO ACERVO DO IHGRN
INICIADA A TRANSFERÊNCIA DO ACERVO DO IHGRN PARA AS NOVAS E MODERNAS ESTANTES DESLIZANTES
MATERIAL SENDO PREVIAMENTE SEPARADO
LIVROS RECEBEM A PRIMEIRA LIMPEZA
SEPARADOS OS DUPLICATAS
CAIXAS COM CURRÍCULOS E OUTROS DOCUMENTOS QUE
CONTAM A HISTÓRIA DOS SÓCIOS IHGRN
DEPOIS DE PRIMEIRA LIMPEZA SEGUE PARA AS ESTANTES
Após todo o acervo ser transferido iniciaremos a catalogação por uma equipe da Universidade Federal do RN sob o comando da Professora Antônia Neta a maior especialista do Estado em organização em BIBLIOTECAS.
domingo, 2 de abril de 2017
SOLENIDADE POR OCASIÃO DOS 115 ANOS DO IGHRN
Jurandyr Navarro- Presidente Honorário, Roberto Lima - Vice Presidente, Dom Jaime Vieira Rocha - Arcebispo Metropolitano de Natal, Ormuz Simonetti - Presidente, Carlos Gomes -Assessor Jurídico, Odúlio Botelho - Secretário geral e Diógenes da Cunha Lima - Presidente da Academia Norteriograndense de Letras.
Discurso de Abertura da Solenidade
Inauguração do retrato (pintura À óleo) do ex-governador André de Albuquerque Maranhão pelo Presidente do IHGRN e o tetra-sobrinho-neto do ex-governador, Paulo Maranhão.
Os novos Sócios do IHGRN- Categoria Efetivo: Padre Bianor, ex Secretária de Educação do RN Betânia Ramalho, Magnífica Reitora da UFRN Ângela Paiva e o empresário Antônio Gentilna categoria de Sócio Benemérito.
Entrega do título de Sócia Efetiva a Magnífica Reitora da UFRN, Ângela Paiva. Na mesa o Presidente da ANL, e o Superintendente do IPHAN Armando Holanda.
Entrega do Título de Sócio Efetivo ao padre Bianor ao lado do Arcebispo Metropolitano Dom Jaime Vieira.
O empresário Antônio Gentil recebe o Título de Sócio Benemérito ao lado de sua família.
OS NOVOS SÓCIOS DO IHGRN
sábado, 1 de abril de 2017
INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RN
COM A SUSPENÇÃO DO EMBARGO DO IPHAN QUE DUROU UM ANO E MEIO,
INICIAMOS A PINTURA DO CENTENÁRIO PRÉDIO PELO LADO DE FORAsábado, 25 de março de 2017
PUBLICAÇÃO DE REVISTA HISTÓRICA
Dia 29 de março de 2017, comemoramos 115 anos do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte - IHGRN, Nessa ocasião faremos o lançamento fac-similar da Revista publicada em 1917 sobre a Revolução pernambucana e o arcabuzamento do Padre Miguelinho, mártir potiguar. Serão apenas 200 exemplares, carimbados, numerados e assinados. UMA REVISTA PARA COLECIONADORES DE GRANDES OBRAS.
segunda-feira, 13 de março de 2017
quinta-feira, 9 de março de 2017
HOMENAGEM AOS QUE FORAM PROFESSORES
PROFESSOR RUY MIRANDA (Padre Ruy Miranda)
Por Gerinaldo Moura da Silva
Foi nessa cidade, que o Ruy Miranda iniciou seus estudos preliminares, no tradicional Grupo escolar “Capitão José da Penha”.
Sob os cuidados do então Cônego Manoel Tavares de Araújo (depois Bispo de Caicó e Arcebispo do Rio Grande do Norte), matriculou-se no Pré-Seminário, no ano de 1941. No ano seguinte, entrou para o Seminário de São Pedro, onde cursou o Primário e concluiu o Segundo Grau no ano de 1947.
Em 1948, Ruy Miranda entrou para o Seminário Maior de Fortaleza, localizado na Prainha, onde colou grau em Teologia, graduando-se também em Filosofia no ano de 1953.
Em 1948, Ruy Miranda entrou para o Seminário Maior de Fortaleza, localizado na Prainha, onde colou grau em Teologia, graduando-se também em Filosofia no ano de 1953.
Voltou ao Rio Grande do Norte, e no dia 15 de novembro de 1953 foi ordenado pelo então Bispo Metropolitano D. Marcolino Esmeraldo de Souza Dantas, na Catedral de Nossa Senhora da Apresentação, e no dia 21 de novembro, 06 (seis) dias após sua ordenação, celebrou a primeira Missa em Natal, dentro das comemorações do Bicentenário de Fundação da Paróquia de Nossa Senhora da Apresentação.
Logo depois, foi nomeado Vigário Coadjutor da Paróquia de Nossa Senhora da Apresentação, de onde saiu para o Vicariato das paróquias de Nísia Floresta (RN) e Arês (RN), onde permaneceu até o dia 04(quatro) de fevereiro de 1956, quando assumiu, ainda muito jovem, a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, em Ceará-Mirim, permanecendo até sua morte.
Assim como foi o responsável pelas reformas das antigas igrejas de Arês e Nísia Floresta, Padre Ruy Miranda, também fez reformas na Matriz de Nossa Senhora da Conceição, iniciando pelas torres góticas, que eram revestidas de um cimento colorido com faixas de cimento branco, mandando revesti-las com a cerâmica que permanece até os dias atuais, isso no ano de 1957, 01 (um) ano após sua chegada à cidade do verde vale.
Assim como foi o responsável pelas reformas das antigas igrejas de Arês e Nísia Floresta, Padre Ruy Miranda, também fez reformas na Matriz de Nossa Senhora da Conceição, iniciando pelas torres góticas, que eram revestidas de um cimento colorido com faixas de cimento branco, mandando revesti-las com a cerâmica que permanece até os dias atuais, isso no ano de 1957, 01 (um) ano após sua chegada à cidade do verde vale.
Outra grande obra foi a mudança da cobertura da Matriz, na nave central, quando o então prefeito Edgar de Gouveia Varela e a senhora Ednólia Melo fizeram a doação das telhas de amianto, substituindo o telhado antigo, no ano de 1978, além de fazer o revestimento em mármore de toda faixada interior do templo, e na área externa, pedras decorativas, passando para a casa paroquial e sacristia.
Seu sacerdócio também foi destaque na área da Educação. Chegando a Ceará-Mirim, quando recebeu do Governador Aluízio Alves a incumbência de dirigir o a nova escola que estava sendo construída em Ceará-Mirim, o antigo Ginásio Industrial de Ceará-Mirim, hoje, Escola Estadual Monsenhor Celso Cicco, onde também se destacou como professor de língua inglesa, permanecendo como diretor por 20 (vinte) anos, sendo substituído pelo professor Iran Rodrigues Costa, que foi o primeiro diretor eleito.
Em 1957, para atender à demanda das crianças da educação infantil e curso primário, ele fundou o Instituto Imaculada Conceição, que funcionou durante muitos anos conveniado ao Governo do Estado, Companhia Açucareira Vale do São Francisco e Prefeitura Municipal de Ceará-Mirim, dentre outros vários convênios assinados com instituições dentro e fora do país, bem como com o Governo Federal.
Padre Ruy Miranda tinha uma visão de futuro, e procurou por todos os meios, dotar nossa cidade de uma estrutura educacional que atendesse à todas as faixas etárias escolares. Pensando assim, ele também fundou o Ginásio Comercial Básico de Ceará-Mirim, destinado inicialmente à educação básica masculina, inexistente na cidade.
Padre Ruy Miranda tinha uma visão de futuro, e procurou por todos os meios, dotar nossa cidade de uma estrutura educacional que atendesse à todas as faixas etárias escolares. Pensando assim, ele também fundou o Ginásio Comercial Básico de Ceará-Mirim, destinado inicialmente à educação básica masculina, inexistente na cidade.
Reunindo um grupo de 70 (setenta) senhoras, Padre Ruy fundou a Creche Menino Jesus, que dava assistência às crianças carentes do Bairro Nova Descoberta, sendo mantida senhoras/madrinhas, conveniando-se depois com a LBA – Legião Brasileira de Assistência, através de sua presidente senhora Edinólia Melo.
Monsenhor Ruy Miranda também assumiu o cargo de Secretário Municipal de Educação, durante a gestão do prefeito Ruy Pereira Júnior, realizando nessa época um comodato com a Irmã Regina Pacis, que passava para o município o prédio centenário do antigo Ginásio Santa Águeda, para sediar a secretaria de Educação do Município, tendo sido o responsável pela implantação de reformas em favor dos professores, bem como das leis trabalhistas em vigor.
Cônego Ruy Miranda também foi responsável pela fundação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ceará-Mirim, Taipu e Maxaranguape, aparelhando-o com consultórios médico e dentário para atender aos trabalhadores e suas famílias.
Padre Ruy foi responsável pela implantação de um projeto rural em 1992, através do FCBIA, para desenvolver atividades agrícolas junto aos alunos do Curso técnico Agrícola bem como dos alunos carentes.
Durante muitos anos, criou e manteve a Banda de Música Paroquial, que tinha como seu maestro o Tenente Djalma Ribeiro da Silva.
Padre Ruy Miranda também coordenou as mudanças do Estatuto da Juventude Feminina Católica Cearamirinense, que encampou a criação do Centro Social Leci Câmara, órgão mantenedor do Abrigo São Vicente de Paula.
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segunda-feira, 6 de março de 2017
A REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA
Por: CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES
Desde a
expulsão dos holandeses em 1654 ficou latente um ideal nativista movido pela
repulsa à discriminação dos portugueses em favor dos seus patrícios, agravada
com as dificuldades oriundas de uma grande seca em 1816, gerando o contraste de
uma exacerbação tributária e a escassez de mercantilização da produção do
açúcar e do algodão e consequente período de miséria da população. Pernambuco
teve papel de destaque no movimento, pela sua pujança econômica, ganhando o
epíteto de “Leão do Norte”.
Esse descontentamento foi acrescido devido ao surgimento de ideais libertários advindos da Revolução Francesa e da Independência dos Estados Unidos frente à Inglaterra, despertando igual aspiração na América latina, caracterizada pelos desencontros na convivência entre os nativos e os reinóis.
Foi fundamental o evidente espírito eclesiástico então desenvolvido com a criação do Seminário Episcopal de Olinda, composto de intelectuais de profunda formação filosófica e política que levou a constituição de sociedades secretas, a partir da loja Areópago de Itambé, da Academia do Cabo e outras, máxime quando em 1814 foi fundada a Loja Maçônica Patriotismo, agregando Padres de grande valor, dentre os quais o potiguar Padre Miguelinho (Miguel Joaquim de Almeida e Castro), Frei Caneca (Joaquim do Amor Divino Rabelo) e, ainda, os Padres José Inácio de Abreu e Lima (Roma) – sumariamente fuzilado a mando do Conde dos Arcos quando tentava conquistar adeptos em Salvador, Deão Bernardo Luiz Ferreira e João Ribeiro Pessoa. A rebeldia contou em Pernambuco com cerca de 50 Padres e 5 Frades, daí ser conhecida, também, como Revolução dos Padres ou Revolução dos Letrados.
O movimento
emancipatório estava em cogitação para eclodir em 8 de abril com o trabalho de
algumas pessoas da região, como o comerciante Domingos José Martins, oriundo da
Bahia, educado na Inglaterra e com a missão de estimular a criação de lojas da
Maçonaria, Domingos Teotônio Jorge, Antonio José da Cruz (o Cabugá), José de
Barros Lima (o Leão Coroado) e seu genro José Mariano de Albuquerque, José Luiz
de Mendonça, Antonio Carlos de Andrada, Vicente dos Guimarães Peixoto e José Maria
Vasconcelos Bourbon quando, em 6 de março, foi precipitada a rebelião face a
uma ordem do Governo de Pernambuco em 1817, a cargo do Marechal José Roberto e
do Brigadeiro Manuel Joaquim Barbosa de Castro para efetuar a prisão dos
referidos revoltosos, no que este, ao tentar prender José de Barros Lima, foi
pelo mesmo atravessado com sua espada. Nova investida foi ordenada pelo
Governador através do Ten.Cel. Alexandre Tomás, que também tombou morto,
provocando a fuga do Governador Caetano Pinto de Miranda Montenegro, escondendo-se
no Forte do Brum, depois de um grande confronto, dando início à
revolta.
Foi organizado em 7 de março um governo provisório composto de 5 nomes, com representatividade das classes que apoiaram o movimento, tendo por Governador o Capitão Domingos Teotônio, representando o Exército, com apoio do Padre João Ribeiro Pessoa, representando o Clero, José Luiz de Mendonça, representando a Justiça e que redigiu um manifesto justificando a revolução, Domingos José Martins, pelo Comércio, Manoel Correa de Araújo, representando a Agricultura como, também, a participação de outras pessoas das classes produtoras, da magistratura, e homens considerados socialmente importantes. A posse ocorreu no dia 9 de março.
O Padre
Miguelinho ficou como Secretário de Interior, mercê da sua grande capacidade de
redigir documentos, coragem, poder de oratória, atributos consolidados com o
seu trabalho de Professor de Teologia.
Miguelinho pertenceu à Ordem Carmelita da Reforma, onde tomou o nome de Frei Miguel de São Bonifácio. Contudo, pela diversidade de seus trabalhos, conseguiu do Papa Pio VII a secularização e ficou conhecido como Padre Miguelinho, haja vista ser um homem de pequena estatura física em contraste com o seu gigantismo de patriota.
O governo provisório buscou apoio dos estados mais próximos da região Norte e Nordeste, e também de outras Nações com resultados pouco frutíferos em razão da pressão das forças militares portugueses, e pela falta de apoio popular. A Bahia sucumbiu logo.
Foi criada uma bandeira na cor azul e branca, meio a meio, com o arco Iris, o sol e a cruz. Há controvérsias sobre a estrela colocada. Para uns foram 3, representando os Estados que aderiram (Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte). Mas outros Estados também se sublevaram, como Alagoas, Bahia e possivelmente contando com a simpatia do Ceará. O mais provável é que a bandeira preponderante foi criada com uma única estrela representando Pernambuco.
Para
complementar o Governo, em 19 de março foi escolhido um Conselho ou Junta com
mais 5 membros, composta do Ouvidor Antonio Carlos Ribeiro de Andrada, o
lexicógrafo Antônio de Morais Silva, o vigário-geral do bispado Deão Bernardo,
o português Manuel José Pereira Caldas e o rico comerciante Gervásio Pires
Ferreira.
No dia 18 de maio houve uma debandada dos revoltosos, ficando Teotônio Jorge como líder único, o qual no dia seguinte foi obrigado a também refugiar-se no Engenho Paulista.
Em 20 de maio Recife capitulou. O governo provisório durou 75 dias, sendo que alguns líderes, como Teotônio Jorge, Padre Souza Tenório, Antônio Henriques, Padre Roma e José de Barros Lima, foram capturados e condenados à morte. O Padre João Ribeiro suicidou-se. O Padre Miguelinho foi condenado e executado na Bahia. Outros, como Antônio Carlos, Pedro Ivo e mais cem revoltosos também foram sacrificados, culminando com o fim da Revolução Pernambucana, que se caracterizou pela revolta popular em busca do poder e por ser o último movimento revolucionário antes da Independência do Brasil, em 1822.
Frei Caneca foi preso e depois solto, participando do movimento da independência de 1822, depois na República da Confederação do Equador em 1824 até ser condenado à morte em 13 de janeiro de 1825, dando exemplo de valor e coragem
No nosso
Estado, diante dos rumores de simpatias ao movimento pernambucano, o então
Governador José Inácio Borges, pessoa reconhecida como de espírito culto, em 11
de março decidiu ter um encontro com o Coronel da Cavalaria Miliciana e grande
proprietário de engenhos André de Albuquerque Maranhão no Engenho Belém (de
propriedade de Luiz Albuquerque), até então seu aliado e em outro lugar próximo
de Papary (Nísia Floresta) e depois com passagem pelos Engenhos Cunhaú, de
André de Albuquerque, em Goianinha e Estivas de outro Andre, primo do primeiro
tentando reforçar a reação aos revoltosos, mas não recebendo apoio para tal
mister.
Após isso, movido por repreensão do Padre João Damasceno, André foi movido a dar ordem de prisão ao Governador. Era o dia 28 de março e André de Albuquerque assumia o Governo Provisório no dia 29, se instalando no prédio da Provedoria da Fazenda (hoje Memorial Câmara Cascudo).
Para
garantir a sublevação contra a Coroa, o novo Governador contava com pessoas de
grande influência como os Padres João Damasceno Xavier Carneiro e Antônio de
Albuquerque Montenegro, Feliciano José Dornelles e dos membros dos núcleos de
Martins, Portalegre e Apodi, os quais também instalaram seus governos
republicanos no período entre 10 e 19 de maio.
Em verdade, a força maior que encorajou a instalação do Governo Republicano no Rio Grande do Norte foi a seleção de 16 oficiais de milícia, alguns parentes do novo mandatário e outros vindos da Paraíba, liderados pelo jovem miliciano Coronel José Peregrino Xavier de Carvalho, a quem alguns historiadores se referem como mártir revolucionário potiguar, considerada pessoa simpática e heroica, verdadeiro guarda de confiança, tanto que, ao ser convocado no dia 24 a retornar à Paraíba houve um fato de a Matriz de Nossa Senhora da Apresentação tocar 9 badaladas, que era a senha para uma contra revolta e a retomada do poder, deixando sem proteção o então governante.
André estava no palácio despachando quando foi surpreendido no dia 25 de abril por um grupo que vinha destituí-lo. Nesse momento recebeu uma perfuração com um sabre e foi conduzido preso para o Forte dos Reis Magos, onde veio a falecer no dia seguinte (26). Atribui-se, pelo dizer do próprio, que o gesto mortal partiu do cadete português Antônio José Leite de Pinho, embora ventilado pelo povo como o crime tenha sido perpetrado por Francisco Felipe da Fonseca Pinto.
Muitos
correligionários negaram a participação e até houve negativa à revolta e ainda
quem tramava contra ela, caso do Padre Feliciano José Dorneles, que foi membro
do Governo Provisório, mas resolver mudar de lado, enquanto outros eram
perseguidos como o Padre Pinto (Manuel Pinto de Castro), irmão de Miguelinho e
duas mulheres, possivelmente as primeiras presas políticas da nossa história
pátria, Bárbara de Alencar, de ilustre família cearense e Clara Joaquina de
Almeida Castro, esta também irmã de Miguelinho.
Registra-se, com o acontecimento fatídico, gestos marcantes na história, quando a Senhora Ritinha Coelho, num gesto de respeito, manda que parasse o séquito que conduzia o corpo do Governador deposto e sobre o cadáver coloca uma esteira nova para servir de mortalha. O Padre Simão Judas Tadeu faz a encomendação, mas o miliciano João Alves do Quental, em pleno templo, tripudiou do corpo inerte, ficando sobre ele com esporas. O sepultamento aconteceu na Igreja Matriz, hoje a Catedral de Nossa Senhora da Apresentação.
Terminara assim o efêmero governo republicano no Estado do Rio Grande do Norte, deixando rastros de heroísmo e espírito cívico a par de outros nem tanto lisonjeiros.
REFERÊNCIAS:
CÂMARA
CASCUDO, Luis. História do Rio Grande do Norte, 2ª Ed.FJA, 1984/ 134 az 140.
CASSIMIRO
JÚNIOR. A
Participação da Capitania do Rio Grande do Norte e da Maçonari Potiguar na
Revolução Pernambucana de 1817. Ed. Gráfia Off Set, 2017.
ENCICLOPÉDIA
DELTA LAROUSSE, vol 2.
Ed. Delta, 1962/1062 a 1064.
GRANDES
PERSONAGENS DA NOSSA HISTÓRIA, vol. II. Abril Cultural, 1969/333 a 348..
HISTÓRIA
DO BRASIL, VOL. Ii.
Bloch Editores, 1972/266 a 268.
INTERNET, História Brasileira » Brasil Colônia. Revolução Pernambucana. Artigo de Tiago da Silva. Data
de publicação: 17/03/2010.
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NAVARRO DA COSTA, JUrandyr. Rio Grande do
Norte. Os Notáveis dos 500 anos. Ed. Do autor, 2004.
PREFEITURA MUNICIPAL DE
NATAL. 400 Nomes de Natal. Coordenação de REJANE CARDOSO,
2.000.
REVISTA DO IHGRN, vol. 94. Artigo de Manoel
Marques Filho – Bicentenário da Morte de André de Albuquerque, 2016.
ROCHA POMBO. História
do Rio Grande do Norte. Ed. Annuario do Brasil, RJ e Renascença
Portuguesa, Porto, março de 1921/237 a 260.
TAVARES DE LIRA, Augusto. História do Rio
Grande do Norte. Ed. Senado Federal, vol. 167, 2012.
TESOURO DA JUVENTUDE, vol. 13. Gráfica
Editora Brasileira, 1953/42 a 44.
TRINDADE, Sérgio Luiz
Bezerra. Introdução à História do Rio Grande do
Norte. Ed. Sebo Vermelho, 2015/123 a 133.
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