sexta-feira, 8 de julho de 2011
DE VOLTA AO PASSADO VI –
O CAJUEIRO DE PIRANGI
Folheando uns exemplares da revista O CRUZEIRO, versão ‘on-line’ encontrei uma relíquia, traduzida em reportagem, que tratava justamente de um dos nossos mais belo monumentos naturais. Refiro-me ao cajueiro de Pirangi. Este símbolo de rara beleza cênica de interesse científico, paisagístico e cultural, é sem dúvidas, um dos mais bem preservados e visitados monumentos de nosso Estado.
FOTO DA ÉPOCA
Informações dão conta que nosso cajueiro foi plantado em 1888, por um pescador de nome Luiz Inácio de Oliveira, morador da região, que segundo a literatura oral morreu numa manhã ensolarada, aos 94 anos de idade, à sombra de sua frondosa e acolhedora copa.
Transcrevo abaixo, ipsis litteris, a matéria publicada na revista O CRUZEIRO com o título “Um cajueiro criou uma floresta”
O texto é de ÍTALO VIOLA e as fotos são de RUBENS AMÉRICO
FOTO DA ÉPOCA
Como a história da vassoura no aprendiz de feiticeiro, um cajueiro desdobra-se formando uma verdadeira floresta - Dois mil metros quadrados de área, quarenta e cinco mil frutos em cada safra - Uma grande atração turística para o Nordeste...
O Cajueiro de Pirangi já se consagrou como ponto obrigatório de visita dos que chegam à cidade de Natal. Pirangi é o nome de uma praia, na divisa dos municípios de Natal e Nísia Floresta, na qual o cidadão Sylvio Pedrosa possui um sítio, onde se encontra o cajueiro a que nos referimos e que os moradores do local denominam de “O Polvo”.
Êste cajueiro, segundo os mais velhos habitantes da região, tem aproximadamente uns quarenta anos de existência. Do seu tronco original (um tanto difícil de distinguir para quem o vê pela primeira vez) saíram dezenas de galhos que, por sua vez, transformaram-se em outros verdadeiros troncos, lançando centenas de galhos em tôdas as direções, numa progressão geométrica, numa sinfonia inacabada. Se emendássemos todos êstes galhos e troncos, cobriríamos, com a maior facilidade, a distância de um quilômetro. A área dêste cajueiro, verificada pelo seu proprietário, é de 2.000 m2. Quando chega a época de cajus, “O Polvo” mostra a sua pujança e prodigalidade, oferecendo uma média de 500 cajus diários em uma safra de três meses, portanto 45.000frutos.
Assis Chateaubriand, os Governadores Lucas Garcez, Juscelino Kubitschek, Amaral Peixoto, o escritor e sociólogo Gilberto Freyre, o ex-Embaixador da Espanha e inúmeras outras personalidades celebrizaram o cajueiro de Pirangi com suas visitas.
Num país que soubesse aproveitar as suas atrações naturais para fins turísticos, êste cajueiro estaria mundialmente conhecido, convergindo para êle uma legião de curiosos, tal a sua excentricidade, tal a sua beleza, tal o seu caráter de exemplar único em todo o mundo.”
Essa matéria foi publicada no dia 8 de janeiro de 1955, desde então, o cajueiro continua seu crescimento desordenado.
Sua copa hoje ocupa uma área de aproximadamente 8.500 m2, com um perímetro com cerca de 500 metros e produz em torno de 80.000 frutos/ano. Há alguns anos seu crescimento precisou ser controlado com podas sistemáticas, pois sua copa não pode mais se expandir devido ao fato de estar cercada por ruas, pistas de rolamento e residências particulares.
O tronco principal divide-se em cinco galhos. Quatro desses galhos sofreram anomalias e são responsáveis pelo crescimento desenfreado da árvore. O quinto galho teve seu crescimento normal e ao tocar o solo, parou de crescer. Como nosso povo não perde oportunidade de gozar com a própria desgraça, foi apelidado de “salário mínimo”, em alusão a condição de penúria salarial que sempre viveu o trabalhador brasileiro.
Em 1994, entrou para o Guiness Book, o livro dos recordes, como o maior cajueiro do mundo. É visitado durante todo o ano, por milhares de pessoas, principalmente nos meses de outubro a março.
Para melhor apreciar sua copa, foi construído no local um mirante com 10 metros de altura, de onde principalmente na época da florada, se tem uma visão arrebatadora de toda aquela área, inclusive ao fundo compondo o cenário paradisíaco, o mar azul turquesa da praia de Pirangi.
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Grande Ormuz,
ResponderExcluirRealmente o nosso cajueiro é algo fantástico, é um
presente de Deus para nós papajerimuns e para o turismo do nosso estado.
Parabéns também a você que está sempre levantando essas questões que passa desapercebido para muitos.
Carlos cabral