domingo, 6 de março de 2016

CRIADA PÁGINA DO IHGRN -



A página tem por finalidade divulgar ações ao IHGRN e receber sugestões da população para a melhoria da instituição. Sejam todos bem-vindos.







terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

HISTORICO DA LINHA:


Capitado do BLOG DA ACLA
A linha da E. F. Sampaio Correia foi aberta em 1906 até a estação de Itapassaroca. Posteriormente foi estendida até Taipu (1907), Baixa Verde (1910), Pedra Preta (1913), Itaretama (1918) e finalmente Oscar Nelson e São Rafael (1949). 43 anos para se construir uma linha de apenas 235 km que não ligava a nada. Nos anos 1980, os trens acabaram e nos 1990, os cargueiros. Ficaram somente os trens de subúrbio operados primeiro pela RFFSA e depois pela CBTU e que chegam somente a Ceará-Mirim, a 39 km de Natal. O resto da linha está abandonada A ESTAÇÃO: 
A estação de Ceará-Mirim foi inaugurada em 1906. Hoje é a estação terminal da linha Norte dos trens metropolitanos da CBTU em Natal

O TREM DE CEARÁ-MIRIM
Nilo Pereira
Matéria publicada no “Jornal de Domingo”, edição de 18 de novembro de 1984
O trem e o automóvel são duas fixações de infância. Ambos representam duas etapas do progresso que chegava. Menino de engenho, vi o carro-de-boi aposentar-se, ou arrastar-se, langoroso, por velhas estradas. Nada mais triste do que aqueles bois imponentes, murchos, cabisbaixos, que só servem para puxar o carro. Lá vão eles, solitários, como quem perdeu tudo.
A precedência histórica do trem sobre o automóvel é apenas um fato consumado; não altera no sentimento de menino a constância lírica com que os novos tempos chegam e passam ao coração humano como páginas de um romance proustiano.


O cavalo de sela nunca foi para mim uma atração. Sei bem que fazia parte da paisagem dos engenhos. O senhor-de-engenho, diz Gilberto Freyre em NORDESTE, é um centauro: metade homem, metade cavalo. Uma outra vez fui com meu pai da “rua” (a cidade) para o Guaporé. O que verdadeiramente me encantava era a viagem de trem e, depois, a de automóvel.
Quando ouço em velhos filmes o apito de uma locomotiva, sinto que desperta o menino que anda comigo. Que nunca me deixou. Bastava ouvir o silvo para correr à janela e esperar a máquina que resfolegava e lentamente se aproximava da estação.
O aspecto é de uma baronesa. Entra imperialmente na cidade. Ou vem dos lados dos tabuleiros como uma serpente em fogo, ou dos lados da casa do general João Varella. De qualquer maneira, uma soberana. Uma salamandra que não de queima nas casas.
A noite o seu farol dá a cidade adormecida fulgurações estranhas. Há figuras espectrais que se movem como que tangidas pela feeria daquele olho luminoso.

O trem chegava de Lages, ponto terminal. Tinha razão de vir cansado, exaurido. Um jogo de lanternas dizia se ele podia aproximar-se ou não. Um outro sinal mostrava que devia entrar num desvio. Tudo isso o menino da janela ia percebendo. Mas não sabia que estava incorporando a cena à sua futura lembrança. À curtição dos tempos.
O Ceará-Mirim é uma cidade urbana. Urbana e rural. Participa de duas naturezas. Do vale recebe a inspiração poética, a luz intermitente dos seus pirilampos, uma brisa suave, intemporal, que refresca as almas. A cidade basta-se a si mesma. Mas, sendo menos viçosa do que o vale dá a impressão de ser cidade morta. Pelo menos era assim na infância. Tal como a recordou Edgar Barbosa em páginas de Antologia, como se falasse de uma Itaoca ou de Oblívion, lembrando Monteiro Lobato.
Essa cidade morta de repente criou vida. Mas, permanece intocável na saudade dos verdes anos.

Sua vida começa a agitar-se com a chegada dos primeiros automóveis, tinha de ser fatalmente um Ford de bigodes, com faróis de acetileno. Pertencente a Pedro Fernandes, comerciante.
O Ford obrigou o preto Antônio Rufino a parar a sua carroça, transportadora de açúcar. Lembro-me perfeitamente desse bom homem. Era simples e obediente como um animal doméstico. Cuido ouvi-lo tangendo os seus bois, que acudiam, solícitos, pelos nomes: Maravilha, Generoso, Boi de Cambão, Espeto.
Era o caminhão de Julio e Severino Ramalho que dava entrava triunfal, inaugurando a civilização industrial, a tecnologia, que ainda não tinha esse nome. Quando se escrever a história do Ceará-Mirim, esses dois irmãos serão lembrados pelo sei pioneirismo. Foram eles que inauguraram a luz elétrica, no Ceará-Mirim. O motor ficava à rua da Aurora. Era barulhento. Lá em baixo na rua Grande, não se podia dormir com o ronco sincopado da nova maravilha. A máquina vencia a tranquilidade, o imobilismo da cidade antiga.
Depois, veio o caminhão “Saurer”, alemão, de Joel Villar, para quem olhávamos com um grande respeito: tinha um braço cortado, que perdeu em Canudos. Era nosso herói. O nosso Bayard, sem medo e sem mácula. Quando, mais tarde, li OS SERTÕES de Euclydes da Cunha, em vão procurei o nome de Joel. Era um soldado como outro qualquer, mas a quem não faltou, decerto, o heroísmo de tantos outros. Faltava-lhe a legenda.

Mas eu falava do trem do Ceará-Mirim. As locomotivas eram alemãs ou norte-americanas. As primeiras tinham mais majestade. Eu as associaria, mais tarde, ao poderio pan-germânico. Ao Kaiser, ao Kromprinz e mesmo Nietsche. (E o grande mal do homem, a imaginação. Só não somos felizes porque somos dotados de imaginação e com ela botamos tudo a perder).
Minha primeira viagem de trem foi com o meu cunhado Francisco Fernandes Sobral, promotor público do Ceará-Mirim. Ele, todo entregue a leitura do romance de Dannuzzio – IL FUOCO – uma coqueluche das épocas. Eu, embevecido pela paisagem. O verde do vale era uma fantasia para os olhos virgens de um adolescente. As árvores correndo, desabuladas. A parada de Extremoz. A lagoa. Um mundo que nascia. E o menino crescendo com essa visão mágica.

O momento supremo era a passagem pela ponte de Igapó. Sem nenhum anúncio a locomotiva entrava, airosa, destemida, naquele corredor metálico sobre o Potengy. Os vagões se agitavam como impulsionados por um movimento Infreme. O trem mostrava sua força, o seu vigor dominando aquele desafio.
Hoje, quando vejo a velha ponte partida ao meio, abandonada, simples ferro velho, curtindo o seu ostracismo, a sensação que tenho é que mutilaram a minha infância.
Se ela ficou imprestável, merecia outro tratamento. Morreu devagar, ela se dava pressa aos trens. Que sustentava os pesos daquelas composições fantásticas capazes de varar mundos. Na ponte, desarvorada, ficou o apito nostálgico da locomotiva como uma dobre de finados.
Não posso ser indiferente a esse espetáculo. Tudo se restaura, hoje em dia. Mas a ponte de Igapó definha. O tempo se encarrega de fazer dela um repasto de ingratidão.

Por solicitação de Edgar Barbosa (quantas vezes passamos pela mesma ponte e tivemos os mesmos sustos!) escrevi uma pequena nota sobre a nossa Ponte S. Luiz. Já não sei por onde anda essa antiga página. Sei que ela conserva uma nostalgia incurável. Gerações e mais gerações passaram por ela. Duvido que ela, já velhinha, tenha perdido a memória. Não, ela se lembra de tudo, a ponte da infância, que ainda me liga à utopia, a nossa maior realidade.
Matéria citada no sítio citado abaixo, de onde se copiou a ilustração de uma foto de Júlio Sena.


segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

PATRONOS DA ACLA CADEIRA No 10 - JAYME ADOUR DA CÂMARA.




Jayme Adour da Câmara, que era filho de Teófilo Leopoldo Raposo da Câmara e de Alice Adour, nasceu em Ceará-Mirim, no engenho São Leopoldo, em 1898 e morreu no Rio de Janeiro, em 1964. 

Formou-se em Jornalismo e criou no Brasil, em 1924, a ABN Agência Brasileira de Notícias, juntamente com os colegas Américo Facó e Raul Bopp.
Foi uma figura marcante do movimento modernista brasileiro, tendo inclusive dirigido a Revista da Antropofagia, que era o mais importante veículo de divulgação das ideias modernistas da época.

No seu tempo, Jayme Adour era um viajante compulsivo, por este motivo, ele costumava dizer que viajara mais do que os irmãos Polo, porque havia percorrido lugares nunca visitados por eles.

É o autor do livro denominado OROPA, FRANÇA E BAHIA (onde narra suas inúmeras viagens) e de SALVADOR PIZAO HOMEM E O LAVRADOR.

Há registros que indicam ter sido Jayme Adour o primeiro brasileiro a ler "Em Busca do Tempo Perdido", a obra prima de Marcel Proust e, pela sua admiração ao famoso escritor francês, foi ele o fundador do Proust Clube do Brasil.
Ele é nome de rua em São Paulo: “Rua Jaime Adour da Câmara, Parque Mandaqui, São Paulo”




sábado, 26 de dezembro de 2015





SOBRE O PRÉ LANÇAMENTO DO LIVRO "A PRAIA DA PIPA DO TEMPO DOS MEUS AVÓS", SEGUNDA EDIÇÃO ATUALIZADA COM 472 PÁGINAS E 763 IMAGENS.





PARA VER A MATÉRIA ACESSE O LINK:

http://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/bom-dia-rn/videos/t/edicoes/v/ormuz-simonetti-lanca-livro-no-rn-a-praia-da-pipa-do-tempo-dos-meus-avos/4689810/



NESTE MOMENTO EM QUE VIVEMOS O RENASCIMENTO DO CRISTO REDENTOR DO MUNDO, A DIRETORIA DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE, LIDERADA PELO PRESIDENTE VALÉRIO MESQUITA

VEM APRESENTAR A SUA MENSAGEM DE FELIZ NATAL, PAZ E UM ANO NOVO PROMISSOR, NA CERTEZA DE CONTINUAÇÃO DA LUTA EM FAVOR DA CULTURA DO ESTADO E DO BRASIL.
                                            

Poema de Natal

Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.

Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.

Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.

Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.
                                                    Vinicius de Moraes

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

O GENERAL JOÃO VARELA


Postagem feita em 01/06/2011, no Blog “CEARÁ-MIRIM CULTURA E ARTE”, mantido pelo Acadêmico Gibson Machado.

O General de Brigada João da Fonseca Varela, nasceu em Ceará-Mirim, em 2 de dezembro de 1850 e morreu em Natal, aos 81 anos completos, no mesmo mês do nascimento, dia 12, em 1931.
Herói da Guerra do Paraguai, último comandante da Fortaleza dos Reis Magos, Chefe de Políc
ia (equivalente a Secretário de Segurança) e abolicionista, foi promovido a general por ato do Presidente Epitácio Pessoa. Recebeu inúmeras distinções, entre elas a Medalha de Bravura Militar, as Medalhas das Imperiais Ordens de Cristo e da Rosa e a da Campanha do Paraguai.
Homem de muita bravura, civismo (alistou-se para a campanha do Paraguai quando tinha apenas 16 anos) e integridade moral, é motivo de orgulho para a sua cidade de nascimento e para o próprio Rio Grande do Norte e um estímulo para os seus descendentes e conterrâneos.
Nenhuma voz é mais credenciada do que a de Câmara Cascudo que a ele dedicou uma de suas Acta Diurna, publicada em 2 de julho de 1943(*):

“O Presidente Epitácio Pessoa pelo Decreto 3.958, de 24 de dezembro de 1919, conferiu aos oficiais veteranos da Campanha do Paraguai as honras de General de Brigada.
Por isso João da Fonseca Varela era o General Varela.
Recordo-o com saudade. Ato, forte, claro, a longa barba branca descendo para um busto de atleta, parecia um daqueles boers do Transval, soldados natos e comandantes desde o batizado.
Cercava-o um halo de veneração irresistível. A onda nacionalista, deflagrada por Olavo Bilac, encontrava no velho Varela um centro de atração para o nosso entusiasmo.
Em todas as festas militares ou civis onde houvesse multidão, estava presente o veterano do Paraguai, possante, sereno, fardado, o peito coberto de condecorações.
Quando as bandas executavam o hino nacional em continência à bandeira ele tirava o boné da cabeça e ficava hirto. Não fazia continência à bandeira da República porque não era a sua, a de Caxias, Osório, Porto Alegre e Pelotas, seus ídolos.
Disciplinado, saudava apenas a bandeira de sua Pátria.
Republicano na Monarquia, era monarquista na república. Monarquista platônico, respeitador das leis, lembrando sempre o imperador.
Nascera num aniversário de D. Pedro II, 2 de dezembro de 1850. Com dezesseis anos, fugindo de casa, alistou-se voluntário para a guerra contra o ditador Francisco Solano Lopez, o tiranillo do Paraguai, a 9 de março de 1865.
Seguiu no 28º Batalhão até S. Borja, onde este se dissolveu, comandado pelo norte-rio-grandense José da Costa Vilar. Incorporou-se ao 36º de Voluntários da Pátria. Alferes, passou para o 36º e depois para o 48º Batalhão e foi extinto depois de Avaí.
Varela ficou adido ao 2º batalhão de Infantaria e posteriormente ao 18º.
Bateu-se em Avaí, em Curuzu, em Curupaiti, na ponte de Itororó, em Humaitá, na batalha-modelo de Lomas Valentinas.
(...)
Feita a paz voltou a Natal e regressou ao Exército, sendo alferes efetivo.
(...)
No Rio Grande do Norte teve várias comissões, todas militares. Comandou a Fortaleza dos Reis Magos, em 1888. Ingressou no Corpo Policial da Província, sendo capitão e o seu comandante. Enfrentou, em diligências ásperas, os cangaceiros no interior norte-rio-grandense e paraibano.”

O notável Mestre de todos os norte-rio-grandenses ainda relata que o general vira Caxias, Osório, Porto Alegre, Pelotas e Fernando Machado, seus heróis, nos acampamentos e nos campos de batalha, cada qual com a sua característica, todos, entretanto, bravos guerreiros.
Diz ainda o grande historiador potiguar que, dias antes de morrer, erguendo-se com muita dificuldade, o velho general fardou-se e foi à Praça Pedro II (hoje João Tibúrcio), onde erguia-se o busto do imperador e, diante do busto, perfilou-se, bateu uma continência e voltou para casa, para morrer.

(*) – Cascudo, Luís da Câmara – “O livro das velhas figuras” – IHGRGN. 1976 (págs. 84/86)

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domingo, 29 de novembro de 2015

ESTÓRIAS, LENDAS E TRADIÇÕES DE CEARÁ-MIRIM


Antônio Sérgio Medeiros da Silveira.




Entre todos os povos, as lendas formam a tradição viva do pensamento primitivo. Constituem a base dos contos populares, são transmitidas oralmente e conservadas pelo costume. Elas crescem com os conhecimentos diários e se incorporam à vida cotidiana.

Em Ceará-Mirim, esse patrimônio de tradições é fruto de inúmeras estórias cultuadas por gerações e gerações. Refletem o desenvolvimento sócio-econômico e cultural de seu povo e se vinculam ao florescer da atividade agro açucareira no vale. São relatos contados nas dependências dos velhos engenhos. Com o passar do tempo, foram sendo adoçados e se transformando noutros, misturando-se a elementos que expressam a formação étnica de seu povo.

Narram os antigos que em um dos engenhos se cometiam perversidades tais que causavam repulsa até mesmo aos outros proprietários do vale. Eram episódios que manchavam de vergonha, tamanha a sua crueldade, mesmo numa época em que era comum a aplicação de castigos físicos aos escravos. Tais castigos, para alguns, se assemelhavam ao próprio inferno vivenciado na terra.

Dizem que num túmulo do cemitério velho de Ceará-Mirim vive uma gigantesca serpente, que seria a personificação da antiga senhora desse engenho. Trata-se da lenda da mulher que virou serpente. Falecida repentinamente, como forma de tocar o coração do seu esposo e a pedido dos deuses, seu corpo teria se transformado numa grande serpente que devia ser contida. Seu túmulo foi concretado e acorrentado devido às grandes rachaduras ali surgidas.

Para os dogmas cristãos, essa transformação traduz a incessante luta entre o Bem e o Mal. Nos livros do Gênesis e de Isaías o Mal é textualmente chamado de Serpentem Tortuosum. Ele age em forma de serpente, representando as forças subterrâneas, misteriosas e identificadas como sendo o espírito das trevas. Por outro lado, essa manifestação reproduz o pecado original com todas as suas desastrosas conseqüências: o Tentador, a Tentação, a Queda e o Castigo, como se refere a Bíblia: Callidis Simum Omnium Animatium.

O senhor desse engenho exigia de seus escravos cega obediência e eles faziam de tudo para servi-lo. Segundo Madalena Antunes, no seu livro de memórias, Oiteiro, “quem tinha negro ruim, vendia ao dono daquele engenho ou, quando muito, uma simples ameaça era o suficiente para o infeliz, amedrontado, logo melhorar a conduta”.
Conta-se, ainda, que até os animais reclamavam dos abusos ali praticados. Das estórias narradas, uma se faz presente no cotidiano popular: “o boi que teria falado”. Num certo dia, como noutro qualquer naquele engenho, cansado da lida, um boi teria exclamado: “Não é possível que nem na sexta-feira santa se descanse nessa propriedade”.

Também faz parte do imaginário popular de Ceará-Mirim a estória da baleia que estaria dormindo num gigantesco berço posto em baixo do altar-mor da matriz. Conta-se que, após uma salutar disputa entre Santa Águeda e Nossa Senhora da Conceição, pela escolha da Padroeira da Cidade, Santa Águeda, derrotada, teria invocado a Deus que aprisionasse aquele animal, libertando-o somente quando as águas do Rio Ceará-Mirim banhassem a calçada da Matriz.

A lenda da Cabaça é outra narração que faz parte da imaginação popular, sendo alimentada pela existência de um grande rio subterrâneo que corta a cidade de ponta a ponta. Segundo os moradores do município, ao se mergulhar um porongo no Rio do Mudo, na Jacoca, ele é levado pelas águas, surgindo no Olheiro Pedro II, próximo à estação ferroviária da cidade. Conta-se que esse rio é a fonte principal a alimentar os olhos d’água do município.
  1. Fonte: Ceará-Mirim Tradição, Engenho e Arte - UFRN/SEBRAE/Prefeitura de Ceará-Mirim - 2005.



quarta-feira, 11 de novembro de 2015

NSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO TEM NOVOS DIRIGENTES



Durante o período das 9h às 16h de ontem, ininterruptamente, o INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE, em sua velha sede da Rua da Conceição, 622, Cidade Alta recebeu os seus associados para a escolha dos novos dirigentes para o triênio 2016-2019 em eleição direta e secreta, em mais um momento histórico para a Casa da Memória, em ambiente de total cordialidade.

Com resultado da vitória da "Chapa Consolidação" liderada pelo sócio ORMUZ BARBALHO SIMONETTI, que se comprometeu a dar continuidade à excelente gestão do escritor VALÉRIO ALFREDO MESQUITA, que declinou em se candidatar à reeleição, temos a certeza de que os objetivos do atual Presidente serão alcançados.


                      O Presidente VALÉRIO depositando o seu voto


                                       Flagrante da votação

Presença do Presidente Vitalício Jurandyr Navarro, Presidente
da Comissão Eleitoral juntamente com Carlos Gomes e Jansen Leiros
                    O novo Presidente Ormuz, no momento da votação



DIRETORIA

1.Presidente: ORMUZ BARBALHO SIMONETTI
2.Vice-Presidente: ROBERTO LIMA DE SOUZA
3.Secretário-Geral: ODÚLIO BOTELHO MEDEIROS
4.Secretário-Adjunto: FRANCISCO JADIR FARIAS PEREIRA
5.Diretor Financeiro: AUGUSTO COÊLHO LEAL
6.Diretor Financeiro Adjunto: JOSÉ EDUARDO VILAR CUNHA
7.Orador: ARMANDO ROBERTO HOLANDA LEITE
8.Diretor da Biblioteca, Arquivo e Museu: CLAUDIONOR BARROSO
BARBALHO
CONSELHO FISCAL
1.EIDER FURTADO DE MENDONÇA E MENEZES, Membro titular
2.TOMISLAV RODRIGUES FEMENICK, Membro titular
3.EDGAR RAMALHO DANTAS, Membro titular
4.EDUARDO ANTÔNIO GOSSON, Membro suplente.
Venha votar presencialmente ou envie a sua manifestação por
correspondência em envelope lacrado para o endereço acima descrito e valorize o seu Instituto.
A posse só ocorrerá no dia 29 de março de 2016, por ocasião das comemorações dos 114 anos de fundação da CASA DA MEMÓRIA.


quinta-feira, 29 de outubro de 2015

INSTITUTO HIST[ORICO E GEOGRÁFICO DO RN.







 INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE
– A MAIS ANTIGA INSTITUIÇÃO CULTURAL DO ESTADO –
       Rua da Conceição, 622 / 623, Centro – CEP: 59025-270 – Natal/RN
CNPJ.: 08.274.078/0001-06  -  Fone: (84) 3232-9728
E-mail: ihgrn1902@gmail.com
 





CONVITE ELEITORAL


A Diretoria do IHGRN comunica ao ilustre associado que no próximo dia 10 (dez) de novembro, a partir das 9h, no prédio da Rua da Conceição, 622, Cidade Alta, CEP: nº 59.025-270, ocorrerá a eleição da nova diretoria para o próximo triênio.
A sua presença será muito importante para respaldar a continuidade do desenvolvimento desta Casa e um incentivo para o prosseguimento das metas administrativas que serão implantadas.
Conforme é do conhecimento geral, somente uma chapa denominada Consolidação fez o registro regular de sua inscrição, dentro do prazo estabelecido pela Comissão Eleitoral, com a seguinte composição:
DIRETORIA
1.Presidente: ORMUZ BARBALHO SIMONETTI
2.Vice-Presidente: ROBERTO LIMA DE SOUZA
3.Secretário-Geral: ODÚLIO BOTELHO MEDEIROS
4.Secretário-Adjunto: FRANCISCO JADIR FARIAS PEREIRA
5.Diretor Financeiro: AUGUSTO COÊLHO LEAL
6.Diretor Financeiro Adjunto: JOSÉ EDUARDO VILAR CUNHA
7.Orador: ARMANDO ROBERTO HOLANDA LEITE
8.Diretor da Biblioteca, Arquivo e Museu: CLAUDIONOR BARROSO BARBALHO

CONSELHO FISCAL 
1.EIDER FURTADO DE MENDONÇA E MENEZES, Membro titular
2.TOMISLAV RODRIGUES FEMENICK, Membro titular
3.EDGAR RAMALHO DANTAS, Membro titular
4.EDUARDO ANTÔNIO GOSSON, Membro suplente.

Venha votar presencialmente ou envie a sua manifestação por correspondência em envelope lacrado para o endereço acima descrito e valorize o seu Instituto.


Atenciosamente,

A Diretoria.



quinta-feira, 8 de outubro de 2015

IVONE BEZERRA DE SOUZA – PROFESSORA


Gerinaldo Moura da Silva, ocupante da Cadeira número 21 da ACLA.



A professora Ivone Bezerra é natural do município potiguar Pedra Preta, onde nasceu no dia dedicado aos Santos Reis Magos, 06 de janeiro, no ano de 1947. Seus pai é o senhor Luiz Epifânio de Souza, funcionário público municipal e sua mãe, dona Alcina Bezerra de Souza, uma exímia costureira.
Seus primeiros estudos, fez na Escola Isolada Gercina Bezerra, em Pedra Preta, e no ano de 1963, veio com a família morar em Ceará-Mirim, contando nessa época com 16 anos de idade.

Na terra dos verdes canaviais, Ivone que pretendia dar continuidade aos estudos, passou a frequentar as aulas preparatórias ao Exame de Admissão ao Ginásio, com o professor José Tito Júnior. Aprovada, matriculou-se na Escola Normal Ginasial “Dr. Augusto Meira”, que funcionava no prédio do Grupo Escolar Barão de Ceará-Mirim, concluindo esta etapa escolar, no ano de 1966.
No ano seguinte, Ivone frequenta a Escola Municipal de Comércio, onde conclui apenas o 1º ano do Curso Técnico em Contabilidade, transferindo-se para a Escola Normal “Professor José Ivo” onde habilita-se para exercer o Magistério, lecionando para as crianças do Curso primário. Embora sua primeira experiência profissional tenha sido em outra seara, pois trabalhou no 1º Cartório Judiciário de Ceará-Mirim, com o tabelião Leovigildo Cavalcanti de Albuquerque, conciliando estudo e trabalho.

Somente em 1971 passa a trabalhar no Instituto Imaculada Conceição, exercendo suas funções na secretaria do citado estabelecimento de ensino, vindo depois seu ingresso propriamente no magistério, sendo a professora responsável numa turma de jardim, e em seguida, foi promovida para atuar na Pré-Escola.
Tendo sido aprovada no Concurso Público Para o Magistério Estadual no final dos anos 60, sendo convocada 02 (dois) anos depois, e em 1970, foi nomeada para trabalhar na Escola Estadual Barão de Ceará-Mirim.
No mês de dezembro de 1982 Ivone casou-se e desse matrimônio nasceu sua única filha, Ívia Maria de Souza Nascimento, funcionária pública municipal, lotada na Secretaria Municipal de Defesa Social, sendo Guarda Municipal
O ano de 1986 marcou a vida de Ivone com dois acontecimentos: o nascimento de Ívia Maria, e sua conclusão no Curso de Especialização em Educação Especial para Professores Atuantes na Pré-Escola para Excepcional.

Na Escola Estadual barão de Ceará-Mirim, existiam alunos com necessidades especiais, em turmas classificadas como “Treináveis” e “Educáveis”, muito tempo antes de surgir a APAE em nossa cidade. E as professoras destes alunos eram preparadas em cursos oferecidos pelo Governo do Estado, sendo a escola pioneira na inclusão de alguns desses alunos nas turmas dos ditos “normais”.
Após 25 anos lecionado na mesma escola, a professora Ivone bezerra de Souza se aposenta, depois de ter prestados um grande serviço ao magistério de nossa cidade, sempre com dedicação, amor e paciência, esforçando-se para que seus alunos pudessem ter o melhor.
Mesmo aposentada, Ivone continuou ligada ao Magistério, dando aulas de reforço para os alunos que tinham dificuldades na aprendizagem, em sua própria residência, sem nunca ter deixado o saudável hábito da leitura, que continua sendo o seu passatempo predileto.


sábado, 22 de agosto de 2015

MESTRE SANTANA


Gerinaldo Moura da Silva
Ocupante da Cadeira número 21 da ACLA - Academia Ceramirinense de Letras e Artes.

O mestre/escultor Santana, nasceu no município de Pedro Velho, aos 18 dias do mês de fevereiro de 1964. Seu nome de registro é Antonio Santana de Lima. Casou-se com Luci Silva de Lima (in memoriam) tendo, desse casamento dois filhos: Lorayne Kelly Silva de Lima e Yogo Silva de Lima. 
O escultor Santana é conhecido por seu estilo, inicialmente, de peças em miniaturas, partindo do sacro para o erótico. Entretanto, os orixás são presenças permanentes nas suas produções artísticas. O artista caminha pelas ruas de nossa cidade com um pedaço de madeira tosca nas mãos e, de sua mente brilhante e criativa, vão surgindo os contornos desejados que o mesmo vai dando formas, e as personagens aparecem devagar enchendo a vista de todos que as contemplam.

Esse trabalho teve início ainda quando o mesmo tinha 14 anos, conforme ele declarou ao Jornal “Tribuna do Norte”, em entrevista, no ano de 1996.
Santana tornou-se bastante conhecido em vários estados brasileiros, bem mais do que em Ceará-Mirim. Mesmo assim, sempre prestigiou os mais diversos eventos culturais e artísticos de nossa cidade, para os quais fora convidado em escolas, bibliotecas, praças públicas, etc.

Muitas de suas esculturas tornaram-se famosas pela peculiaridade. Dentre elas, podemos destacar “A Santa Ceia”, uma miniatura que, para ser vista com perfeição, tem que se usar uma lupa; “A Medusa”; LAMPIÃO CAVEIRA; O HOMEM RENDEIRO E O CANGAÇO, que fazem parte de seu catálogo espalhado pelo mundo em revistas, jornais e nas redes sociais.
Santana vem se destacando nos vários eventos de que participou pelo país afora, dentre os quais, elencamos os seguintes:
– FIART, desde a sua criação, em 1994 – 20 anos de Feira Internacional de Artesanato.
– Salão de Artes Plásticas – Natal, 1995
– Festa do Boi – Parnamirim, 1998.
– Feira “Brasil Mostra Brasil” – João Pessoa/PB, 2000 a 2004
– Multifeira – João Pessoa/PB, 2000 a 2005.
– Multifeira – Natal/RN, 2000 a 2005
– I Feira de Turismo de Natal – Natal, 2002.
– Espanha – Mostra Nordeste – Brasília/DF, 2002
– Multifeira – Cuiabá/MT, 2004.
– Festa dos Estados – Brasília/DF, 2004.
– I Festa de São João do Nordeste: “São Paulo de Todos os Nordestinos”! – São Paulo/SP, comemoração dos 450 anos da cidade – São Paulo/SP/2004.
– II Mostra RN – Natal, 2006.
– XII Congresso brasileiro de Folclore – CEFET. Natal, 2006.
– II Salão de Turismo no Anhembi – São Paulo/SP, 2007.
– I Mostra Nacional de Desenvolvimento regional – Salvador/BA, 2009.
– III Feira de Negócios da Região do Mato Grande – João Câmara/2009
– I Mostra de Artes Visuais de Ceará-Mirim, promovida pela ACLA, na Capitania da Artes. Natal 2011.
– Agosto da Alegria – Natal, 2011.
– Salão Nordeste de Arte Popular “Chico Santeiro” – Natal/2011.
– I Seminário de Cultura da Região Metropolitana de Natal – Natal/2013
– Norte Shopping – Brasília/DF

Santana também foi homenageado em vários eventos, devido ao seu talento e reconhecimento pela produção artística. Congressos realizados em Brasília, Natal, Ceará-Mirim, São Gonçalo do Amarante e no Sambódromo, no Rio de Janeiro, são alguns desses momentos marcantes em sua vida de artista.
Em Ceará-Mirim, Santana participou de exposições coletivas na Biblioteca Pública Municipal Dr. José Pacheco Dantas, organizadas pela Assessoria de Cultura da Prefeitura Municipal; na Escola estadual Interventor Ubaldo Bezerra de Melo; na Secretaria Municipal de Educação; no Museu Nilo Pereira; na Escola de Artes “José Lemos de Oliveira”; no centro esportivo e Cultural; na festa de Nossa senhora da Conceição; no FEST Comércio Ceará-Mirim; no Colégio Santa Águeda e no I Fórum Comunitário do selo UNICEF.
No ano de 1996, durante a apresentação do Plano de Ação Cultural para o município, promovido pela Assessoria de Cultura do Município e da Biblioteca Pública Municipal, Santana participou de uma Exposição Cultural, no “Salão Nobre Ruy Pereira Júnior”.


A revista Geográfica Universal de 1996, traz em suas páginas 74/75 reportagens referentes aos mestres cearamirinenses, Etewaldo Cruz Santiago e Antonio Santana de Lima. Nesse período outros veículos de comunicação também registram a trajetória de Santana, dentre eles destacamos os Jornais Tribuna do Norte, Diário de Natal e “O Litoral”, as revistas “Préa” “Rede da Renda” e “Fatos e Fatos”.
Por ter se tornado um grande colaborador da Biblioteca Pública Municipal Dr. José Pacheco Dantas e do Colégio Santa Águeda, Santana é agraciado com os títulos de “Amigo da Biblioteca” - pela Prefeita Therezinha Mello e “Amigo do CSA” - pela Madre Irmã Regina Pacis.
EXPOSIÇÕES PERMANENTES DE SEUS TRABALHOS 
– Na alta estação – Praia de Muriú e Engenho Mucuripe, Ceará-Mirim.
– Museu da Ribeira, Natal/RN
– Museu Câmara Cascudo, Natal/RN
– Museu de Brasília, Brasília/DF
– Em duas Igrejas de Natal (a da Candelária e no Alecrim) existem obras de sua autoria: um Cristo e um Espírito Santo, respectivamente.
– Com o Ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso, uma imagem de São Francisco.
– Com o Ex-Presidente Luís Inácio Lula da Silva, uma “Ceia Nordestina”.
– Com a ex-governadora Wilma Maria de Faria, “A Ceia Cultural”, entre outras obras.

terça-feira, 18 de agosto de 2015

DESTAQUES DA CULTURA POTIGUAR RECEBEM COMENDA DEÍFILO GURGEL


É com imensa satisfação que comunico a familiares e amigos que fomos indicados pelo Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, para na próxima sexta-feira dia 21 de agosto, em sessão solene na Câmara Municipal de Natal, receber a Comenda do Mérito “Folclorista Professor Deífilo Gurgel”. 



Essa honraria nos deixou muito honrado e gratificado, dado a amizade e grande admiração que nutria pelo poeta/folclorista, apesar dos poucos anos que vivenciamos mútuo conhecimento.