segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

ACTAS DIURNAS

Caro Ormuz :

Sua iniciativa é das mais louváveis porque, se formos esperar que o IHGRGN publique todas as "Actas Diurnas" nos "Livros da Velhas Figuras", é provável que não cheguemos vivos para ver os últimos volumes. Aparentemente o problema do IHGRGN é falta de
dinheiro e também um pouco de falta de iniciativa.

Se Enélio distribuisse entre os sócios do IHGRGN e do Instituto de Genealogia, recém-formado, uma subscrição para lançar mais um volume do "Livro das Velhas Figuras", de modo que, quem pagar o
preço de um livro (uns 30 ou 40 reais) e mais o correio, no caso de sócios fora de Natal, receberia seu exemplar ( ou mais de um, se quisesse pagar mais) no dia do lançamento, e garantiria o dinheiro
para a publicação.

Pergunte ao nosso caríssimo Diógenes se pode haver direitos autorais sobre artigos de jornais escritos há mais de 50 anos ( isto significa até 1960 ), tanto para os jornais como para os descendentes de Cascudo. Creio que a resposta será negativa.

O IHGRGN tem a coleção dos jornais em que Cascudo escrevia suas atas. A primeira tarefa, simples, seria listar as Actas já publicadas nos
"Livros da Velhas Figuras". A segunda, mais trabalhosa, seria pesquisar em "A República" ou no "Diário de Natal" as Actas não publicadas e copiá-las.

Porque há mais interesse nas não publicadas do que nas que foram
republicadas.

Um abraço
Carlos Alberto Dantas Moura
Rio de Janeiro RJ

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

ACTAS DIURNAS

Pulicada na Coluna do jornalista Vicente Serejo em O JORNAL DE HOJE, edição de 04/12/2010.

“Prezado Vicente Serejo:

Gostaria de esclarecer informações que foram publicadas na sua coluna do último dia 31de dezembro de 2009, na nota intitulada ESTILO, sobre a "proibição de publicação das Actas Diurnas".
Creio tratar-se de um grande mal entendido. Em e-mail para Ormuz, esclareci os motivos pelos quais a postagem das Actas não poderia ser feita. Reproduze abaixo o texto do e-mail que enviei.


"Prezado Ormuz: .

Acabei de ver no seu blog a notícia de que, a partir de 2010, você estará publicando ao mesmo as ACTAS DIURNAS de autoria do meu avô.
Gostaria de informá-lo que esta publicação no blog NÃO pode ser possível, pelos seguintes motivos:
Já existe o BLOG DO CASCUDO, onde as mesmas Actas Diurnas são publicadas, semanalmente. Nos últimos tempos, passamos por problemas de atualização que estão sendo resolvidos.
Estamos abrindo o INSTITUTO CÂMARA CASCUDO e fazendo um site, onde todo este material será contemplado:
A obra do meu avô possui direitos autorais até o ano de 2057, e qualquer publicação só pode ser feita com autorização expressa dos detentores destes direitos autorais (minha mãe e meu tio).
Desta forma, espero contar com a sua colaboração no sentido do entendimento dos fatos acima expostos.
Qualquer dúvida estou às ordens.
Um grande abraço
Daliana Cascudo".

Portanto, nossa intenção nunca foi uma proibição pura e simples, mas apenas evitar a duplicidade de postagem das Actas Diurnas em mais de um site/blog.
Toda a Família Cascudo procura pautar seus atos pelos valores do nosso patrono e nunca iríamos proibir de forma autoritária uma publicação cascudiana.
Sempre que posso forneço, de forma gratuita, textos de autoria do meu avô para todos os pesquisadores e interessados pela sua obra. Nosso maior objetivo é a sua divulgação pelo Brasil inteiro. Este é o nosso ESTILO!!!
Um feliz 2010 para você e toda a sua família.
PS: Sentimos todos a sua falta na solenidade de abertura do Ludovícus - Instituto Câmara Cascudo, realizada no último dia 30 de dezembro, aniversario do nosso patrono.
Quando quiser nos visitar, será uma honra.

a)Daliana


Resposta

Prezada Daliana,

Já havia recebido de Ormuz Barbalho Simonetti, a íntegra de sua comunicação. Portanto, não houve "um grande mal entendido” por falta de conhecimento de sua carta. Como não desconheço a lei dos direitos autorais. A sua proibição - pode não ter sido sua intenção - está no próprio texto da comunicação que fez a Ormuz, quando afirma: "... esta publicação NÃO pode ser possível". Ora, é a palavra de quem representa um dos dois únicos detentores - legítimos dos direitos autorais da obra de Câmara Cascudo. Tanto que ele lamentou comunicar o cancelamento aos seus leitores, como no meu caso. Como se não bastasse a clareza do veto, sua comunicação reveste o caso de um declarado caráter legal e jurídico, como se fosse uma advertência, embora com a lhaneza que é um traço da sua tradição familiar: a obra do meu avô possui direitos autorais até 2057". Como a transcrição de Ormuz seria do elenco dos dez volumes do Livro das Velhas Figuras, nada impediria sua publicação pelo blog, visto que a família não cobra esses direitos ao Instituto Histórico e ao Sebo Vermelho, editor dos volumes mais recentes. Desde que essa possibilidade fosse considerada possível pela família. E não foi. Daí minha estranheza. A multiplicidade, na blogosfera, e até a atomização da informação, também é argumento que, a meu ver, não se sustenta. É uma conquista desses tempos em que os teóricos da Escola de Frankfurt já previam, ainda nas primeiras décadas do século quando anteviram a grande reprodutibilidade da obra de arte pelos meios de comunicação. Além disso, já estão no universo Web vários textos de Cascudo, e estudos consagrando sua obra que, embora escrita e imortalizada com papel e máquina de escrever, agora transcende o suporte físico. Acho maravilhoso. Mesmo superado nos meus quarenta anos de jornalismo, e como simples leitor de Cascudo, lamento a decisão por entender que fere o estilo que a família tanto defende e preserva.

Estou na Redinha, desde o dia 30. Com os netos. Por isso não fui a solenidade. Depois, jornalista caído de moda não faz falta. É mais uma generosidade sua. A qualquer dia peço tempo e marco uma visita ao Instituto. Para rever com os olhos de hoje o que ontem foi uma descoberta de repórter. Curioso e perguntador.
Com os mesmos votos,

a)Vicente Serejo.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

ACTAS DIURNAS - MANIFESTAÇÕES

Prezado Ormuz, lamento muito a impossibilidade da continuação da Acta Diurna de Câmara Cascudo.
Imprimi a primeira e era meu desejo, continuar. Com minha admiração,
j. hélio
Natal-RN

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

A PRAIA DA PIPA DOS MEUS AVÓS

Ormuz,


É uma pena que o tal do "desenvolvimento" traga com o seu crescimento a destruição das belas paisagens, das tradições culturais e até mesmo do
maravilhoso sossêgo que as coisas de antigamente propiciavam.
O capitalismo mal conduzido é destruidor, é criador de outras formas de ver a vida, distorcendo valores e, muitas vezes, querendo valorizar o vazio. Mas,
precisamos nos acostumar e conviver com o atual, construindo nossas crenças e tentando salvar aquilo que ainda é possível.

Carlos Cabral
Natal-RN

domingo, 3 de janeiro de 2010

A PRAIA DA PIPA DOS MEUS AVÓS

Querido amigo, gostei muito desta crônica. Precisamos de pessoas como você, capaz de dizer a verdade sem importar em agradar pessoas, empresas ou instituições.

Socorro Cabral
Natal-RN

A PRAIA DA PIPA DOS MEUS AVÓS

ORMUZ BARBALHO SIMONETTI (Presidente do Instituto Norte-Riograndense de Genealogia-INRG e membro do IHGRN) www.ormuzsimonetti@yahoo.com.br

PUBLICADA EM “O JORNAL DE HOJE” EDIÇÃO DE 02.01.2010


PIPA, PORQUE ESCREVO ESSAS CRÔNICAS

Tenho sido constantemente questionado a respeito das crônicas que escrevo sobre a Praia da Pipa. A pergunta mais freqüente é “por que?”. Outros perguntam se essas crônicas vão retratar a Pipa até os dias de hoje. A Pipa dos belos hotéis e pousadas, cosmopolita, apinhada de turistas de todas as partes do mundo, dos restaurantes de diversas nacionalidades com suas cozinhas típicas, de uma vida noturna em constante ebulição que só começa após as 22 horas e termina com os primeiros raios do sol.

A Pipa que tenho tentado retratar através das crônicas já publicadas e as que ainda serão refere-se principalmente à Pipa de antigamente. Essas crônicas não irão além dos anos 90, mesmo porque o meu propósito é fazer um registro da época em que a praia era somente uma colônia de pescadores onde algumas poucas famílias de Goianinha, passavam férias nos meses de janeiro. É da praia daquela época que costumo me referir como “à Pipa do tempo da delicadeza”.

Iniciei essas crônicas quase como um desafio, pois minha área preferida é a genealogia. Nunca havia me imaginado como escritor de crônicas. Certa vez, em conversa com o meu amigo, o escritor Valério Mesquita, sobre a praia da Pipa, lhe falava da minha preocupação quanto às matérias que, volta e meia, eram abordadas na imprensa escrita e televisiva. Sempre aparecia alguém falando bobagens ou relatando invencionices. Esses depoimentos geralmente eram dados por pessoas sem nenhum conhecimento da história e tradições do lugar. Indivíduos que, pelo simples fato de morar ou terem morado na Pipa, na maioria das vezes por um curto período, já se arvorava a ser um grande conhecedor da terra, da sua gente e de seus costumes.

Chegou-se ao ponto de modificar os nomes primitivos de algumas praias. Outras, por não serem muito freqüentadas pelos “turistas”, tiveram seus nomes totalmente esquecidos, e pasmem, até mesmo pela população nativa.

O “Morro dos amores” de belas tradições e histórias registradas na memória oral dos veranistas e nativos, transformou-se mais que de repente, em “Praia do amor”. A história dessa praia é além de bonita, um tanto pitoresca. Recebeu esse nome porque na década de 40 e 50, nossos ancestrais se aventuravam naqueles morros para desfrutar, junto com suas amadas, da tranqüilidade e da rara beleza daquele lugar. Declarações e juras apaixonadas ali foram trocadas por nossos pais e avós nos momento mais sublime de suas vidas. Dizem até que, alguns de nós, fomos gerados naquelas areias encantadas.
Hoje esses morros já não são mais os guardiões de segredos e estórias dos amantes e futuros amantes.

A poesia deu lugar à especulação e ao afã de alguns pelo lucro a qualquer custo. Degradados e agredidos das mais diversas formas, estão repletos de toscos barracos. Suas areias e falésias invadidas por bares de toda espécie, sem nenhum critério de ocupação, e alguns por mais absurdo que seja, foram construídos escavando as paredes das falésias. A pouca vegetação existente, vem sendo sistematicamente cortada para dar espaço a mais uma construção, das muitas que se multiplicam a uma velocidade impressionante, sem nenhum tipo de fiscalização.

A praia “Curral do Canto”, sempre foi cultuada pelos nativos e veranistas por sua beleza singular. A enseada rodeada por gigantescas falésias de cor avermelhada constitui visão maravilhosa ao tempo que transmite uma agradável sensação de paz interior, somente sentida por aqueles que por lá, já estiveram. Esse nome, que teve origem nos antigos currais de peixes que existiram até a década de 90, infelizmente foi transformado em “Baia dos Golfinhos”, menos tradicional e mais comercial.

Outras praias como Ponta do Pirambú, Cacimbinha, Madeirinho, Madeiro, Baixinha, Porto de baixo, Afogados, Cancelas, Pedra d’água e praia das Minas, não se falam mais, foram totalmente esquecidas por não estarem inseridas no roteiro turístico. Felizmente seus nomes ainda continuam preservados, porém esquecidos. Até quando? É verdade que na Praia do Curral do Canto a sua maior atração turística são os cetáceos peixes-boto, também conhecidos por toninhas ou golfinhos, que se exibem quando em perseguição às tainhas, que constituem seu principal alimento. Entretanto, não era necessário que se mudasse o tradicional nome da praia, para poder apreciá-los em seu habitat natural.

Mas os guias turísticos logo criaram um nome, mais atrativo, e porque não dizer, mais comercial. E assim, juntamente com os que chegam, vão modificando tanto os nomes primitivos como a sua própria geografia com os desmatamentos, construções irregulares, costumes e hábitos nem sempre saudáveis à população, e se não houver providências urgentes, só Deus sabe o que ainda será modificado.

E assim vão aos poucos, sorrateiros, transformando o que o um povo tem de mais importante: sua cultura e tradições. E o que preocupa é a aceitação passiva pelos nativos das gerações mais recentes, deslumbrados com o novo estilo de vida imposto pelos que chegam. Não quero com isso me colocar na contramão do desenvolvimento, apenas alertar para como esta sendo feito, pois considero a atual situação, no mínimo preocupante.

Pois bem, foi motivado por tudo isso que resolvi aceitar o desafio na tentativa de preservar a memória da Pipa e alertar as pessoas quanto à manutenção de suas raízes e tradições.Procurei dividi o que iria escrever de maneira que pudesse iniciar pelo estudo etnológico resgatando sua história desde que lá chegaram os franceses, atraídos pelo nosso Pau Brasil. Prossegui contando a saga dos primeiros veranistas que viajavam de Goianinha até a Pipa em charretes, cabriolés e carros de bois.

Procuro fazer um relato de suas histórias pitorescas durante os veraneios. Abri espaço pra fazer uma justa homenagem aos que já não se encontram entre nós com a série “saudosos veranistas”. Essas, porém são as mais difíceis de serem escritas, pois me remetem a um tempo que, junto com eles, participei da maioria das brincadeiras relatadas, e isso inevitavelmente, me traz uma enorme e dolorida saudade.

ACTAS DIURNAS - MANIFESTAÇÕES

Ormuz

Infelizmente não será possível, mas valeu a intenção. Novas idéias com certeza surgirão.

Cabral

ACTAS DIURNAS - MANIFESTAÇÕES

Não se aborreça com o fato, amigo. Voce está escrevendo a sua própria história e eles o fazem sem mostrar o brilho PESSOAL Precisam do mestre Cascudo para isso. É uma pena... enquanto isso, uma editora do sul publicou várias obras de Cascudo. Será que questionaram? Mas não impediram.....
Toque o seu blog com outras coisas.
Um grande abraço de Ano novo.
Conceição

ACTAS DIURNAS - MANIFESTAÇÕES

Ormuz:

General Castelo Branco dizia que:

... de bem intensionados estão cheios os cemitérios...

O nosso Estado está cheio de jornalistas com crônicas diárias esquecidas no tempo.

Deixe os herdeiros de Cascudinho cuidarem do seu patrimonio, não ache ruim.

Procure no seu entorno e vai achar pedras da mesma qualidade e de quilate maior, talvez.

O resgate dessas matérias está clamando por nossa ajuda.

Sugiro DANILO, Dr. Aderbal de França, só para começar.

E, no final de 2010 daremos a nossa resposta.

Sem mais comentários, feliz por me tornar blogueiro.

Viva Manoel Neto, viva Felipe, viva Anderson, viva Jesus de Miudo, viva o Teorema da Feira e todos os que comprovam que Natal está intelectuamente mais viva do que antes.

Aos seus e aos nossos, afetos genealógicos que estão no nosso DNA Potiguar.

Ouse sempre.
Edgar

ACTAS DIURNAS - MANIFESTAÇÕES

Amigo Ormuz:

Bom dia!

Cascudo é um diamante transformado em jóia e, como vê, tem dono.

É roteiro, é caminho e, muitas vezes, fonte.

Quando ele se foi Oswaldo Lamarine, acho, indagava - E agora à quem vamos perguntar
as coisas?

Estão ditas, todas, nos seus escritos, e Zila o dimensionou quase todo.

Tem os seus cultores e herdeiros.

Não é mais para ser o centro das nossas anotações, pesquisas, preocupações.

Temos coisas mais importantes para fazer.

Esta semana Felipe, no rastro de Cascudo, resgata José Borja, e Anderson o Professor

Caetano e Mário Tavares, veja só.

No mais, Paz e Saúde em 2010.

ACTAS DIURNAS - MANIFESTAÇÕES

Meu Caro Ormuz,
No período em que se dedicou a pesquisa, para tornar possível a publicação dos seus escritos genealógicos, sei que se apaixonou pela obra do mestre Câmara Cascudo. Colecionou seus livros, e tornou-se aprendiz de bibliófilo.
No ano de 1986, um dos jornais de Natal publicava a seguinte manchete: "Há uma vaga de gênio na cultura do RN". Uma manchete impactante para anunciar a morte de um gênio. Chorávamos com a partida de Câmara Cascudo.
Os legítimos representantes da cultura, como gostava de dizer meu professor, Berilo Wanderley, de saudosa memória da “tupiniquim até o sul maravilha”, já falaram - e ainda falarão - sobre o nosso grandioso Cascudo.
Quando jovem, e não faz muito tempo, li, nesse mesmo matutino, uma frase de abertura de um discurso de agradecimento de uma homenagem que recebera no Museu que hoje leva o seu nome. E iniciava assim: "Acabo de fazer uma transformação miraculosa no campo da fisiologia. Estou ouvindo com o coração porque a minha audição anoiteceu, e eu perdi a intimidade do som". É desnecessário lhe dizer o quanto somos iguais, quando o assunto é Cascudo. Por isso, peço-lhe que, ao invés de insistir em publicar seus textos em seu blog, vamos divulgá-lo com os registros que são do conhecimento público, e, portanto, distante das amarras. Se vivo fosse, seguramente, não estaria muito interessado nessas questões menores. A sua satisfação, e eu sei, é apenas divulgar os textos que, quando estamos (re)lendo, nos sentimos privilegiados de tê-lo conhecido, e orgulhosos em podermos dizer: Sou conterrâneo de Câmara Cascudo. O mais, é uma triste confirmação do lamento do Eclesiastes: nada há de novo debaixo do Sol...
Saudações Cascudianas
Arnilton

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

ACTAS DIURNAS

Caros amigos e leitores. É com profunda tristeza que comunico do meu declínio, na pretensão de divulgar nesse blog, a partir de 2010 com transcrição ipsis litteris, as ACTAS DIURNAS do nosso mestre maior, Luiz da Câmara Cascudo. Agradeço aos que se manifestaram através de e-mails pela iniciativa e aproveito para pedir desculpa pela possibilidade de ter criado expectativas a esse respeito.

Segue, abaixo, o e-mail recebido, motivo da desistência.
Abraço a todos,

Prezado Ormuz:

Acabei de ver no seu blog a notícia de que, a partir de 2010, você estará publicando no mesmo as ACTAS DIURNAS de autoria do meu avô.
Gostaria de informá-lo que esta publicação no blog NÃO pode ser possível, pelos seguintes motivos:
1) Já existe o BLOG DO CASCUDO, onde as mesmas Actas Diurnas são publicadas,semanalmente. Nos últimos tempos, passamos por problemas de atualização que estão sendo resolvidos.
2) Estamos abrindo o INSTITUTO CÂMARA CASCUDO e fazendo um site, onde todo este material será contemplado.

3) A obra do meu avô possui direitos autorais até o ano de 2057, e qualquer publicação só pode ser feita com autorização expressa dos detentores destes direitos autorais (minha mãe e meu tio).

Desta forma, espero contar com a sua colaboração no sentido do entendimento dos fatos acima expostos.

Qualquer dúvida estou às ordens.
Um grande abraço
Daliana Cascudo

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

ACTA DIURNA

Caríssimos amigos e leitores. A partir de 2010, estaremos publicando as famosas ACTAS DIURNAS do nosso mestre maior Luiz da Câmara Cascudo. Iniciaremos com Pedro Velho, Tavares de Lira e Felinto Manso Maciel.





QUE QUER DIZER “ÁCTA DIURNA”

Luís da Câmara Cascudo

Perguntaram a mim porque dei semelhante título a esta secção. Que quer dizer ACTA DIURNA?
ACTA DIURNA era uma espécie de jornal diário, uma folha onde os acontecimentos do dia eram fixados pelas autoridades de Roma, para conhecimento do povo. Pregavam-na a uma parede num dos edifícios do FORUM.
No ano 131, antes de Cristo, já existia a ACTA DIURNA, informando ao cidadão romano as "novidades" ou diretivas governamentais.
Júlio Cesar, cinquenta e nove anos antes do nascimento de Cristo, tornou a ACTA DIURNA oficial, de aposição obrigatória num determinado logradouro público.
Conservo o título em latim. Por isso aparece o ACTA com a segunda consoante do alfabeto.
ACTA significa, no latim, ações, obras, feitos, façanhas. DIURNA é o que se pratica sob o sol, no espaço de um dia, ou diariamente.
Suetonio, que bem conheceu a ACTA DIURNA, dizia-a efemérides diárias, o registro dos sucessos mundanos, políticos e administrativos, sociais ou literários.
A minha é uma ACTA DIURNA que recorda o pensamento que presidiu meu dia. Fixo a minha impressão diária, sobre um livro, uma figura ou um episódio, atual ou antigo.
Dei-lhe batismo latino porque a intenção cultural é honrar o passado, nas suas lutas, alegrias, tragédias e curiosidades. E, se matéria nova aparece, comentada, é ainda o desejo de conserva-la no Tempo para os olhos amigos de alguns leitores fieis, nas páginas tradicionais d’ “A REPÚBLICA”, o mais velho dos jornais conterrâneos

Natal, 03 de agosto de 1943

(transcrição ipsilitere do Livro das Velhas Figuras)