domingo, 5 de julho de 2015

A TURFA NO RIO GRANDE DO NORTE

O Professor e Acadêmico Janilson Dias de Oliveira (Cadeira número 14 da ACLA), é o autor de uma pesquisa sobre a TURFA, um mineral que enriquece o solo cearamirinense.

A Turfa é uma substância mineral, que se origina na matéria orgânica depositada nas várzeas dos rios durante um longo período geológico. Com a umidade, a matéria ali depositada não sofre decomposição e transforma-se neste mineral. É uma rocha com alto teor de substâncias húmicas e com capacidade de segurar água e sais minerais, além de reter vários metais pesados, contribuindo para o equilíbrio do meio ambiente.
Sobre o assunto, assim fala o Professor Janilson.
A TURFA NO RIO GRANDE DO NORTE


A origem dos combustíveis fosseis teve origem
a milhares de anos, em decorrência dos fenômenos naturais que provocaram a acumulação de quantidades significativas de matéria orgânica na superfície do solo. Esses depósitos foram ao logo dos anos, sendo encobertos por novas camadas, proporcionando transformações químicas importantes para a formação dessa substância. Dessas transformações encontramos o carvão mineral, o linheto e a TURFA. De outras cadeias, originam-se o petróleo, o gás natural e folhelhos betuminosos.
A TURFA é parte do estágio incipiente da formação do carvão mineral, sendo, portanto, considerado um mineral formado nos últimos dez mil anos, resultante do atrofiamento e da decomposição incompleta do material lenhoso e de arbustos, musgos e liquens em condição de umidade excessiva.
No Nordeste essas turfeiras são encontradas nos estados de Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. 
As turfeiras concentram-se na faixa costeira com uma reserva de 243 milhões de metros cúbicos. No Rio Grande do Norte é encontrada no baixo vale dos rios em Ceará-Mirim, Piranhas, Trairi-Arari, Maxaranguape e Riacho Pau Brasil (graju), Segundo o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) 840.063/84 a maior reserva medida da TURFA é de Ceará-Mirim, que avulta em 1.182.000 toneladas em base seca. Convém ressaltar que a maior parte das turfeiras estão encobertas por canaviais, mesmo sabendo-se que o poder calorífico da TURFA é três vezes superior ao bagaço da cana usado nas caldeiras. Mesmo assim, faz-se opção pela cana de açúcar, que é um recurso energético renovável, ao contrário da TURFA. Segundo Ramos, 1982 apud Franchi, 2004, dependendo de suas características e eventuais tratamento, podem-se produzir, a partir da TURFA, gazes combustíveis, coque, ceras, açucares, carvão ativado, asfalto, álcool, parafinas, óleos, gasolina, querosene, lubrificantes, fertilizantes organo-minerais e de solubilidade controlada. Outras utilizações da TURFA: na agricultura como insumo para a produção de condicionamento do solo, biofertilizantes, substrato de mudas ou aplicação in natura no solo e principalmente na horticultura.
Bibliografia;
AGUAR, S. Catão. Fontes energéticas brasileiras - inventário/tecnologia: TURFA. CHESF, RJ, 1987.
FRANCHI, J. Guilherme. A Utilização da TURFA como adsorvente de metais pesados. Tese de doutorado – USP, SP, 2004.
RAMOS,B.V.; LIMA, Francisco C.A. TURFA: salvação energética para o Nordeste? In: Congresso Brasileiro de Geologia – Anais, Salvador, 1982.

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