A Academia de Letras e
Artes Pedro Simões Neto (ACLA) brinda seus leitores contando as origens dos
festejos juninos (Santo Antônio, São João e São Pedro): as quadrilhas, os fogos
de artifícios, as comidas típicas, as fogueiras, o vestuário, as músicas.
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Apesar de muito comemorada
no Brasil, a Festa Junina tem origem nos países católicos da Europa, que
prestavam a sua homenagem a São João, mas lá ela era chamada de Festa Joanina.
Aqui no Brasil, a festa tem forte influência indígena e negra. Isso pode ser
percebido nas músicas, que são as mesmas que foram cultuadas pelos negros, nos
quilombos e nas senzalas, como o xaxado, o coco, o maxixe e até mesmo o próprio
forró. Na alimentação, a presença forte do milho, canjica, pamonha, bolo de
milho, milho cozido, pé de moleque, entre outras. As comidas típicas também são
símbolos juninos, como forma de agradecimento pela fartura nas colheitas,
principalmente do milho, a festa se tornou farta em seus deliciosos quitutes
No Brasil, a festa de São João é celebrada desde 1583. As tradições juninas, a
Quadrilha, os fogos de artifício, o vestuário e a fogueira, têm origem diversa,
conforme veremos a seguir:
- A QUADRILHA veio da França. Era uma dança com passos inspirados nos bailes da nobreza europeia, surgida nos salões da corte francesa. Era chamada de “quadrille”. Na época da colonização do Brasil, os portugueses trouxeram essa dança, onde os participantes obedecem a um marcador, que usa palavras afrancesadas para indicar o movimento que devem fazer, tais como: “anavantur” (en avant tout), “anarriê” (en derrière), “avancê” (avancer), “balancê” (balancer), etc.). A mistura do linguajar matuto com o francês deu origem ao “matutês”, com humor e sotaque do interior nordestino. Nesta dança, é preciso seguir os comandos todos e no c’est fini das apresentações os casais se despedem acenando ao público.
- A QUADRILHA veio da França. Era uma dança com passos inspirados nos bailes da nobreza europeia, surgida nos salões da corte francesa. Era chamada de “quadrille”. Na época da colonização do Brasil, os portugueses trouxeram essa dança, onde os participantes obedecem a um marcador, que usa palavras afrancesadas para indicar o movimento que devem fazer, tais como: “anavantur” (en avant tout), “anarriê” (en derrière), “avancê” (avancer), “balancê” (balancer), etc.). A mistura do linguajar matuto com o francês deu origem ao “matutês”, com humor e sotaque do interior nordestino. Nesta dança, é preciso seguir os comandos todos e no c’est fini das apresentações os casais se despedem acenando ao público.
- OS FOGOS DE ARTIFÍCIO foram trazidos dos chineses, onde teria surgido a
manipulação da pólvora para a fabricação de fogos. Há também quem diga que é
uma forma de agradecer aos deuses pelas boas colheitas. São elementos de
proteção, pois espantam os maus espíritos, além de servir para acordar São João
com o barulho.
- OS VESTIDOS RENDADOS e a DANÇA DE FITAS, são uma característica da Península
Ibérica, bastante usados em Portugal e na Espanha.
Todos estes elementos culturais foram, com o passar do tempo, misturando-se aos
aspectos culturais dos brasileiros (indígenas, afro-brasileiros e imigrantes
europeus) nas diversas regiões do país, tomando características particulares em
cada uma delas.
As festas juninas são comemoradas em todo o Brasil, entretanto na região Nordeste – onde chegou através dos padres Jesuítas – estas festas ganham uma grande expressão. Como é uma região onde a seca é um problema grave, os nordestinos aproveitam as festividades para agradecer as chuvas na região, que servem para manter a agricultura.
As festas juninas são comemoradas em todo o Brasil, entretanto na região Nordeste – onde chegou através dos padres Jesuítas – estas festas ganham uma grande expressão. Como é uma região onde a seca é um problema grave, os nordestinos aproveitam as festividades para agradecer as chuvas na região, que servem para manter a agricultura.
- A FOGUEIRA é o maior símbolo das festas juninas. A história conta que as suas
raízes são católicas. Se deriva de um trato feito entre as primas Isabel e
Maria. Isabel acendeu uma fogueira sobre o monte para avisar a Maria do
nascimento de São João Batista e assim pedir a sua ajuda. Aqui no Brasil teve o
integral apoio dos índios, que já adoravam dançar ao pé do fogo.
Outros dizem que as fogueiras eram acesas na festa de São João para lembrar que foi ele quem anunciou a vinda de Cristo, o símbolo da luz divina.
Outros dizem que as fogueiras eram acesas na festa de São João para lembrar que foi ele quem anunciou a vinda de Cristo, o símbolo da luz divina.
Há ainda quem considere a fogueira uma proteção contra os maus espíritos, que
atrapalhavam a prosperidade das plantações.
Por fim, há aqueles que utilizam a fogueira apenas para se aquecer e unir as pessoas ao seu redor, já que a festa é realizada num mês frio.
As brasas da fogueira também são um exemplo dessas tradições: assim que se apagam, devem ser guardadas. Conservam, desse modo, um poder de talismã que garante uma vida longa a quem segue o ritual. Talvez por isso algumas superstições dizem que faz mal brincar com fogo, urinar ou cuspir nas brasas ou arrumar a fogueira com os pés.
Por fim, há aqueles que utilizam a fogueira apenas para se aquecer e unir as pessoas ao seu redor, já que a festa é realizada num mês frio.
As brasas da fogueira também são um exemplo dessas tradições: assim que se apagam, devem ser guardadas. Conservam, desse modo, um poder de talismã que garante uma vida longa a quem segue o ritual. Talvez por isso algumas superstições dizem que faz mal brincar com fogo, urinar ou cuspir nas brasas ou arrumar a fogueira com os pés.
Em Ceará-Mirim, no sítio Ilha Grande, o seu proprietário, que se chamava João,
saudava o santo do seu nome, soltando dezenas de foguetões, dizendo que era pra
acordar São João, que dormira o ano inteiro. Ainda nesse sítio costumava-se
acender fogueiras, a cada ano maiores. Quando as labaredas da fogueira se
apagavam, sobrando as brasas, que eram abanadas para ficar mais acesas, o seu
filho, Paulo da Cruz, descalço, passava sobre o braseiro e nunca queimou seus
pés.
Também nesse sítio, em homenagem ao São João, adultos e crianças, amigos e
filhos dos amigos, moradores e seus filhos também realizavam o culto do
batismo, do parentesco (primos) e até casamentos à beira da fogueira.
OBRA E SÍTIOS CONSULTADOS:
Spineli, Maria da Conceição Cruz – MEMÓRIAS DO TIMBÓ, À SOMBRA DA TIMBAUBA
Spineli, Maria da Conceição Cruz – MEMÓRIAS DO TIMBÓ, À SOMBRA DA TIMBAUBA
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