É comum em nossas ruas, alguém estender a mão e nos dizer: "Uma esmola, por amor de Deus". (Alguns não falam mais, apenas gesticulam. Cansaram!). Talvez jamais imaginemos qual será a história daquele pedinte, esquálido e envelhecido precocemente. Como terá sido sua infância? Que sonhos teriam 'povoado sua juventude? Após tantas vicissitudes, o que pensa ainda da vida e espera
da sociedade? Poucos se questionam a respeito do ser humano, imagem e semelhança de Deus, à sua frente. E diante de cada pedido, há olhares, palavras e sentimentos de
piedade, indiferença ou desdém. Ante a pobreza do mendigo, cada transeunte tem em mente perguntas ou respostas: umas políticas e ideológicas, poucas evangélicas. Alguns dizem: “Eu não dou esmola". Outros afirmam: “Eis o resultado de uma sociedade estruturada sobre a injustiça". Muitos se perguntam; "Onde está o dinheiro
de nossos impostos?" ou "Por que o governo nada faz por tais pessoas?"
Os mais solidários e sensíveis reconhecem: "Meu Deus, que rosto sofrido!" ou "O que posso ou devo fazer"? Hoje lançamos naves espaciais; graças a Deus, obtemos progressos
consideráveis nas pesquisas do câncer e
desenvolvemos tipos de sementes adaptadas às condições climáticas de cada solo e região. No entanto, quantos Lázaros
continuam, há anos, percorrendo nossas ruas, estendendo suas mãos
para matar a fome com as migalhas de nossas mesas (cf. Lc 16,19-31).
PADRE IBIAPINA
FUNDAÇÃO PADRE IBIAPINA
O que fazemos por eles? Qual a postura da Igreja? No passado, havia grandes obras assistenciais, como as Casas de Caridade do Padre Ibiapina.
Depois, nasceram iniciativas sociais visando à promoção humana. Porém, constatamos já não ser isso o bastante. Mister se faz uma renovação das estruturas de nossa sociedade para que o processo de empobrecimento deixe de fazer novos miseráveis.
Depois, nasceram iniciativas sociais visando à promoção humana. Porém, constatamos já não ser isso o bastante. Mister se faz uma renovação das estruturas de nossa sociedade para que o processo de empobrecimento deixe de fazer novos miseráveis.
São incontáveis os necessitados ao nosso lado, não apenas o esmoler das calçadas. Há pobres no campo econômico: famintos, sem
teto e sem saúde (em macas, nos corredores dos hospitais), desempregados, vivendo indignamente. Existem pobres no campo
social: marginalizados por
inúmeras razões, migrantes, analfabetos etc. Deparamo-nos com os pobres na
consistência física ou moral: deficientes, alcoólatras, drogados, prostitutas, debilitados psiquicamente. Vemos ainda os pobres de amor: idosos
desprezados, crianças sem lar,
famílias desfeitas ou desagregadas. Enfim, os pobres de valores autênticos: escravos do prazer, do dinheiro, do poder,
os sem Deus.
A mão estendida em nossa direção é um grito de alerta: alguém necessita não só de nossa ajuda
material, mas também de nosso tempo, nossa dedicação e amor. Poderemos nos omitir, refugiando-nos em
desculpas; ou, então nos unir a todos os que se inquietam com os olhares e as palavras: “Uma esmola, por amor a Deus!” A Igreja latino-americana
declarou sua opção preferencial pelos pobres. Mas, parece que eles não estão em nossos templos nem Ela perto deles!
Ao nosso redor, há crianças
carentes; mães grávidas abandonadas; adolescentes que bem cedo são motivo
de preocupação; idosos sem família
e sem amor. Pensar nesses problemas e
interessar-se por eles poderá ser o primeiro
passo para a descoberta de novas respostas para a miséria material e espiritual
que nos desafia. Deste modo, talvez descubramos que somos ricos porque Alguém
(Cristo), um dia, estendeu sua mão em
nossa direção, levantou-nos e nos acolheu como irmãos, dando-nos dignidade e razões para viver, Não será um convite para fazermos o
mesmo? Nós que transitamos em carros com ar condicionado, bem vestidos e alimentados, inclusive com direito a
lazer, já pensamos que, sem a graça divina, talvez estivéssemos nas ruas, de mão
estendida, pedindo "uma esmola, por amor de Deus"?
Padre João
Medeiros
Não.Eu não sou um robô,padre!
ResponderExcluirA sociedade é robótica e todos aqueles que não o são ,estão sofrendo as mazelas do sentimento de pertencer a todas as dores das outras gentes.
Penso que não podemos mais fingir que está tudo bem e esfacelarmos as dores humanas emciganólogas, quilombolas, indígenas, quando todos somos seres humanos ,independente de cor , etnia ou religão e os problemas dessa complexidade contemporãnea atingem a todos. É a escassez da áuga, o desequilíbrio ambiental, a falta de espaço em determinados países, a questão da migração para nossa américa Latina que é considerada como o Mundo Verde pela biodiversidade, pelas fontes de águas potáveis e pelo espaço.
Um olhar do ser integral, o ser holístico, o ser que se cuida, cuida do outro e do meio ambiente é pertinente nesse momento.
O amor, padre.Eu não tenho sentido amor nem nas casas religiosas. Sinto cometições, intolerãncias, busca de poder das respostas absolutas,quando as respostas sempre serão relativas.
O absoluto é o Criador qu nem mais chamo de Deus. Um ser supremo criou todas as crituras e Ele ,certamente , tem o controle, pois ao pensarmos que estamos indo, nos apagamos; a vida escorre pelas nossas mãos; pessoas partem sem podermos impedi-las mesmo com a Medicina avançada;as pessoas não querem mais sofrer,perder,darem atenção a alguém triste,melancólico...É fácil falar : Ah, fulano é muito baixo-astral, tem uma energia ruim.A ausência do diálogo, do ovir, do cuidar está em extinção. As multimídias facilitam a comunicação,porém isolam os familiares em seus lares, no social e no trabalho. É uma mão dupla e paradoxal.
Todos temos medo de todos. E se você tem um comportamento diferente e é solidário, humanista e gosta de servir, as pessoas duvidam de sua generosidade e ainda, de quegra têm inveja de sua bondade. Meu Jesus Cristo!Que mundo é esse? eu estou decidindo fazer minha parte ,como dizia a Madre Teresa de Calcutá...
Faça, caminhe,siga.obstáculos surgirão, inveja também,mas continue fazendo,seguindo, olhando para a frente ,mirando o Senhor porque no final de tudo, seremos EU + ELE e mesmo que haja irmãos de luz ,como prega o Espiritismo, ainda acredito que o julgamento é do meu Criador.
E eu vou fazer, vou continuar fazendo, vou continuar crendo,vou continuar sendo,mesmo precisando ter também.O mínimo aque eu fizer ,será o muito para o Senhor! Não posso e nem devo julgar aqueles que não fazem nada pelo social e pelos seus irmãos; não posso julgar quem desliza; não posso julgar quem mata; não posso julgar quem estupra ou esquarteja. O Código penal que deixe de ser arcaico,caduco e se renove com leis mais severas,porém tratando os desumanos como humanos, mas fazendo-os se responsabilizarem por sua alimentação, trabalhando para se manterem nas penintenciárias super lotadas e animalescas.
Dar esmola rsolve os problemas? Será que cuidar do outro, dando um prato de comida, roupas e tentando faz~e-lo aprende a pescar não é a melhor solução?
Jeus Cristo não dava o peixe, Ele ensinava a pescar e eu estou seguindo esse mesmo caminho.Estou pondo-o em prática.
Precisamos nos amar, nos cuidar e nos perdoar e deixarmos todas as intolerãncias de lado.
Abraço fraterno,Padre Medeiros