terça-feira, 1 de dezembro de 2009

A PRAIA DA PIPA DOS MEUS AVÓS- Saudosos veranistas - MAURINIO SENA

Domingo, 06 de fevereiro de 1994,estava voltando de Sagi e resolvi passar por Pipa. Encontrei minha tia na rua de cima e a mesma me disse que estava tendo uma festança na casa dos meus pais, pois painho já estava comemorando o seu aniversário pq seria uma semana de festa.

Estava no carro do IBAMA pq tinha ido atender uma ocorrência de avistagem de Peixe boi e não me sentí a vontade em descer e ir até lá, até pq eu gostava de tomar umas e ir até lá seria bastante perigoso. Resolvi voltar para Natal e avisei a tia Francinete que estaria em Pipa no dia 13, dia do aniversário do meu pai.

Estava no intervalo de almoço e o meu tio Mauricio chegou e me chamou, sentí que o mesmo estava nervoso e já me apavorei com a frase: aconteceu uma tragédia em Pipa...Maurinio morreu...

Entrei em desespero, era a única pessoa que não estava lá com ele, pensei logo na minha mãe e meus irmãos. Pensei que poderia ter bebido com ele, ter ficado com ele, ter agradecido a ele por tudo que fez por mim, por nós. Se eu soubesse que no dia 13 estaria participando da missa de sétimo dia de morte, eu teria descido lá no dia 06 e que se danasse o carro do trabalho, eu teria sido mais filha que profissional.

Até hoje não me recuperei. Até hoje não consigo ficar em nossa casa em paz, não consigo andar para a parte sul da Pipa, que na minha infancia e adolescencia era tão explorada para pescar, fachiar, pegar caju,descer morro com tábua, escalar falesia, ir de cavalo para Sibaúma. Eu nunca quis nem saber onde tinha sido o ocorrido, mas sabia por alto de alguns detalhes que por ventura tive que escutar.

Eu me afastei de Pipa, me isolei de tudo de bom que já tinha vivido por lá, o meu sofrimento criou uma barreira que aos poucos tento superar.Qdo eu apareço por lá a trabalho o pessoal me diz que sente minha falta, que meu pai morreu no paraiso e que eu devia voltar lá mais vezes e ser feliz como era antes.

Foi por isso que ainda exitei em ler o ser artigo por completo e te escrever, eu não queria me deprimir pq tenho estado forte para seguir em frente durante esses 15 anos de saudades. Só que eu não podia deixar de ler o que escreveu sobre o meu pai, o meu chefe no trabalho, o meu ídolo Maurinio Sena Silva. E foi assim que descobrí todos os detalhes, do lugar aonde aconteceu o fato a amizade fiel do meu povo da praia de Pipa. Aqueles amigos jamais abandonariam a gente, quanto mais o "cumpade" Maurinio que tanto amou e respeitou aquele povo e aquele lugar como se fosse seu. Que pena que ele se foi, que dor não poder ter estado com ele na última festa da sua vida.
Muito obrigada pelo carinho e fica com Deus.

Zélia do Atol
18 de Novembro de 2009 18:43

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