sábado, 25 de março de 2017
PUBLICAÇÃO DE REVISTA HISTÓRICA
Dia 29 de março de 2017, comemoramos 115 anos do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte - IHGRN, Nessa ocasião faremos o lançamento fac-similar da Revista publicada em 1917 sobre a Revolução pernambucana e o arcabuzamento do Padre Miguelinho, mártir potiguar. Serão apenas 200 exemplares, carimbados, numerados e assinados. UMA REVISTA PARA COLECIONADORES DE GRANDES OBRAS.
segunda-feira, 13 de março de 2017
quinta-feira, 9 de março de 2017
HOMENAGEM AOS QUE FORAM PROFESSORES
PROFESSOR RUY MIRANDA (Padre Ruy Miranda)
Por Gerinaldo Moura da Silva
Foi nessa cidade, que o Ruy Miranda iniciou seus estudos preliminares, no tradicional Grupo escolar “Capitão José da Penha”.
Sob os cuidados do então Cônego Manoel Tavares de Araújo (depois Bispo de Caicó e Arcebispo do Rio Grande do Norte), matriculou-se no Pré-Seminário, no ano de 1941. No ano seguinte, entrou para o Seminário de São Pedro, onde cursou o Primário e concluiu o Segundo Grau no ano de 1947.
Em 1948, Ruy Miranda entrou para o Seminário Maior de Fortaleza, localizado na Prainha, onde colou grau em Teologia, graduando-se também em Filosofia no ano de 1953.
Em 1948, Ruy Miranda entrou para o Seminário Maior de Fortaleza, localizado na Prainha, onde colou grau em Teologia, graduando-se também em Filosofia no ano de 1953.
Voltou ao Rio Grande do Norte, e no dia 15 de novembro de 1953 foi ordenado pelo então Bispo Metropolitano D. Marcolino Esmeraldo de Souza Dantas, na Catedral de Nossa Senhora da Apresentação, e no dia 21 de novembro, 06 (seis) dias após sua ordenação, celebrou a primeira Missa em Natal, dentro das comemorações do Bicentenário de Fundação da Paróquia de Nossa Senhora da Apresentação.
Logo depois, foi nomeado Vigário Coadjutor da Paróquia de Nossa Senhora da Apresentação, de onde saiu para o Vicariato das paróquias de Nísia Floresta (RN) e Arês (RN), onde permaneceu até o dia 04(quatro) de fevereiro de 1956, quando assumiu, ainda muito jovem, a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, em Ceará-Mirim, permanecendo até sua morte.
Assim como foi o responsável pelas reformas das antigas igrejas de Arês e Nísia Floresta, Padre Ruy Miranda, também fez reformas na Matriz de Nossa Senhora da Conceição, iniciando pelas torres góticas, que eram revestidas de um cimento colorido com faixas de cimento branco, mandando revesti-las com a cerâmica que permanece até os dias atuais, isso no ano de 1957, 01 (um) ano após sua chegada à cidade do verde vale.
Assim como foi o responsável pelas reformas das antigas igrejas de Arês e Nísia Floresta, Padre Ruy Miranda, também fez reformas na Matriz de Nossa Senhora da Conceição, iniciando pelas torres góticas, que eram revestidas de um cimento colorido com faixas de cimento branco, mandando revesti-las com a cerâmica que permanece até os dias atuais, isso no ano de 1957, 01 (um) ano após sua chegada à cidade do verde vale.
Outra grande obra foi a mudança da cobertura da Matriz, na nave central, quando o então prefeito Edgar de Gouveia Varela e a senhora Ednólia Melo fizeram a doação das telhas de amianto, substituindo o telhado antigo, no ano de 1978, além de fazer o revestimento em mármore de toda faixada interior do templo, e na área externa, pedras decorativas, passando para a casa paroquial e sacristia.
Seu sacerdócio também foi destaque na área da Educação. Chegando a Ceará-Mirim, quando recebeu do Governador Aluízio Alves a incumbência de dirigir o a nova escola que estava sendo construída em Ceará-Mirim, o antigo Ginásio Industrial de Ceará-Mirim, hoje, Escola Estadual Monsenhor Celso Cicco, onde também se destacou como professor de língua inglesa, permanecendo como diretor por 20 (vinte) anos, sendo substituído pelo professor Iran Rodrigues Costa, que foi o primeiro diretor eleito.
Em 1957, para atender à demanda das crianças da educação infantil e curso primário, ele fundou o Instituto Imaculada Conceição, que funcionou durante muitos anos conveniado ao Governo do Estado, Companhia Açucareira Vale do São Francisco e Prefeitura Municipal de Ceará-Mirim, dentre outros vários convênios assinados com instituições dentro e fora do país, bem como com o Governo Federal.
Padre Ruy Miranda tinha uma visão de futuro, e procurou por todos os meios, dotar nossa cidade de uma estrutura educacional que atendesse à todas as faixas etárias escolares. Pensando assim, ele também fundou o Ginásio Comercial Básico de Ceará-Mirim, destinado inicialmente à educação básica masculina, inexistente na cidade.
Padre Ruy Miranda tinha uma visão de futuro, e procurou por todos os meios, dotar nossa cidade de uma estrutura educacional que atendesse à todas as faixas etárias escolares. Pensando assim, ele também fundou o Ginásio Comercial Básico de Ceará-Mirim, destinado inicialmente à educação básica masculina, inexistente na cidade.
Reunindo um grupo de 70 (setenta) senhoras, Padre Ruy fundou a Creche Menino Jesus, que dava assistência às crianças carentes do Bairro Nova Descoberta, sendo mantida senhoras/madrinhas, conveniando-se depois com a LBA – Legião Brasileira de Assistência, através de sua presidente senhora Edinólia Melo.
Monsenhor Ruy Miranda também assumiu o cargo de Secretário Municipal de Educação, durante a gestão do prefeito Ruy Pereira Júnior, realizando nessa época um comodato com a Irmã Regina Pacis, que passava para o município o prédio centenário do antigo Ginásio Santa Águeda, para sediar a secretaria de Educação do Município, tendo sido o responsável pela implantação de reformas em favor dos professores, bem como das leis trabalhistas em vigor.
Cônego Ruy Miranda também foi responsável pela fundação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ceará-Mirim, Taipu e Maxaranguape, aparelhando-o com consultórios médico e dentário para atender aos trabalhadores e suas famílias.
Padre Ruy foi responsável pela implantação de um projeto rural em 1992, através do FCBIA, para desenvolver atividades agrícolas junto aos alunos do Curso técnico Agrícola bem como dos alunos carentes.
Durante muitos anos, criou e manteve a Banda de Música Paroquial, que tinha como seu maestro o Tenente Djalma Ribeiro da Silva.
Padre Ruy Miranda também coordenou as mudanças do Estatuto da Juventude Feminina Católica Cearamirinense, que encampou a criação do Centro Social Leci Câmara, órgão mantenedor do Abrigo São Vicente de Paula.
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segunda-feira, 6 de março de 2017
A REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA
Por: CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES
Desde a
expulsão dos holandeses em 1654 ficou latente um ideal nativista movido pela
repulsa à discriminação dos portugueses em favor dos seus patrícios, agravada
com as dificuldades oriundas de uma grande seca em 1816, gerando o contraste de
uma exacerbação tributária e a escassez de mercantilização da produção do
açúcar e do algodão e consequente período de miséria da população. Pernambuco
teve papel de destaque no movimento, pela sua pujança econômica, ganhando o
epíteto de “Leão do Norte”.
Esse descontentamento foi acrescido devido ao surgimento de ideais libertários advindos da Revolução Francesa e da Independência dos Estados Unidos frente à Inglaterra, despertando igual aspiração na América latina, caracterizada pelos desencontros na convivência entre os nativos e os reinóis.
Foi fundamental o evidente espírito eclesiástico então desenvolvido com a criação do Seminário Episcopal de Olinda, composto de intelectuais de profunda formação filosófica e política que levou a constituição de sociedades secretas, a partir da loja Areópago de Itambé, da Academia do Cabo e outras, máxime quando em 1814 foi fundada a Loja Maçônica Patriotismo, agregando Padres de grande valor, dentre os quais o potiguar Padre Miguelinho (Miguel Joaquim de Almeida e Castro), Frei Caneca (Joaquim do Amor Divino Rabelo) e, ainda, os Padres José Inácio de Abreu e Lima (Roma) – sumariamente fuzilado a mando do Conde dos Arcos quando tentava conquistar adeptos em Salvador, Deão Bernardo Luiz Ferreira e João Ribeiro Pessoa. A rebeldia contou em Pernambuco com cerca de 50 Padres e 5 Frades, daí ser conhecida, também, como Revolução dos Padres ou Revolução dos Letrados.
O movimento
emancipatório estava em cogitação para eclodir em 8 de abril com o trabalho de
algumas pessoas da região, como o comerciante Domingos José Martins, oriundo da
Bahia, educado na Inglaterra e com a missão de estimular a criação de lojas da
Maçonaria, Domingos Teotônio Jorge, Antonio José da Cruz (o Cabugá), José de
Barros Lima (o Leão Coroado) e seu genro José Mariano de Albuquerque, José Luiz
de Mendonça, Antonio Carlos de Andrada, Vicente dos Guimarães Peixoto e José Maria
Vasconcelos Bourbon quando, em 6 de março, foi precipitada a rebelião face a
uma ordem do Governo de Pernambuco em 1817, a cargo do Marechal José Roberto e
do Brigadeiro Manuel Joaquim Barbosa de Castro para efetuar a prisão dos
referidos revoltosos, no que este, ao tentar prender José de Barros Lima, foi
pelo mesmo atravessado com sua espada. Nova investida foi ordenada pelo
Governador através do Ten.Cel. Alexandre Tomás, que também tombou morto,
provocando a fuga do Governador Caetano Pinto de Miranda Montenegro, escondendo-se
no Forte do Brum, depois de um grande confronto, dando início à
revolta.
Foi organizado em 7 de março um governo provisório composto de 5 nomes, com representatividade das classes que apoiaram o movimento, tendo por Governador o Capitão Domingos Teotônio, representando o Exército, com apoio do Padre João Ribeiro Pessoa, representando o Clero, José Luiz de Mendonça, representando a Justiça e que redigiu um manifesto justificando a revolução, Domingos José Martins, pelo Comércio, Manoel Correa de Araújo, representando a Agricultura como, também, a participação de outras pessoas das classes produtoras, da magistratura, e homens considerados socialmente importantes. A posse ocorreu no dia 9 de março.
O Padre
Miguelinho ficou como Secretário de Interior, mercê da sua grande capacidade de
redigir documentos, coragem, poder de oratória, atributos consolidados com o
seu trabalho de Professor de Teologia.
Miguelinho pertenceu à Ordem Carmelita da Reforma, onde tomou o nome de Frei Miguel de São Bonifácio. Contudo, pela diversidade de seus trabalhos, conseguiu do Papa Pio VII a secularização e ficou conhecido como Padre Miguelinho, haja vista ser um homem de pequena estatura física em contraste com o seu gigantismo de patriota.
O governo provisório buscou apoio dos estados mais próximos da região Norte e Nordeste, e também de outras Nações com resultados pouco frutíferos em razão da pressão das forças militares portugueses, e pela falta de apoio popular. A Bahia sucumbiu logo.
Foi criada uma bandeira na cor azul e branca, meio a meio, com o arco Iris, o sol e a cruz. Há controvérsias sobre a estrela colocada. Para uns foram 3, representando os Estados que aderiram (Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte). Mas outros Estados também se sublevaram, como Alagoas, Bahia e possivelmente contando com a simpatia do Ceará. O mais provável é que a bandeira preponderante foi criada com uma única estrela representando Pernambuco.
Para
complementar o Governo, em 19 de março foi escolhido um Conselho ou Junta com
mais 5 membros, composta do Ouvidor Antonio Carlos Ribeiro de Andrada, o
lexicógrafo Antônio de Morais Silva, o vigário-geral do bispado Deão Bernardo,
o português Manuel José Pereira Caldas e o rico comerciante Gervásio Pires
Ferreira.
No dia 18 de maio houve uma debandada dos revoltosos, ficando Teotônio Jorge como líder único, o qual no dia seguinte foi obrigado a também refugiar-se no Engenho Paulista.
Em 20 de maio Recife capitulou. O governo provisório durou 75 dias, sendo que alguns líderes, como Teotônio Jorge, Padre Souza Tenório, Antônio Henriques, Padre Roma e José de Barros Lima, foram capturados e condenados à morte. O Padre João Ribeiro suicidou-se. O Padre Miguelinho foi condenado e executado na Bahia. Outros, como Antônio Carlos, Pedro Ivo e mais cem revoltosos também foram sacrificados, culminando com o fim da Revolução Pernambucana, que se caracterizou pela revolta popular em busca do poder e por ser o último movimento revolucionário antes da Independência do Brasil, em 1822.
Frei Caneca foi preso e depois solto, participando do movimento da independência de 1822, depois na República da Confederação do Equador em 1824 até ser condenado à morte em 13 de janeiro de 1825, dando exemplo de valor e coragem
No nosso
Estado, diante dos rumores de simpatias ao movimento pernambucano, o então
Governador José Inácio Borges, pessoa reconhecida como de espírito culto, em 11
de março decidiu ter um encontro com o Coronel da Cavalaria Miliciana e grande
proprietário de engenhos André de Albuquerque Maranhão no Engenho Belém (de
propriedade de Luiz Albuquerque), até então seu aliado e em outro lugar próximo
de Papary (Nísia Floresta) e depois com passagem pelos Engenhos Cunhaú, de
André de Albuquerque, em Goianinha e Estivas de outro Andre, primo do primeiro
tentando reforçar a reação aos revoltosos, mas não recebendo apoio para tal
mister.
Após isso, movido por repreensão do Padre João Damasceno, André foi movido a dar ordem de prisão ao Governador. Era o dia 28 de março e André de Albuquerque assumia o Governo Provisório no dia 29, se instalando no prédio da Provedoria da Fazenda (hoje Memorial Câmara Cascudo).
Para
garantir a sublevação contra a Coroa, o novo Governador contava com pessoas de
grande influência como os Padres João Damasceno Xavier Carneiro e Antônio de
Albuquerque Montenegro, Feliciano José Dornelles e dos membros dos núcleos de
Martins, Portalegre e Apodi, os quais também instalaram seus governos
republicanos no período entre 10 e 19 de maio.
Em verdade, a força maior que encorajou a instalação do Governo Republicano no Rio Grande do Norte foi a seleção de 16 oficiais de milícia, alguns parentes do novo mandatário e outros vindos da Paraíba, liderados pelo jovem miliciano Coronel José Peregrino Xavier de Carvalho, a quem alguns historiadores se referem como mártir revolucionário potiguar, considerada pessoa simpática e heroica, verdadeiro guarda de confiança, tanto que, ao ser convocado no dia 24 a retornar à Paraíba houve um fato de a Matriz de Nossa Senhora da Apresentação tocar 9 badaladas, que era a senha para uma contra revolta e a retomada do poder, deixando sem proteção o então governante.
André estava no palácio despachando quando foi surpreendido no dia 25 de abril por um grupo que vinha destituí-lo. Nesse momento recebeu uma perfuração com um sabre e foi conduzido preso para o Forte dos Reis Magos, onde veio a falecer no dia seguinte (26). Atribui-se, pelo dizer do próprio, que o gesto mortal partiu do cadete português Antônio José Leite de Pinho, embora ventilado pelo povo como o crime tenha sido perpetrado por Francisco Felipe da Fonseca Pinto.
Muitos
correligionários negaram a participação e até houve negativa à revolta e ainda
quem tramava contra ela, caso do Padre Feliciano José Dorneles, que foi membro
do Governo Provisório, mas resolver mudar de lado, enquanto outros eram
perseguidos como o Padre Pinto (Manuel Pinto de Castro), irmão de Miguelinho e
duas mulheres, possivelmente as primeiras presas políticas da nossa história
pátria, Bárbara de Alencar, de ilustre família cearense e Clara Joaquina de
Almeida Castro, esta também irmã de Miguelinho.
Registra-se, com o acontecimento fatídico, gestos marcantes na história, quando a Senhora Ritinha Coelho, num gesto de respeito, manda que parasse o séquito que conduzia o corpo do Governador deposto e sobre o cadáver coloca uma esteira nova para servir de mortalha. O Padre Simão Judas Tadeu faz a encomendação, mas o miliciano João Alves do Quental, em pleno templo, tripudiou do corpo inerte, ficando sobre ele com esporas. O sepultamento aconteceu na Igreja Matriz, hoje a Catedral de Nossa Senhora da Apresentação.
Terminara assim o efêmero governo republicano no Estado do Rio Grande do Norte, deixando rastros de heroísmo e espírito cívico a par de outros nem tanto lisonjeiros.
REFERÊNCIAS:
CÂMARA
CASCUDO, Luis. História do Rio Grande do Norte, 2ª Ed.FJA, 1984/ 134 az 140.
CASSIMIRO
JÚNIOR. A
Participação da Capitania do Rio Grande do Norte e da Maçonari Potiguar na
Revolução Pernambucana de 1817. Ed. Gráfia Off Set, 2017.
ENCICLOPÉDIA
DELTA LAROUSSE, vol 2.
Ed. Delta, 1962/1062 a 1064.
GRANDES
PERSONAGENS DA NOSSA HISTÓRIA, vol. II. Abril Cultural, 1969/333 a 348..
HISTÓRIA
DO BRASIL, VOL. Ii.
Bloch Editores, 1972/266 a 268.
INTERNET, História Brasileira » Brasil Colônia. Revolução Pernambucana. Artigo de Tiago da Silva. Data
de publicação: 17/03/2010.
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NAVARRO DA COSTA, JUrandyr. Rio Grande do
Norte. Os Notáveis dos 500 anos. Ed. Do autor, 2004.
PREFEITURA MUNICIPAL DE
NATAL. 400 Nomes de Natal. Coordenação de REJANE CARDOSO,
2.000.
REVISTA DO IHGRN, vol. 94. Artigo de Manoel
Marques Filho – Bicentenário da Morte de André de Albuquerque, 2016.
ROCHA POMBO. História
do Rio Grande do Norte. Ed. Annuario do Brasil, RJ e Renascença
Portuguesa, Porto, março de 1921/237 a 260.
TAVARES DE LIRA, Augusto. História do Rio
Grande do Norte. Ed. Senado Federal, vol. 167, 2012.
TESOURO DA JUVENTUDE, vol. 13. Gráfica
Editora Brasileira, 1953/42 a 44.
TRINDADE, Sérgio Luiz
Bezerra. Introdução à História do Rio Grande do
Norte. Ed. Sebo Vermelho, 2015/123 a 133.
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domingo, 5 de março de 2017
SÁBADO É DIA DE POESIA
JUVENAL ANTUNES DE OLIVEIRA
Nasceu em Ceará-Mirim (Engenho Oiteiro), em 29/04/1883, filho José Antunes de Oliveira e Joana Soares de Oliveira. Morreu em Manaus, em 30/04/1941.
Vida escolar – Foi alfabetizado pela sua mãe com o auxílio do padre José Paulino Duarte. Os primeiros estudos, fez em Recife-Pe, no Colégio Parthenon. O curso secundário, fez no Atheneu Norte-riograndense.
Vida Profissional – Formado em Direito pela Faculdade de Recife, Promotor de Justiça em Açu-Rn, em São Paulo de Iço, Nova Olinda e Sena Madureira, todos no Acre, onde passou o resto da sua vida.
Vida Acadêmica - Membro fundador da Academia Acreana de Letras. É Patrono da Cadeira 35 da Academia Norte-Riograndense de Letras.
Obra – Não publicada, talvez a mais importante, uma terna e bem-humorada correspondência com a irmã, Madalena Antunes Pereira; Cismas; Acreanas; e os seus famosos Sonetos, designados por Elogios: Elogio da Preguiça; Elogio da Velhice; Elogio da Ignorância, Elogio do Amor Livre, Elogio da Solidão, e o Elogio de Laura.
Um fato importante, não se pode deixar de registrar, já que demonstra o grande amor do Poeta à sua cidade natal. Muito doente, em fase terminal, pediu para vir morrer Ceará-Mirim e foi colocado no navio ‘Belo Horizonte’, iniciando a viagem de volta, que não pode ser concluída, já que ao aportar em Manaus, foi conduzido a um hospital, onde veio a falecer.
Vida escolar – Foi alfabetizado pela sua mãe com o auxílio do padre José Paulino Duarte. Os primeiros estudos, fez em Recife-Pe, no Colégio Parthenon. O curso secundário, fez no Atheneu Norte-riograndense.
Vida Profissional – Formado em Direito pela Faculdade de Recife, Promotor de Justiça em Açu-Rn, em São Paulo de Iço, Nova Olinda e Sena Madureira, todos no Acre, onde passou o resto da sua vida.
Vida Acadêmica - Membro fundador da Academia Acreana de Letras. É Patrono da Cadeira 35 da Academia Norte-Riograndense de Letras.
Obra – Não publicada, talvez a mais importante, uma terna e bem-humorada correspondência com a irmã, Madalena Antunes Pereira; Cismas; Acreanas; e os seus famosos Sonetos, designados por Elogios: Elogio da Preguiça; Elogio da Velhice; Elogio da Ignorância, Elogio do Amor Livre, Elogio da Solidão, e o Elogio de Laura.
Um fato importante, não se pode deixar de registrar, já que demonstra o grande amor do Poeta à sua cidade natal. Muito doente, em fase terminal, pediu para vir morrer Ceará-Mirim e foi colocado no navio ‘Belo Horizonte’, iniciando a viagem de volta, que não pode ser concluída, já que ao aportar em Manaus, foi conduzido a um hospital, onde veio a falecer.
ELOGIO DA PREGUIÇA
(A mim mesmo)
(A mim mesmo)
Bendita sejas tu, preguiça amada,
Que não consentes que eu me ocupe em nada.
Que não consentes que eu me ocupe em nada.
Mas queiras tu, preguiça, ou tu não queiras,
Hei de dizer, em versos, quatro asneiras.
Hei de dizer, em versos, quatro asneiras.
Não permuto por toda a humana ciência
Esta minha honestíssima indolência.
Esta minha honestíssima indolência.
Está na Bíblia esta doutrina sã:
Não te importes com o dia de amanhã.
Não te importes com o dia de amanhã.
Para mim já e grande sacrifício
Ter de engolir o bolo alimentício.
Ter de engolir o bolo alimentício.
Ó sábios! Dai à luz um novo invento:
A nutrição ser feita pelo vento.
A nutrição ser feita pelo vento.
Todo trabalho humano em que se encerra?
Em, na paz, preparar a luta, a guerra.
Em, na paz, preparar a luta, a guerra.
Dos tratados, e leis, e ordenações,
Zomba a jurisprudência dos canhões.
Zomba a jurisprudência dos canhões.
Juristas, que queimais vossas pestanas!
Tudo o que legislais dá em pantanas.
Tudo o que legislais dá em pantanas.
Plantas a terra, lavrador? Trabalhas
Para atiçar o fogo das batalhas.
Para atiçar o fogo das batalhas.
Cresce o teu filho; é forte, é belo, é louro.
Mais uma res votada ao matadouro!
Mais uma res votada ao matadouro!
Pois, se assim é, se os homens são chacais
Se preferem a guerra à doce paz.
Se preferem a guerra à doce paz.
Que arda depressa a colossal fogueira
E morra, assada, a humanidade inteira!
E morra, assada, a humanidade inteira!
Não seria melhor que toda a gente,
Em vez de trabalhar, fosse indolente
Em vez de trabalhar, fosse indolente
Não seria melhor viver à sorte,
Se o fim de tudo é sempre o nada, a morte!
Se o fim de tudo é sempre o nada, a morte!
Queres riquezas, glórias e poder...
Para que, se amanhã tens de morrer?
Para que, se amanhã tens de morrer?
Qual mais feliz? O mísero sendeiro,
Sob o chicote e as pragas do cocheiro,
Sob o chicote e as pragas do cocheiro,
Ou seus antepassados que, selvagens,
Comiam, livremente, nas pastagens?
Comiam, livremente, nas pastagens?
Do trabalho por serem tão amigas,
Não sei se são felizes as formigas.
Não sei se são felizes as formigas.
Talvez o sejam mais, vivendo em farras,
As preguiçosas, pálidas cigarras.
As preguiçosas, pálidas cigarras.
Ó Laura! Tu te queixas que eu, farcista,
Ontem faltei a hora da entrevista,
Ontem faltei a hora da entrevista,
E que ingrato, volúvel e traidor,
Troquei o teu amor por outro amor,
Troquei o teu amor por outro amor,
Ou, que receando a fúria marital
Não quis pular o muro do quintal,
Não quis pular o muro do quintal,
Que me não faças mais essa injustiça!
Se, ontem, não fui te ver, foi por preguiça.
Se, ontem, não fui te ver, foi por preguiça.
Mas, Juvenal, estás a trabalhar!
Larga a caneta e vai dormir, sonhar...
(Transcrito do BLOG da ACLA- Academia Cearamirinense de Letras e Artes Pedro Simões Nteo)
Larga a caneta e vai dormir, sonhar...
(Transcrito do BLOG da ACLA- Academia Cearamirinense de Letras e Artes Pedro Simões Nteo)
segunda-feira, 24 de outubro de 2016
segunda-feira, 26 de setembro de 2016
INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RN É IMPEDIDO PELO IPHAN DE REALIZAR OBRAS PARA MELHOR ACONDICIONAR O SEU ACERVO
LINK PARA ASSISTIR A MATÉRIA: https://www.youtube.com/watch?v=RmRGUENJmHc
DIRETORIA DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RN TENTA DE TODAS AS MANEIRAS LIBERAR AS OBRAS EMBARGADAS PELO IPHAN NO SALÃO ONDE DEVERÁ SER INSTALADAS MODERNAS ESTANTES DESLIZANTES PARA MELHOR ACONDICIONAS O ACERVO COMPOSTO POR MAIS DE 50.000 TÍTULOS QUE REMONTA TRÊS SÉCULOS DE HISTÓRIA, INICIANDO NO PERÍODO COLONIAL PASSANDO PELO PERÍODO IMPERIAL E O REPUBLICANO. A INSENSIBILIDADE DO ÓRGÃO FEDERAL TEM CAUSADO GRANDE PREJUÍZO AOS PESQUISADORES E A POPULAÇÃO EM GERAL, QUE COSTUMAVA RECORRER A ESSE PRECIOSO ACERVO PARA ESTUDOS E PESQUISAS.
quinta-feira, 22 de setembro de 2016
terça-feira, 26 de julho de 2016
terça-feira, 19 de julho de 2016
LANÇAMENTO DE LIVRO -
NO PRÓXIMO DIA 4 DE
AGOSTO, QUINTA FEIRA, NA SEDE DA ACADEMIA NORTE-RIOGRANDENSE DE LETRAS,
LOCALIZADA À RUA MIPIBU Nº 443 – TIRAL – NATAL/RN, ESTAREI LANÇANDO O LIVRO
"A PRAIA DA PIPA DO TEMPO DOS MEUS AVÓS" SEGUNDA EDIÇÃO AUMENTADA. SÃO 472 PÁGINAS E 710 FOTOS E
ILUSTRAÇÕES COLORIDAS. O LIVRO FOI IMPRESSO EM PAPEL CUCHÊ, COSTURADO E
TEM CAPA DURA. O ILUSTRADOR É O ARTISTA PLÁSTICO LEVI BULHÕES. AS FOTOS DA
CAPA, DE PAISAGENS (PIPA NO SÉCULO XXI) E FOTOS DE FLORES SÃO DE GUSTAVO
MITILENE E AS FOTOS DOS GOLFINHOS DE MELISSA CARSELLER.
GOSTARIA DE CONTAR COM SUA HONROSA PRESENÇA.
GOSTARIA DE CONTAR COM SUA HONROSA PRESENÇA.
terça-feira, 31 de maio de 2016
VISITA A CÂMARA MUNICIPAL DE NATAL
Visita do Presidente do IHGRN Ormuz Barbalho Simonetti
e o primeiro secretário Odúlio Botelho de Medeiros em visita ao Gabinete da
vereadora Eleika Bezerra. Na ocasião foi entregue a ilustre vereadora, dois
ofícios encaminhados pelo IHGRN. O
primeiro solicita o retorno dos nomes primitivos dos seguintes logradouros: Praça
Cívica para PRAÇA PEDRO VELHO; Parque
das Dunas Jornalista Luiz Maria Alves para BOQUE
DOS NAMORADOS e Cidade da Criança para LAGOA
MANOEL FELIPE. O segundo ofício solicita que se crie um dispositivo na Lei
Orgânica do Município, que impeça a mudança dos nomes primitivos das ruas,
avenidas e logradouros e que a partir da aprovação do dispositivo, a
denominação desses espaços públicos seja submetido à apreciação de uma comissão
formada por membros do IHGRN e do Conselho de Cultura do Estado do RN.
quarta-feira, 25 de maio de 2016
OS 150 ANOS DA BATALHA DE TUIUTI.
HOMENAGEM DA CÂMARA MUNICIPAL DE NATAL PELOS 150 ANOS DA BATALHA DE TUIUTI. DIPLOMA RECEBIDO POR TER CONTRIBUÍDO COM DEPOIMENTO SOBRE O EVENTO.
A Batalha de Tuiuti
foi um evento militar ocorrido durante a Guerra do Paraguai que teve o
enfrentamento das tropas do General
Solono Lopes com a chamada Tríplice Aliança, resultado da união dos
exércitos do Brasil, Uruguai e Argentina. A guerra do Paraguai durou exatamente
seis anos de 1864 a 1870, e termina com a morte de ditador General Solono López.
A guerra foi provocada pelo General Solono López que queria conquistar
terras ao longo da Bacia do Prata.
Teve inicio com o aprisionamento de um navio brasileiro o paquete “Marques de
Olinda” em 11 de novembro de 1864 pelos paraguaios que navegava nas águas do
Rio Paraguai transportando que na ocasião transportava o presidente da
província de Mato Grasso Frederico Carneiro de Campos.
A Batalha de
Tuiuti, recebeu esse nome por ter sido travada nos pântanos que circundavam o Lago Tuiuti em território paraguaio. Durou
apenas seis horas e foi reputada como a mais sangrenta batalha já travada na
América do Sul. Teve inicio às 11 horas do dia 24 de maio de 1864 e termina por volta das 17 horas. Envolveu um
efetivo de 50.000 homens de ambos os lados e provocou em torno de 13.000 baixas
entre mortos e feridos.
O inglês George
Tompson, que lutou como oficial no exército paraguaio, em
seu testemunho disse que o General Solono Lopes confiava numa
esmagadora vitória de seus exércitos. Com isso iria empurrar os inimigos em
direção ao Rio Paraná, o que
definiria sua vitória, muito embora seus oficiais não confiassem nessa
possibilidade, principalmente por ser o inimigo muito mais numeroso.
A batalha teve
início por volta das 11 horas da manhã tendo durado até as 17 horas.
A princípio os exércitos aliados passaram por enormes dificuldades
principalmente pela surpresa do ataque seguindo-se a desorganização das
companhias, principalmente pela ausência do General argentino Bartolomeu Mitre,
então comandante em chefe das tropas aliadas.
Com a continuidade
da batalha surge entre as tropas brasileiras a figura do General Osório que
tomou as rédeas da situação e conduziu as tropas sob seu comando. O Paraguai
atacou inicialmente o exército uruguaio com 5000 soldados e os exércitos
brasileiro e argentino com mais duas alas com cerca de 9000 homens cada ala. As
tropas paraguaias eram comandadas pelos coronéis Maracó, Rojas, Dias e
Barrios.
Uma divisão dos
paraguaios composta com 5.000 homens atacaram as tropas uruguaias comandadas
pelo General Venâncio Flores então presidente do país.
Após dizimarem três batalhões uruguaios, partiram para atacar o
exército argentino que já se encontrava sob o comando do General Bartolomeu
Mitre.
Quando chegou a vez
de se confrontar com o exército brasileiro comandado pelo tenente coronel Emílio
Luís Mallet, comandante do 1° Regimento de Artilharia a Cavalo, a poderosa
cavalaria paraguaia chegou a ficar a apenas 50 metros das tropas brasileiras.
Porém, não conseguiram avançar em virtude de um fosso que o coronel Mallet
mandara cavar, única maneira de barrar a temida cavalaria cabocla.
Não conseguindo
avançar em virtude do fosso aberto, foi então rechaçada pelo pesado fogo da
artilharia brasileira, que resultou um enorme número de baixas na cavalaria
cabocla.
Quando a cavalaria
paraguaia se aproximava do exército brasileiro um dos saldados disse apavorado
a um alferes: “Saiba, vossa senhoria, senhor alferes, que o mato está se
avermelhando de caboclos", é que o uniforme dos soldados era vermelho.
A batalha termina
com a vitória dos aliados. Estima-se que o Paraguai perdeu nessa batalha mais
de 6.000 homens entre soldados e oficiais. Entre feridos e aprisionados
contava-se mais de 1.000 indivíduos. Unidades como o 40° Batalhão de Infantaria
Uruguaio foi totalmente dizimado.
Os aliados também
tiveram suas perdas, em torno de 4.000 homens. O exército brasileiro perdeu
cerca de 725 combatentes e 2.300 ficaram feridos.
O presidente Solono
Lopes refugia-se e entrincheirado nas Fortalezas de Curupaiti e
de Humaitá e morre em 1870, pondo
fim a guerra do Paraguai.
Por mais de quarenta
anos após a Guerra do Paraguai a batalha de Tuiuti ficou sendo a principal
comemoração militar brasileira, com destaque para o general Manoel Luiz
Osório como principal herói, e comandante das nossas tropas. Por seus
feitos, foi condecorado pelo Regente D. Pedro II com Marquês de Herval. Embora
tenha culminado com a vitória dos aliados, essa batalha ficou também conhecida
como a mais sangrenta batalha travada na América do Sul.
Três norte-rio-grandenses
participaram da batalha do Tuiuti. CLAUDINO CÂNDIDO DE VASCONCELLOS MONTEIRO; FIRMINO
JOSÉ DÓRIA, embora não tendo nascido no Rio Grande do Norte, aqui residiu por
mais de 10 anos, tendo inclusive sido deputado provincial no biênio 1860/1861 e
atuou como cirurgião do serviço de saúde do Exército o cearamirinense FELIPE
BEZERRA CAVALCANTI.
Ormuz Simonetti
Presidente do IHGRN
Presidente do IHGRN
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