segunda-feira, 26 de novembro de 2012

UMA VIAGEM INESQUECÍVEL - Primeira capítulo



          Tudo começou quando resolvi descansar por uns dias, após o lançamento do meu livro “A Praia da Pipa do tempo dos meus avós”, em outro país, já que nunca havia atravessado nossas fronteiras.
         
         Entretanto, o primeiro desafio era convencer minha esposa a fazer a viagem de avião. Vários pousos e decolagens a esperavam, e só em comentar o fato, ela ficava deveras apavorada. 

        Depois de muita conversa ao pé do ouvido, recheadas de promessas em sua maioria, impossíveis de serem cumpridas, lhe convenci a ir para o “sacrifício”. Resolvida a primeira etapa, tive a grata surpresa da companhia de dois casais amigos, que se juntaria a nós, nessa aventura além-fronteiras, em terras de língua espanhola. Um dos casais, pais do meu genro, e o outro, seu filho, que viajava com sua esposa. Não poderia haver melhores companhias. Minha esposa, por sua vez, ficou mais confiante e eu, agradecido pela sorte de ter aquelas pessoas conosco, numa aventura com duração prevista para 10 dias.
       
       Parecia que tudo estava se encaixando como uma luva. Seria uma viagem inesquecível, já que para mim, minha esposa e um dos casais, fazíamos nossa primeira viagem internacional.
      
        Realmente foi “inesquecível” em todos os sentidos. Começou quando adquirimos, através do site da TAM, as seis passagens Natal/São Paulo/Chile. Na ocasião de confirmar a compra, nos enganamos quanto à data do embarque. Descobrimos depois que havíamos adquirido os bilhetes 30 dias antes do dia em que pretendíamos viajar. Resultado: perdemos todas as passagens, pois como os bilhetes foram adquiridos em uma promoção, mesmo comunicando com antecedência, como foi o nosso caso, a TAM não permitiu fazer troca, substituição ou remarcação para o dia do embarque.
      
         No dia que antecedeu a viagem amanheci com uma enorme dor no calcanhar direito. Logo suspeitei da famosa “gota”, pois, vez por outra, quando me excedo nos miúdos e carne vermelha, ela logo se apresenta. Felizmente depois de uma consulta ao médico, constatamos que se tratava apenas de uma tendinite, enfermidade não menos preocupante, principalmente para quem vai fazer uma viagem de turismo e normalmente precisa caminhar grandes distâncias. Explicada ao médico a minha condição de viajante naquela madrugada, o problema foi equacionado com uma potente injeção à base de corticóide. Enfim, na madrugada do dia 1 de novembro, partimos de Natal com destino a São Paulo.
         
          Após uma hora e meia de voo, de repente o silêncio da aeronave era rompido por um grito de pavor. Depressa! Depressa! ... era a esposa de um dos meus amigos, que muito aflita, chamava a aeromoça. Olhei para trás e também me assustei com a cena. Com a cabeça pendendo para um dos lados, seu marido desfalecia. Passou mal e veio a desmaiar por falta de oxigênio. Seu organismo, por problemas pulmonares, às vezes não consegue fazer a troca do oxigênio respirado no ambiente pressurizado da aeronave, o que provocou o seu desfalecimento.
          
        Tínhamos conhecimento do seu problema pulmonar, pois a mesma situação já havia acontecido em outro voo, quando íamos para Gramado-RS, onde fomos assistir ao espetáculo do Natal Luz. Nesse episódio, só tivemos conhecimento do fato, quando pousamos em Natal, e nos revelou que havia sofrido do mesmo desconforto durante o vôo, só tornando quando a aeronave se preparava para o pouso. Como era um vôo noturno, nem mesmo sua esposa percebeu o ocorrido.
          
          Entretanto, nessa viagem, não tivemos maiores preocupação, pois dias antes ele havia feito todos os exames e, consultando do seu médico acerca do problema, dele obteve um atestado que foi apresentado à tripulação, por ocasião do embarque, informando que o mesmo sofria de problemas respiratórios, (hipóxia hipobárica: deficiência de oxigênio nos tecidos consequente à diminuição da pressão parcial do oxigênio no ar respirado), e recomendava que ele fosse ofertado oxigênio, caso houvesse necessidade. Ficou previamente acertado com a tripulação, que se houvesse necessidade ele acionaria um dispositivo localizado acima de seu assento.
      
    O dispositivo foi aceso e imediatamente é socorrido pela tripulação, que prontamente lhe atende com uma garrafa de oxigênio. Dez minutos depois que retoma a respiração normal, um dos tripulantes solicita a presença de algum médico, que por acaso estivesse a bordo. Apresentou-se uma médica, que por sinal era do seu circulo de amizade, e gentilmente lhe faz companhia até o desembarque em São Paulo.
    
    Desembarcamos em Guarulhos pouco mais das seis horas, de uma manhã ensolarada. Três horas depois, reembarcávamos com destino a Santiago do Chile. Após tomarmos assento, sentimos a falta do nosso companheiro. Depois de algum tempo, fomos informados pelo seu filho que ele havia sido impedido de embarcar, sob a alegação de que a aeronave não dispunha de oxigênio suficiente, caso houvesse necessidade durante o voo Guarulhos-Santiago. A tripulação recusava-se terminantemente a autorizar seu embarque, temendo a repetição do ocorrido no voo entre Natal e São Paulo.   

         A aeronave continuava estacionada aguardando a solução da pendência. Logo, fomos informados que ele só poderia viajar no dia seguinte e com equipamento próprio (Concentrador de Oxigênio para uso aeronáutico). Teria que adquirir, por sua conta, uma garrafa de oxigênio. Esse equipamento ainda teria que ser submetido a analise da TAM. Também foi exigido a compra de outro bilhete, pois o equipamento – uma garrafa de oxigênio -, viajaria na poltrona vizinha.

 (continua na próxima semana)

terça-feira, 20 de novembro de 2012

O fotógrafo do jornal Tribuna do Norte,Adriano Abreu, fez a foto no momento em que o Presidente do Tribunal do Contas do Estado do Rio Grande do Norte, Conselheiro Valério Alfredo Mesquita, deixava a sede do TCE  em direção ao IHGRN- Instituto Histórico e Geográfico do RN, instituição que irá presidir no triênio 2013/2015, ladeado pelos confrades eleitos: Carlos Roberto de Miranda Gomes, Secretário Geral e Ormuz Barbalho Simonetti, Vice-Presidente.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

O FLIPIPA E A AUSÊNCIA DE NOSSOS VALORES

Gostaria que no próximo FLIPIPA fosse criado um espaço para se debater a obra do grande jurista, pesquisador,memorialista e escritor HELIO MAMEDE DE FREITAS GALVÃO. Afinal este homem escreveu muito sobre o nosso estado e principalmente sobre o lugar onde nasceu, PERNAMBUQUINHO, no município de Tibau do Sul, que na época pertencia a Goianinha-RN e que tem a Praia da Pipa como seu principal distrito. O dr. Hélio Galvão vem a ser o pai do curador do FLIPIPA, Dácio Galvão. Seria uma boa oportunidade de mostrar aos que chegar que também temos nossos VALORES e nos orgulhamos deles.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

ORAÇÃO DO MILHO


Oração do Milho
Sou a planta humilde dos quintais pequenos e das lavouras pobres.
Meu grão, perdido por acaso, nasce e cresce na terra descuidada. Ponho folhas e haste e se me ajudares Senhor, mesmo planta de acaso, solitária, dou espigas e devolvo em muitos grãos, o grão perdido inicial, salvo por milagre, que a terra fecundou.
Sou a planta primária da lavoura.
Não me pertence a hierarquia tradicional do trigo. E de mim, não se faz o pão alvo, universal.
O Justo não me consagrou Pão da Vida, nem lugar me foi dado nos altares.
Sou apenas o alimento forte e substancial dos que trabalham a terra, onde não vinga o trigo nobre.
Sou de origem obscura e de ascendência pobre. Alimento de rústicos e animais do jugo.
Fui o angu pesado e constante do escravo na exaustão do eito.
Sou a broa grosseira e modesta do pequeno sitiante. Sou a farinha econômica do proletário.
Sou a polenta do imigrante e a miga dos que começam a vida em terra estranha.
Sou apenas a fartura generosa e despreocupada dos paióis.
Sou o cocho abastecido donde rumina o gado
Sou o canto festivo dos galos na glória do dia que amanhece.
Sou o carcarejo alegre das poedeiras à volta dos seus ninhos.
Sou a pobreza vegetal, agradecida a Vós, Senhor, que me fizeste necessária e humilde
SOU O MILHO

domingo, 11 de novembro de 2012


LANÇADO NO ÚLTIMO DIA 25 DE OUTUBRO O LIVRO "A PAIA DA PIPA DO TEMPO DOS MEUS AVÓS"- JÁ SE ENCONTRA À VENDA NAS PRINCIPAIS LIVRARIAS DE NATAL E NA REDE DE LIVRARIAS SARAIVA. PODEM TAMBÉM SEREM ADQUIRIDOS COM PEDIDO ATRAVÉS DO E-MAIL:ormuzsimonetti@yahoo.com.br ou pelo telefone XX-84-9928-1176, ao preço de R$ 50,00 (cinquenta reais).

ESTAREMOS, INCLUSIVE, NO FLIPIPA- FESTIVAL LITERÁRIO DA PRAIA DA PIPA EM SUA QUARTA EDIÇÃO, COM LIVROS NA TENDA DA COOPERATIVA CULTURAL DA UFRN (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE)


sábado, 10 de novembro de 2012


INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE
TEM NOVA DIRETORIA E CONSELHO FISCAL



Em reunião de Assembleia Geral Ordinária na sua tradicional sede da Rua da Conceição, 622 - Cidade Alta, presidida pelo Escritor Jurandyr Navarro da Costa, o IHGRN, por aclamação, elegeu a sua nova Diretoria e Conselho Fiscal para o triênio 2013-2015, assim compostos:


DIRETORIA:
1.Presidente: VALÉRIO ALFREDO MESQUITA;
2.Vice-Presidente: ORMUZ BARBALHO SIMONETTI;
3.Secretário-Geral: CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES;
4.Secretário-Adjunto: ODÚLIO BOTELHO MEDEIROS;
5.Diretor Financeiro: GEORGE ANTÔNIO DE OLIVEIRA VERAS;
6.Diretor Financeiro Adjunto: EDUARDO GOSSON;
7.Orador: JOSÉ ADALBERTO TARGINO ARAÚJO;
8.Diretor da Biblioteca, Arquivo e Museu: EDGAR DANTAS RAMALHO DANTAS;

CONSELHO FISCAL:

1.EIDER FURTADO DE MENDONÇA E MENEZES, Membro titular;
2.PAULO PEREIRA DOS SANTOS, Membro titular;
3.TOMISLAV R. FEMENICK, Membro titular;
4.LÚCIA HELENA PEREIRA, Membro suplente.


A sessão cumpriu precisamente a Convocação publicada no Diário Oficial do Estado, edição do dia 31 de outubro do ano corrente, da Presidência, sob o fundamento das disposições combinadas dos artigos 11 e 15, “b” do Estatuto e ocorreu em total harmonia e confraternização. a posse ocorrerá no dia 29 de março de 2013, data de aniversário da Casa da Memória, em sessão solene na sede da Entidade, conforme oportunamente será divulgado, com a respectiva transmissão do cargo para o novo Presidente Valério Alfredo Mesquita.
Em breves palavras o Presidente Jurandyr Navarro da Costa agradeceu a presença de todos. 

terça-feira, 30 de outubro de 2012

LANÇAMENTO DO LIVRO "A PRAIA DA PIPA DO TEMPO DOS MEUS AVÓS"

                     

Estimados amigos,

Comparo o lançamento de um livro ao nascimento de um filho. Digo isso por ter tido a graça da emoção do nascimento de três lindos filhos e o lançamento do meu segundo livro. Quatro longos anos se passaram para a chegada do segundo livro, intervalo muito menor com relação ao nascimento dos meus filhos. Dos filhos tive pressa, quanto aos livros, não.

O esmero, a paciência, a dedicação que resultaram em horas indormidas para a produção de uma obra literária, são fatores primordiais para o resultado final dessa obra, que culmina com a festa do lançamento, onde partilhamos nossa emoção no abraço aos amigos.

Portanto, gostaria de agradecer a todos os que compareceram a Academia Norte-riograndense de Letras na noite do dia 25 de outubro e partilhar comigo de um dos dias mais felizes de minha vida.

O dia 25 de outubro também é dedicado ao Frei Antônio de Sant’Anna Galvão, primeiro santo brasileiro.  

Abraço carinhoso a todos,

Ormuz Barbalho Simonetti

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

A PRAIA DA PIPA DO TEMPO DOS MEUS AVÓS - O LIVRO

Caros amigos(as)

No próximo dia 25 de outubro - quinta-feira – às 19:00, nas dependências da Academia Norte-Riograndense de Letras, à Rua Mipibu n° 443, Petrópolis - Natal/RN, estarei lançando o livro "A PRAIA DA PIPA DO TEMPO DOS MEUS AVÓS".

O livro é composto de 406 páginas com histórias e estórias reais e interessantes. Adornadas com 428 imagens, entre fotos, telas e ilustrações, ajuda ao leitor a vivenciar as histórias e estórias ocorridas em um tempo que costumo me referir como “tempo da delicadeza”. 

Durante o evento, será servido um coquetel aos presentes.
Solicito aos amigos, que repasse esse CONVITE para todos os seus contatos, ajudando assim a divulgação do evento.

Abraços a todos,

Ormuz Simonetti



domingo, 14 de outubro de 2012

CARTA DO POETA FÉLIX CONTRERAS AO PRESIDENTE DA UBE AGRADECENDO SUA ESTADIA EM NATAL


Em minha já longa vida literária, cultural, intelectual por tantos povos, cidades e países, nunca antes tinha recebido tamanha demonstração de  afeto, expressões de alto espírito, arte e sensibilidade, como as recebidas na cidade de Natal/RN.
Aqui deixo meus agradecimentos saídos desta grande saudade que já sinto muito próxima aos grandes poetas Horácio Paiva, Eduardo Gosson e Diógenes da Cunha Lima, Lúcia Helena, Alberto Cícero (na sua Douce France), à Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, Carlos Gomes, Ormuz Simonetti, Betânia Ramalho (Secretária de Educação e  Cultura do Estado), Zelma Furtado (presidenta da Academia Feminina de Letras do RN – tão bonita na mesa de honra), Geralda Efigênia, Rubens Azevedo, Auzê Freitas, Janilson Carvalho e seus “Devaneios.”Teresinha Rosso Gomes, a  Gianine Costa que me presenteou com o maravilho livro sobre o seu pai, meu conterrâneo Isauro, ao pianista Humberto Muniz e suas mãos mágicas, a Natal, minha adorada cidade bela, hospitaleira e ao seu povo bom, Ormuz Simonetti (presidente do Instituto Norte-Rio-Grandense de Genealogia) Ana Maria Melo, Simone Silva e Mariana, também a Prefeitura Municipal de Ceará Mirim(Antonio Peixoto, e Edilson Rodrigues), Tribuna do Norte (Yuri e outros), Diário de Natal (Sérgio e outros), ao Toinho Silveira,  ao Hotel Holyday Inn (George Gosson) com suas janelas abertas a olhar o Atlãntico, Liége Barbalho que com muito amor e profissionalismo divulgaram este evento que ficará na memória desta região que olha o mundo desde A TORRE AZUL do poeta Horácio Paiva. Para todos de corpo presentes e não, meus beijos, abraços, mãos, pés, olhos e saudades.
                       
                                 FContreras

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

SAUDOSAS LEMBRANÇAS





Hoje eu lembro com saudade o tempo que passou
O tempo passa tão depressa, mas em mim deixou
Jovens tardes de domingo tantas alegrias
Velhos tempos, belos dias
(Roberto Carlos)


Tenho saudade dos veraneios das décadas de 70 e 80. Vez por outra, pego-me em saudoso devaneio, lembrando-me daquela época. Isso ocorre principalmente quando vejo a praia sendo tão maltratada por aqueles que teriam a responsabilidade dela cuidar. As falésias, invadidas pelas pousadas, estão pontilhadas de cano de esgoto, propiciando aos que por ali passam uma triste visão e a sensação de que estamos perdendo a guerra contra esse tipo de pessoa. Em alguns pontos os canos são bem visíveis. Indicam que ali não se tem nenhum respeito pela natureza nem pelo próprio lugar onde se vive com a família.

Quando vejo aquele pequeno pedaço de praia, que com certeza é a menor do Brasil, sem espaço para os banhistas, apinhada de sombrinhas e de vendedores, causa-me um extremo desconforto. É um verdadeiro mercado persa, onde se vende todo tipo de mercadoria, desde alimentos de duvidosa higiene a roupas, artesanatos e, ultimamente, mais uma modalidade de exploração comercial: o aluguel de cadeiras e sombrinhas. A desorganização é total. Não existem regras para nada, ou pelo menos não as percebemos. As sombrinhas de praia tomam conta de toda a pequena orla. Os comerciantes do local, no afã de ganhar mais dinheiro, invadem o pequeno espaço que os banhistas têm para se locomover, chegando a ponto de colocar as sombrinhas até dentro d’água, acompanhando a vazante da maré.  E tudo isso sob os olhos complacentes do poder público, que nada faz para modificar essa situação.

Tenho saudade, sim, daqueles veraneios de outrora, quando podíamos andar pela praia sem termos que nos deparar com esse tipo de situação. Não quero, com isso, dizer que sou contra o progresso, principalmente aquele que traz benefícios à população. Todavia, sou terminantemente contra o progresso a qualquer custo – aquele que é feito sem o mínimo planejamento, desorganizado, poluidor e destruidor, que passa por cima de tudo e de todos, contanto que atinja seus objetivos mercantilistas.

De uns tempos para cá, o lema na Pipa constitui-se em: dinheiro e lucro a qualquer custo!

Tenho saudade de quando andava pela praia, pisando na areia branca que, de tão alva e macia, dava vontade de se deitar. Ainda posso ouvir o rangido fino que ela produzia, quando pisávamos com mais força ou então quando corríamos sobre ela. Quantas vezes, depois de uma noite de “serenatas”, ficávamos a conversar até alta madrugada naquela areia... Por vezes, dormíamos ali mesmo. Não tínhamos medo, pois não havia motivo para tal. Até o final da década de 90, não me lembro ter acontecido na Pipa qualquer fato que envolvesse violência. Era comum pessoas dormirem em suas casas com as janelas abertas, sem nenhum receio. E como era bonito acordar bem cedinho e olhar os botes ancorados no porto! Naquele seu indolente balançar. Quando os primeiros raios do sol surgiam por cima do morro do Cruzeiro, revelavam toda a exuberância de um pedacinho da Mata Atlântica, naquele tempo, totalmente preservada. Infelizmente, não posso dizer o mesmo nos dias de hoje. Basta dar uma olhada à noite, para ver o foco das luzes dentro da mata que cobre o morro, para que se percebam as construções que lá existem. Irregulares? ... Não sei!

Quantas vezes eu vi a amanhecença naquela areia, contemplando a imensidão do oceano iluminado pelos primeiros raios do sol... Logo era invadido por uma profunda paz de espírito, como se sentisse a presença divina. A contemplação da natureza em todas as suas formas nos propicia esse estado de paz e bonança com o Criador.

Sim, tenho muita saudade das noites dormidas nos alpendres, das brincadeiras de dar “nó de jabá” no punho das redes dos mais descuidados ou dos incautos “visitantes”. Os namorados das nossas primas eram os nossos principais alvos. Alguns dos rapazes mais afoitos, além de darem o famigerado nó, colocavam a rede de volta nos armadores e, com o peso de seu corpo, arrochavam o máximo que pudiam. Depois, ainda urinavam em cima para que o infeliz não pudesse usar os dentes para desatá-lo. Que maldade! O coitado tinha que se arrumar lá pela areia da praia e, certamente, amanhecia o dia sem pregar olhos.

Essa era a Pipa dos anos dourados. Ocorreu-me agora a lembrança dos versos de uma música do poeta Dorival Caymmi, eterno apaixonado por sua terra. Diz muito da Pipa daquela época, do tempo da beleza, talvez do tempo da delicadeza.

[...] É quando o sol vai quebrando, lá pra o fim do mundo pra a noite chegar
É quando se ouve mais forte o ronco das ondas na beira do mar
É quando a cansaço da vida, da lida obriga João se sentar
É quando a morena se enrosca, se chega pro lado querendo agradar
Se a noite é de lua, a vontade é contar mentiras, é se espreguiçar
Deitar na areia da praia que acaba onde a vista não pode alcançar
E assim adormece esse homem que nunca precisa dormir pra sonhar
Porque não há sonho mais lindo do que sua terra, não há
(Dorival Caymmi)

Pipa, junho de 2009.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012


Caros amigos e leitores:

Dia no próximo dia 25 de outubro estarei lançando o livro “A PRAIA DA PIPA DO TEMPO DOS MEUS AVÓS”. O  lançamento se dará na Academia Norte-Riograndense de Letras.

                             Clique em cima da foto para ampliá-la.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

TERCEIRO ANO DO INSTITUTO DE GENEALOGIA




É com satisfação que registramos na data de hoje, o TERCEIRO ANIVERSÁRIO de fundação do INSTITUTO NORTE-RIOGRANDENSE DE GENEALOGIA, nascida da ideia de vários genealogistas e concretizada pelo esforço de ORMUZ BARBALHO SIMONETTI.
Justifica ele, em um dos seus dos seus artigos, que ao longo dos anos "foi constatado o grande o interesse da população pela pesquisa genealógica. A genealogia ou Ciência da História da Família é uma ciência de grande valor para o estudo da História. Registra, sob forma de texto ou árvore genealógica, a história de nossos ancestrais, com nomes, datas, e lugares por onde eles passaram, mantendo-os vivos na memória de seus descendentes, ou de quem interessar possa. O historiador vê a massa como um verde ondear de selva; já o genealogista exuma-lhe a raiz em busca do seu mistério.
            O filósofo italiano Norberto Bobbio refere-se à genealogia com a seguinte citação: “Se o mundo do futuro se abre para a imaginação, mas não nos pertence mais, o mundo do passado é aquele no qual, recorrendo a nossas lembranças, podemos buscar refúgio dentro de nós mesmo. Cada um olha o passado à sua maneira. Uns com nostalgia, outros, com a certeza de que nele se encontra fonte de conhecimento e de meio de passagem de testemunho, da herança cultural de um povo e, na generalidade, de toda a Humanidade”.
Então na noite do dia 17 de setembro de 2009, na sede da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, em Assembléia aberta pelo seu presidente - acadêmico Diógenes da Cunha Lima, que em seguida nos passou o comando dos trabalhos, foi criado o Instituto Norte-Riograndense de Genealogia. Naquela ocasião estavam presentes 40 personalidades do meio literário e cultural do nosso Estado, que em apoio à nossa causa passaram a fazer parte como sócios fundadores da novel instituição.
            O Instituto tem por finalidade, segundo o nosso Estatuto, promover e estimular estudos sobre genealogia, especialmente, a norte-rio-grandense, e sua interação com a história do país, estudos esses que poderão estender-se a disciplinas afins, tais como, história, heráldica, paleografia, informática e arquivística, aplicadas à genealogia.
            Logo em seguida, participamos do Primeiro Encontro Norte-rio-grandense de Genealogia na cidade de Caicó-RN, promovido pelo prefeito Rivaldo Costa, um apaixonado pela genealogia, e também sócio fundador de nossa Instituição.
            Esses eventos se sucederam nos anos seguintes de 2010 e 2011, com grande participação de vários genealogistas do nosso Estado, inclusive alguns procedentes de outros estados da federação como Paraíba, Pernambuco e Ceará. A população também teve participação bastante expressiva e com notório interesse aos temas abordados, principalmente nas mesas de debates, onde eram frequentes os apartes da plateia." 
                  É relevante registrar que conseguimos editar a nossa PRIMEIRA REVISTA, cuja distribuição se pretendia fazer nas comemorações do 3º aniversário, no próximo dia 21, no salão do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, grande parceiro e que nos permitiu utilizar uma sala do seu anexo. Contudo, enfermidade ocorrida com nosso sócio fundador JOSÉ HÉLIO DE MEDEIROS, colaborador dos mais assíduos, resolvemos adiar o evento para melhor oportunidade, rogando a DEUS que lhe conceda a graça de uma breve recuperação. 
                PARABÉNS COMPANHEIROS. Lembrem-se das nossas reuniões informais das quartas-feiras, a partir das 16 horas.
 (Carlos Roberto de Miranda Gomes)