domingo, 21 de novembro de 2010
sábado, 20 de novembro de 2010
UM BRASIL DIFERENTE
ORMUZ BARBALHO SIMONETTI (Presidente do Instituto Norte-Riograndense de Genealogia-INRG, membro do IHGRN e da UBE-RN)
www.ormuzsimonetti@yahoo.com.br
UM BRASIL QUE EU NÃO SABIA EXISTIR
“Foi por medo de avião, que eu segurei pela primeira vez na sua mão. Não fico mais nervoso, você já não grita e a aeromoça, sexy, fica mais bonita. . .”
No último mês de abril escrevi o artigo para o periódico O JORNAL DE HOJE, intitulado “Olhando Estrelas”, que tratava, entre outras coisas, de minhas limitações em viajar para outros lugares mais distantes, justamente pelo medo, ou melhor, pelo pavor que minha esposa sentia em voar de avião. E eu nem de longe cogitava a possibilidade de passar várias horas ou até mesmo dias, dirigindo por essas estradas mal sinalizadas e perigosas, principalmente pelo tipo de motorista que delas fazem uso.
Condutores de grandes carretas que na maioria das vezes dirigem “rebitados” para cumprir extenuantes horários determinados pelos irresponsáveis proprietários de transportadores; motoristas que conseguiram suas habilitações no período precedem as eleições, que apadrinhados por maus políticos, se eximem de fazer os testes necessários para consegui-las; jovens e adultos que não se preocupam em dirigir seus veículos, depois de embriagar-se nas baladas etc, etc.

Pois bem, depois que ela leu o bendito artigo, já que só tomou conhecimento do mesmo depois que leu no jornal, começou a mudar um pouco esse quadro. Com estava menos resistente, aproveitei para lhe fazer promessas, até mesmo as que de antemão, sabia não poder cumprir-las. Tudo isso para encorajá-la a aventurar-se pelos céus do Brasil. Os filhos e amigos aproveitaram o ensejo para também motivá-la. Depois de algum tempo, já admitia a possibilidade de fazer a tal viagem de avião, mas sempre com ressalva: por enquanto, não quero pensar nisso.
No último dia 12 o medo foi vencido. Viajamos para a cidade de Gramado, na Serra Gaucha, para vivenciar o famoso Natal Luz. A viagem toda transcorreu sem maiores problemas. Sofri apenas alguns e fortes apertos na minha mão tanto nas decolagens quanto nas aterrissagens da aeronave. O mais, apenas as travessuras do meu neto que viajou com os pais e os avôs paterno para o mesmo destino.
O Natal Luz é composto de vários espetáculos, todos ligados a temática natalina e que traduz o espírito gaúcho nessa época do ano. Começa a ser encenado anualmente no mês de novembro e vai até o mês de janeiro do ano seguinte.

Dentre os espetáculos apresentados, um me chamou mais a atenção: o Nativitaten. É o mais consagrado entre os que são apresentados no Natal Luz. Compõe-se de um show de vários cantores líricos, que interage com um magnífico coral formado por jovens da região. Antes do início da apresentação, esses jovens desfilam segurando velas acesas e circulam todo o perímetro em volta do lago.
Esse desfile constitui uma visão deslumbrante, pois até então, toda a área esta completamente às escuras. Ao adentrar no local do espetáculo, os espectadores recebem um protetor de papel em forma de pira e uma vela, que em determinado momento, será acesa por solicitação dos organizadores. Quando isso acontece, todo aquele ambiente se reveste de uma beleza sem igual. Milhares de pontinhos luminosos dançam ao movimento dos braços dos espectadores que acompanham o ritmo das músicas natalinas, cantadas pelo coral.

Outro ponto alto é o belíssimo show pirotécnico que, em sintonia com a “dança das águas”, ganha vida com um impressionante jogo de luzes, deixando em êxtase toda a platéia que ao final do espetáculo aplaude calorosamente. Tudo isso acontece em um espaço chamado “Lago Joaquina Bier”, que fica em frente ao Hotel Laghetto, onde estávamos hospedados.
Confesso que ao ver aquele espetáculo de vozes harmoniosas, pirotecnia, águas, luzes e cores, me senti envergonhado ao lembrar a nossa desprezada e abandonada “Cidade da Criança” ou como eu aprendi chamá-la quando criança, Lagoa Manoel Felipe, o nosso espaço é exatamente igual aquele lago, no tamanho e na localização. Ambos localizam-se no centro de bairros residenciais de classe média alta. Mas as coincidências param por aí. Em Gramado o Lago Joaquina Bier, é bem cuidado e bem tratado pelo Poder Público, rende durante todo o ano, divisas para o município e embeleza ainda mais, se é que isso é possível, aquele pedaço de chão.

A nossa Cidade da Criança: coitada, maltratada, explorada de todas as formas que possam imaginar, morre aos pouco. Suas águas que poderiam conservar-se límpidas, já que nascem ali mesmo naquele chão, ao contrário, são escuras, fétidas, contaminadas com as águas que correm pela sarjeta, além de esgoto de dejetos humanos de áreas próximas.
Um fio de esperança aconteceu quando em 2009 o contrato de número 161/2009 publicado no Diário Oficial do Estado em 9/12/2010, para sua recuperação, foram alocados a importância de R$ 8.5000.000,00 (oito milhões e quinhentos mil reais), sendo 7.200.000,00 para realização da obra e R$ 1.300.000,00 para aquisição de materiais e equipamentos. (Tribuna do Norte 9/12/2009). Iniciaram-se as obras, mas logo foram paralisadas deixando a pobre Lagoa Manoel Felipe, mais uma vez a espera de um milagre. Não sabemos quanto desses recursos foram aplicados.

COMO PODEM VER PELA FOTO, O LAGO JOAQUINA BIER É EXATAMENTE IGUAR A NOSSA "CIDADE DA CRIANÇA" OU "LAGOA MANOEL FELIPE", SEU NOME ORIGINAL. LÁ NAS TERRAS DO SUL, OS NOMES DOS HOMENAGEADOS SÃO CONSERVADOS E VALORIZADOS. AQUI, NAS TERRAS TUPINUQUINS SE MUDAM OS NOMES ORIGINAIS SEM NENHUM RESPEITO AS TRADIÇÕES, MAS INFELIZMENTE NÃO MUDAM A SÓRDIDA MANEIRA DE TRATAR A COISA PÚBLICA.
Será que algum dia as crianças e a nossa cidade são beneficiados dos R$ 8.500.000,00(oito milhões e quinhentos mil reais) que foram alocados para sua recuperação? Confesso, tenho cá minhas dúvidas.
Conheci um Brasil diferente. Gramado é um município com pouco mais de 30.000 habitantes, sendo 90% de sua fonte de renda proveniente do turismo, onde recebe anualmente cerca de 2,5 milhões de turistas.
Algumas coisas me chamaram a atenção. Nos oito dias que estive na cidade, não consegui escutar nenhuma buzina de automóvel. Cheguei a pensar que os carros que por lá circulavam não dispunham desse acessório tão utilizado nas ruas de nossas capitais. Observei incrédulo, que os pedestres quando se aproximavam das faixas destinadas a eles, os carros diminuíam a velocidade e ao menor sinal de que pretendem atravessar a rua, os veículos imediatamente paravam. Tive vontade de rir imaginando a cena de alguém fazendo isso aqui em nossa Natal. Logo que pusesse o pé na faixa sem o devido cuidado de olhar para todos os lados por mais de uma vez, com sorte, no mínimo ficaria sem a perna.
Não se ouvia ninguém falando alto nem andando pelas ruas cobrindo a orelha com um celular. Chamou-me a atenção um vendedor de “mega sena” que falava um pouco mais alto na tentativa de atrair algum cliente. Aproximei-me dele e perguntei: de onde o senhor é? E ele reconhecendo meu sotaque nordestino, falou meio agauchado, - de Pernambuco tchê, vai levar uma? Agradeci e continuei minha caminhada.
Na cidade não existe “sinal” de transito. O único que tinha a Prefeitura achou por bem substituí-lo por uma rótula, há mais de cinco anos. Mesmo que tivesse, certamente não iríamos nos deparar com aqueles garotos que infestam nossos “sinais” munidos de uma garrafa peti cheia de água, que na tentativa de limpar o para brisa dos carros em troca de uma moeda, muitas vezes terminam por sujá-los ainda mais. Não existe a figura do “flanelinha”. Não vi mendigos nem pessoas maltrapilhas circulando pela cidade. Enfim, nada que denotasse pobreza.
Procurei conversas com pessoas da região para saber o segredo daquilo que para mim, era totalmente inusitado. E novamente senti-me envergonhado quando o interlocutor me respondeu com a maior simplicidade: o segredo é elegermos um administrador sério, comprometido com a cidade e a população. Relatou-me que dentre outras ações promovidas pelos dirigentes municipais, está a educação da população, principalmente por ser uma cidade eminentemente turística que lida anualmente, como já disse, com 2,5 milhões de visitantes vindos de todas as partes do Brasil e do mundo. Em contrapartida a população responde com a valorização dos bons administradores. O atual prefeito Nestor Tissot, era o vice do anterior, Pedro Henrique Bertolucci, que entre idas e vindas, já governou o município por 18 anos.
No primeiro dia que chegamos, a cidade foi tomada por um denso nevoeiro que mal dava pra enxergar o outro lado da rua. Foi aí que comecei a ouvir um gorjeio que me pareceu familiar. Procurei entre as árvores e nada pude ver, pois o nevoeiro a cada instante ficava mais denso. No outro dia, com a sua dissipação já era possível enxergá-la. Chegou-me novamente aos ouvidos aquele mesmo canto. E lá fui eu mais uma vez tentar identificar o seresteiro que tantas boas lembranças me traziam. Depois de um bom tempo de procura, pude avistar em cima de um dos casarões em estilo europeu, o que o meu subconsciente já havia identificado. O amarelo ouro do nosso canário da terra. O mesmo que em meus tempos de criança e adolescente voavam em bandos na fazenda de meu pai e por todas as cidades do nosso interior. Hoje infelizmente em nossa região, já faz parte da grande lista dos pássaros ameaçados de extinção. Senti naquele instante que nem tudo estava perdido, pois na longínqua Gramado, o nosso canário da terra esta totalmente a salvo das mazelas que praticamente o extinguiram em nossa região.
Mas como todos sabem o melhor de uma viajem é o retorno para casa. Parafraseando o escritor José Américo, “voltar é uma forma de renascer. Ninguém se perde na volta. Mas, ao chegar em casa, logo precisei viajar para a praia da Pipa, distante 80 quilômetros de Natal, percurso que com a conclusão da BR 101 no trecho Natal/Goianinha, fazemos em pouco mais de uma hora de viajem. Fui surpreendido com uma observação vindo de minha esposa nunca dantes escutada: - essa viagem pra Pipa é muito cansativa! E logo me veio a interrogação: será que agora, por não ter mais medo de voar, ela esta cogitando fazê-la de avião?
Natal, novembro/2010.
www.ormuzsimonetti@yahoo.com.br
UM BRASIL QUE EU NÃO SABIA EXISTIR
“Foi por medo de avião, que eu segurei pela primeira vez na sua mão. Não fico mais nervoso, você já não grita e a aeromoça, sexy, fica mais bonita. . .”
No último mês de abril escrevi o artigo para o periódico O JORNAL DE HOJE, intitulado “Olhando Estrelas”, que tratava, entre outras coisas, de minhas limitações em viajar para outros lugares mais distantes, justamente pelo medo, ou melhor, pelo pavor que minha esposa sentia em voar de avião. E eu nem de longe cogitava a possibilidade de passar várias horas ou até mesmo dias, dirigindo por essas estradas mal sinalizadas e perigosas, principalmente pelo tipo de motorista que delas fazem uso.
Condutores de grandes carretas que na maioria das vezes dirigem “rebitados” para cumprir extenuantes horários determinados pelos irresponsáveis proprietários de transportadores; motoristas que conseguiram suas habilitações no período precedem as eleições, que apadrinhados por maus políticos, se eximem de fazer os testes necessários para consegui-las; jovens e adultos que não se preocupam em dirigir seus veículos, depois de embriagar-se nas baladas etc, etc.

Pois bem, depois que ela leu o bendito artigo, já que só tomou conhecimento do mesmo depois que leu no jornal, começou a mudar um pouco esse quadro. Com estava menos resistente, aproveitei para lhe fazer promessas, até mesmo as que de antemão, sabia não poder cumprir-las. Tudo isso para encorajá-la a aventurar-se pelos céus do Brasil. Os filhos e amigos aproveitaram o ensejo para também motivá-la. Depois de algum tempo, já admitia a possibilidade de fazer a tal viagem de avião, mas sempre com ressalva: por enquanto, não quero pensar nisso.
No último dia 12 o medo foi vencido. Viajamos para a cidade de Gramado, na Serra Gaucha, para vivenciar o famoso Natal Luz. A viagem toda transcorreu sem maiores problemas. Sofri apenas alguns e fortes apertos na minha mão tanto nas decolagens quanto nas aterrissagens da aeronave. O mais, apenas as travessuras do meu neto que viajou com os pais e os avôs paterno para o mesmo destino.
O Natal Luz é composto de vários espetáculos, todos ligados a temática natalina e que traduz o espírito gaúcho nessa época do ano. Começa a ser encenado anualmente no mês de novembro e vai até o mês de janeiro do ano seguinte.

Dentre os espetáculos apresentados, um me chamou mais a atenção: o Nativitaten. É o mais consagrado entre os que são apresentados no Natal Luz. Compõe-se de um show de vários cantores líricos, que interage com um magnífico coral formado por jovens da região. Antes do início da apresentação, esses jovens desfilam segurando velas acesas e circulam todo o perímetro em volta do lago.
Esse desfile constitui uma visão deslumbrante, pois até então, toda a área esta completamente às escuras. Ao adentrar no local do espetáculo, os espectadores recebem um protetor de papel em forma de pira e uma vela, que em determinado momento, será acesa por solicitação dos organizadores. Quando isso acontece, todo aquele ambiente se reveste de uma beleza sem igual. Milhares de pontinhos luminosos dançam ao movimento dos braços dos espectadores que acompanham o ritmo das músicas natalinas, cantadas pelo coral.

Outro ponto alto é o belíssimo show pirotécnico que, em sintonia com a “dança das águas”, ganha vida com um impressionante jogo de luzes, deixando em êxtase toda a platéia que ao final do espetáculo aplaude calorosamente. Tudo isso acontece em um espaço chamado “Lago Joaquina Bier”, que fica em frente ao Hotel Laghetto, onde estávamos hospedados.
Confesso que ao ver aquele espetáculo de vozes harmoniosas, pirotecnia, águas, luzes e cores, me senti envergonhado ao lembrar a nossa desprezada e abandonada “Cidade da Criança” ou como eu aprendi chamá-la quando criança, Lagoa Manoel Felipe, o nosso espaço é exatamente igual aquele lago, no tamanho e na localização. Ambos localizam-se no centro de bairros residenciais de classe média alta. Mas as coincidências param por aí. Em Gramado o Lago Joaquina Bier, é bem cuidado e bem tratado pelo Poder Público, rende durante todo o ano, divisas para o município e embeleza ainda mais, se é que isso é possível, aquele pedaço de chão.

A nossa Cidade da Criança: coitada, maltratada, explorada de todas as formas que possam imaginar, morre aos pouco. Suas águas que poderiam conservar-se límpidas, já que nascem ali mesmo naquele chão, ao contrário, são escuras, fétidas, contaminadas com as águas que correm pela sarjeta, além de esgoto de dejetos humanos de áreas próximas.
Um fio de esperança aconteceu quando em 2009 o contrato de número 161/2009 publicado no Diário Oficial do Estado em 9/12/2010, para sua recuperação, foram alocados a importância de R$ 8.5000.000,00 (oito milhões e quinhentos mil reais), sendo 7.200.000,00 para realização da obra e R$ 1.300.000,00 para aquisição de materiais e equipamentos. (Tribuna do Norte 9/12/2009). Iniciaram-se as obras, mas logo foram paralisadas deixando a pobre Lagoa Manoel Felipe, mais uma vez a espera de um milagre. Não sabemos quanto desses recursos foram aplicados.

COMO PODEM VER PELA FOTO, O LAGO JOAQUINA BIER É EXATAMENTE IGUAR A NOSSA "CIDADE DA CRIANÇA" OU "LAGOA MANOEL FELIPE", SEU NOME ORIGINAL. LÁ NAS TERRAS DO SUL, OS NOMES DOS HOMENAGEADOS SÃO CONSERVADOS E VALORIZADOS. AQUI, NAS TERRAS TUPINUQUINS SE MUDAM OS NOMES ORIGINAIS SEM NENHUM RESPEITO AS TRADIÇÕES, MAS INFELIZMENTE NÃO MUDAM A SÓRDIDA MANEIRA DE TRATAR A COISA PÚBLICA.
Será que algum dia as crianças e a nossa cidade são beneficiados dos R$ 8.500.000,00(oito milhões e quinhentos mil reais) que foram alocados para sua recuperação? Confesso, tenho cá minhas dúvidas.
Conheci um Brasil diferente. Gramado é um município com pouco mais de 30.000 habitantes, sendo 90% de sua fonte de renda proveniente do turismo, onde recebe anualmente cerca de 2,5 milhões de turistas.
Algumas coisas me chamaram a atenção. Nos oito dias que estive na cidade, não consegui escutar nenhuma buzina de automóvel. Cheguei a pensar que os carros que por lá circulavam não dispunham desse acessório tão utilizado nas ruas de nossas capitais. Observei incrédulo, que os pedestres quando se aproximavam das faixas destinadas a eles, os carros diminuíam a velocidade e ao menor sinal de que pretendem atravessar a rua, os veículos imediatamente paravam. Tive vontade de rir imaginando a cena de alguém fazendo isso aqui em nossa Natal. Logo que pusesse o pé na faixa sem o devido cuidado de olhar para todos os lados por mais de uma vez, com sorte, no mínimo ficaria sem a perna.
Não se ouvia ninguém falando alto nem andando pelas ruas cobrindo a orelha com um celular. Chamou-me a atenção um vendedor de “mega sena” que falava um pouco mais alto na tentativa de atrair algum cliente. Aproximei-me dele e perguntei: de onde o senhor é? E ele reconhecendo meu sotaque nordestino, falou meio agauchado, - de Pernambuco tchê, vai levar uma? Agradeci e continuei minha caminhada.
Na cidade não existe “sinal” de transito. O único que tinha a Prefeitura achou por bem substituí-lo por uma rótula, há mais de cinco anos. Mesmo que tivesse, certamente não iríamos nos deparar com aqueles garotos que infestam nossos “sinais” munidos de uma garrafa peti cheia de água, que na tentativa de limpar o para brisa dos carros em troca de uma moeda, muitas vezes terminam por sujá-los ainda mais. Não existe a figura do “flanelinha”. Não vi mendigos nem pessoas maltrapilhas circulando pela cidade. Enfim, nada que denotasse pobreza.
Procurei conversas com pessoas da região para saber o segredo daquilo que para mim, era totalmente inusitado. E novamente senti-me envergonhado quando o interlocutor me respondeu com a maior simplicidade: o segredo é elegermos um administrador sério, comprometido com a cidade e a população. Relatou-me que dentre outras ações promovidas pelos dirigentes municipais, está a educação da população, principalmente por ser uma cidade eminentemente turística que lida anualmente, como já disse, com 2,5 milhões de visitantes vindos de todas as partes do Brasil e do mundo. Em contrapartida a população responde com a valorização dos bons administradores. O atual prefeito Nestor Tissot, era o vice do anterior, Pedro Henrique Bertolucci, que entre idas e vindas, já governou o município por 18 anos.
No primeiro dia que chegamos, a cidade foi tomada por um denso nevoeiro que mal dava pra enxergar o outro lado da rua. Foi aí que comecei a ouvir um gorjeio que me pareceu familiar. Procurei entre as árvores e nada pude ver, pois o nevoeiro a cada instante ficava mais denso. No outro dia, com a sua dissipação já era possível enxergá-la. Chegou-me novamente aos ouvidos aquele mesmo canto. E lá fui eu mais uma vez tentar identificar o seresteiro que tantas boas lembranças me traziam. Depois de um bom tempo de procura, pude avistar em cima de um dos casarões em estilo europeu, o que o meu subconsciente já havia identificado. O amarelo ouro do nosso canário da terra. O mesmo que em meus tempos de criança e adolescente voavam em bandos na fazenda de meu pai e por todas as cidades do nosso interior. Hoje infelizmente em nossa região, já faz parte da grande lista dos pássaros ameaçados de extinção. Senti naquele instante que nem tudo estava perdido, pois na longínqua Gramado, o nosso canário da terra esta totalmente a salvo das mazelas que praticamente o extinguiram em nossa região.
Mas como todos sabem o melhor de uma viajem é o retorno para casa. Parafraseando o escritor José Américo, “voltar é uma forma de renascer. Ninguém se perde na volta. Mas, ao chegar em casa, logo precisei viajar para a praia da Pipa, distante 80 quilômetros de Natal, percurso que com a conclusão da BR 101 no trecho Natal/Goianinha, fazemos em pouco mais de uma hora de viajem. Fui surpreendido com uma observação vindo de minha esposa nunca dantes escutada: - essa viagem pra Pipa é muito cansativa! E logo me veio a interrogação: será que agora, por não ter mais medo de voar, ela esta cogitando fazê-la de avião?
Natal, novembro/2010.
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
III EPE
terça-feira, 19 de outubro de 2010
DO BLOG DE CARLOS GOMES


SAUDADES DE GILVAN BEZERRIL (PAULO GILVAN)
Amigos e Amigas leitores deste meu blog. Recebi do colega brasiliense Ciro Tavares a triste notícia do falecimento, ontem, na cidade do Recife - onde nasceu, do último integrante original do Trio Irakitan – Gilvan Bezerril (Paulo Gilvan).
Como muitos sabem, comecei a minha vida militando no rádio e cantei inúmeras vezes na SAE (Sociedade Artística Estudantil), levado pelas mãos de Francisco Gomes de Sales, que era meu empresário e também do Trio Irakitan.
Guardo dessa época uma relíquia que o próprio Gilvan não chegou a conhecer – um disco em acetato obtido de um gravador de fio magnético, onde em um lado está a primeira gravação do Trio Irakitan (Você não sabe amar) e no outro lado eu cantando com o Trio (Sin ti). Isso ocorreu em 1948 na casa do Coronel Salema, na Base Aérea de Natal.
Este disco estou tentando recuperar através de um técnico de São Paulo indicado pelo meu amigo Dr. Ernani Rosado.
Eu vi o Trio nascer na casa de Edinho, que ficava na rua Coronel Cascudo, na cidade alta. Em nossas andanças artísticas, o gênio era Edinho, músico e arranjador de primeira linha. Gilvan era o “crooner” e Joãozinho fazia pequenas e rápidas cenas de teatro com Pedro e Paulo Dieb. Nas nossas excursões também participavam Haroldo de Almeida e Newton Ramalho, este ainda vivo.
Nessa época, os meninos do Trio resolveram buscar sucesso fora do Brasil, através dos países da América do Sul e voltaram consagrados, quando a cidade fez festa no Aéro Clube para recepcioná-los. Tenho tudo isso documentado para publicar em breve.
Faço esse registro sob o impacto de grande emoção e imensa saudade, rogando a Deus pela proteção do nosso pranteado Gilvan e que, por benesse do Criador, retome o convívio dos seus antigos parceiros, para brindar no céu, entre os querubins, a imensa população de potiguares que lá se encontra.
domingo, 17 de outubro de 2010
sábado, 16 de outubro de 2010
ENCONTRO DE GENEALOGIA
II ENCONTRO NORTERIOGRANDENSE DE GENEALOGIA
CAICÓ-RN, NOS DIAS 26,27 E 28 DE NOVEMBRO DE 2010.
CENTRO PASTORAL DOM WAGNER
PALESTRAS
MESA REDONDA
INTERCÂMBIOS
CONFRATERNIZAÇÕES E HOSPEDAGEM...
O RN EM ESPECIAL O SERIDÓ IRÁ VIVENCIAR A SUA GENEALOGIA AO SEU INTEIRO TEOR.
VENHA PARTICIPE!
CONTATO: aryssonsoares@hotmail.com
84-9946-6700 ou 9991-6516
CONFIRME SUA PARTICIPAÇÃO E RESERVE SUA HOSPEDAGEM.
HOMENAGEANDO: DOM JOSÉ ADELINO DANTAS
Umas das maiores e mais expressivas figuras da nossa comunidade estaria, se vivo fosse, completando 100 Anos de Vida neste ano de 2010. Estamos falando do saudoso "Dom Adelino Dantas, homem da fé e das letras, das artes e da cultura, historiador e conhecedor profundo das famílias do Seridó, um homem que amou intensamente Carnaúba dos Dantas e o seu povo Seridoense". Portanto neste II Encontro de Genealogia nós iremos também homenagear Dom José Adelino Dantas, pelo seu Centenário de nascimento, com uma palestra que terá como palestrante o nosso estimável Monsenhor Ausônio Tércio de Araújo.
ARYSSON SOARES DA SILVA.
CAICÓ-RN, NOS DIAS 26,27 E 28 DE NOVEMBRO DE 2010.
CENTRO PASTORAL DOM WAGNER
PALESTRAS
MESA REDONDA
INTERCÂMBIOS
CONFRATERNIZAÇÕES E HOSPEDAGEM...
O RN EM ESPECIAL O SERIDÓ IRÁ VIVENCIAR A SUA GENEALOGIA AO SEU INTEIRO TEOR.
VENHA PARTICIPE!
CONTATO: aryssonsoares@hotmail.com
84-9946-6700 ou 9991-6516
CONFIRME SUA PARTICIPAÇÃO E RESERVE SUA HOSPEDAGEM.
HOMENAGEANDO: DOM JOSÉ ADELINO DANTAS
Umas das maiores e mais expressivas figuras da nossa comunidade estaria, se vivo fosse, completando 100 Anos de Vida neste ano de 2010. Estamos falando do saudoso "Dom Adelino Dantas, homem da fé e das letras, das artes e da cultura, historiador e conhecedor profundo das famílias do Seridó, um homem que amou intensamente Carnaúba dos Dantas e o seu povo Seridoense". Portanto neste II Encontro de Genealogia nós iremos também homenagear Dom José Adelino Dantas, pelo seu Centenário de nascimento, com uma palestra que terá como palestrante o nosso estimável Monsenhor Ausônio Tércio de Araújo.
ARYSSON SOARES DA SILVA.
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
EDITAL DE CONVOCAÇÃO PARA ELEIÇÕES DO I.N.R.G.
INSTITUTO NORTE-RIOGRANDENSE DE GENEALOGIA - INRG
CONVOCAÇÃO DE ELEIÇÕES
A COMISSÃO ELEITORAL designada pela Portaria n° 01/2010-INRG de 13 de outubro em curso, do Presidente da Instituição, CONVOCA todos os Acadêmicos do INSTITUTO NORTE-RIOGRANDENSE DE GENEALOGIA - INRG, inscrição no CNPJ sob o n° 12.382.295/0001-97 – NATAL-RN, para participarem do pleito eleitoral para a escolha dos membros da Diretoria e Conselho Fiscal da referida Academia, a ter lugar no dia 17 de novembro próximo vindouro, em sua sede provisória sita à Rua Mipibu, 443, Petrópolis, nesta Capital, onde é a sede permanente da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras – ANRL, Petrópolis-Natal/RN, no horário das 8 às 17 horas, para o preenchimento dos seguintes cargos: DIRETORIA: Presidente; Vice-Presidente; Secretário e Tesoureiro. CONSELHO FISCAL: Três (03) Membros Titulares e Um (01) Suplente.
O edital com as normas editalícias completas está afixado na sede provisória da Instituição, no início indicada.
Natal/RN, 13 de outubro de 2010
A Comissão Eleitoral
CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES
Presidente
JOAQUIM LUIS QUITHÉ DE VASCONCELOS
Membro
ROSTAND MEDEIROS
Membro
CONVOCAÇÃO DE ELEIÇÕES
A COMISSÃO ELEITORAL designada pela Portaria n° 01/2010-INRG de 13 de outubro em curso, do Presidente da Instituição, CONVOCA todos os Acadêmicos do INSTITUTO NORTE-RIOGRANDENSE DE GENEALOGIA - INRG, inscrição no CNPJ sob o n° 12.382.295/0001-97 – NATAL-RN, para participarem do pleito eleitoral para a escolha dos membros da Diretoria e Conselho Fiscal da referida Academia, a ter lugar no dia 17 de novembro próximo vindouro, em sua sede provisória sita à Rua Mipibu, 443, Petrópolis, nesta Capital, onde é a sede permanente da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras – ANRL, Petrópolis-Natal/RN, no horário das 8 às 17 horas, para o preenchimento dos seguintes cargos: DIRETORIA: Presidente; Vice-Presidente; Secretário e Tesoureiro. CONSELHO FISCAL: Três (03) Membros Titulares e Um (01) Suplente.
O edital com as normas editalícias completas está afixado na sede provisória da Instituição, no início indicada.
Natal/RN, 13 de outubro de 2010
A Comissão Eleitoral
CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES
Presidente
JOAQUIM LUIS QUITHÉ DE VASCONCELOS
Membro
ROSTAND MEDEIROS
Membro
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
III EPA
III-EPE
III ENCONTRO POTIGUAR DE ESCRITORES – III EPE
De 26 a 28 de outubro de 2010
Coordenador Geral:
Eduardo Antonio Gosson
e-mail eduardogosson@tjrn.jus.br telefones: 3616-6513 e 9983-6081
Coordenadores Adjuntos:
Aluízio Mathias
Carlos Roberto de Miranda Gomes
Francisco Alves da Costa Sobrinho
Maria Rizolete Fernandes
Comissão de Divulgação
Cid Augusto
Carla Sousa (Assessoria de Imprensa)
Nelson Patriota (Diretor de Divulgação)
Francisco Alves da Costa Sobrinho
Paulo Jorge Dumaresq
Paulo Macedo
Lívio Alves Oliveira
Jania Maria de Souza
Lucia Helena Pereira
Maria Vilmaci Viana
J. Pinto Júnior
Local: Auditório da livraria Siciliano (G5), no shopping Midway Mall
Data: 26 a 28 de outubro de 2010
Hora: 10h às 18h.
III ENCONTRO POTIGUAR DE ESCRITORES
III EPE PROGRAMAÇÃO
26.10.10, terça-feira:
10h – Abertura Solene
(Eduardo Gosson – Presidente da UBE/RN)
11h30 – Jornalismo Político Ontem e Hoje
(Agnelo Alves, Woden Madruga e Ticiano Duarte)
Moderador: J. Pinto Júnior
15h – Nossa Editora: uma proposta editorial
(Pedro Simões)
16h – Três leituras sobre o Dilúvio: Gênesis, Miguel Torga e Machado de Assis
(Araceli Sobreira Benevides)
17h30 – Cultura Mossoroense em Questão
(Crispiniano Neto, Caio César e Clauder Arcanjo)
Moderador: Cid Augusto
18h30 – Lançamentos de livros e sarau com a Academia de Trovas RN (Coordenação José Lucas de Barros)
27.10.10, quarta-feira:
10h – Centenário de Américo de Oliveira Costa
( Anna Maria Cascudo, Nelson Patriota e João Eduardo de Carvalho Costa)
Moderador: Jurandyr Navarro
11h30 – Contribuição dos dramaturgos nordestinos para o Teatro Brasileiro
( Henrique Fontes, Clotilde Tavares e Racine Santos)
Moderador: Sonia Othon
15h – Jornalismo Cultural: ontem e hoje
(Cinthia Lopes , Franklin Jorge e Sérgio Vilar )
Moderador: Alexandro Gurgel
16h30 – Projeção do conto de José Saramago – A Maior Flor do Mundo
16h35 - Literatura Infantil Potiguar
(Bartolomeu Melo, Jânia Souza e Nivaldete Ferreira)
Moderador: Aluízio Mathias
18h – Lançamentos literários e sarau com a Sociedade dos Poetas Vivos e Afins (Coordenação de Geralda Efigênia)
28.10.10, quinta-feira:
10h – A Importância dos Estudos Genealógicos
(Ormuz Simonetti, Clotilde Santa Cruz Tavares, Antônio Luís de Medeiros e Joaquim José de Medeiros Neto )
Moderador: Carlos Gomes
11h30 – Debate da Rede Nordeste da Literatura, do Livro e da Leitura.
( Mileide Flores, Rosemary Guillén e Rildeci Medeiros)
Moderador: Francisco Alves da Costa Sobrinho
15 h – Compra do Livro Regionalizado no Nordeste
- Informes sobre a Feira do Livro em Frankfurt em 2013
(Tarciana Portela, Mileide Flores e Crispiniano Neto)
Moderador: Roberto Azoubel
16h30 – Madalena Antunes no Contexto da Literatura Potiguar
(Lucia Helena Pereira)
17h30 – A Nova Poesia do Seridó
(Iara Maria Carvalho, Wescley J. Gama e Ana Lúcia Henrique)
Moderador: Geralda Efigênia
18h 30 – Sarau com o grupo Casarão de Poesia
Coordenação: Aluízio Mathias
III ENCONTRO POTIGUAR DE ESCRITORES – III EPE
De 26 a 28 de outubro de 2010
Coordenador Geral:
Eduardo Antonio Gosson
e-mail eduardogosson@tjrn.jus.br telefones: 3616-6513 e 9983-6081
Coordenadores Adjuntos:
Aluízio Mathias
Carlos Roberto de Miranda Gomes
Francisco Alves da Costa Sobrinho
Maria Rizolete Fernandes
Comissão de Divulgação
Cid Augusto
Carla Sousa (Assessoria de Imprensa)
Nelson Patriota (Diretor de Divulgação)
Francisco Alves da Costa Sobrinho
Paulo Jorge Dumaresq
Paulo Macedo
Lívio Alves Oliveira
Jania Maria de Souza
Lucia Helena Pereira
Maria Vilmaci Viana
J. Pinto Júnior
Local: Auditório da livraria Siciliano (G5), no shopping Midway Mall
Data: 26 a 28 de outubro de 2010
Hora: 10h às 18h.
III ENCONTRO POTIGUAR DE ESCRITORES
III EPE PROGRAMAÇÃO
26.10.10, terça-feira:
10h – Abertura Solene
(Eduardo Gosson – Presidente da UBE/RN)
11h30 – Jornalismo Político Ontem e Hoje
(Agnelo Alves, Woden Madruga e Ticiano Duarte)
Moderador: J. Pinto Júnior
15h – Nossa Editora: uma proposta editorial
(Pedro Simões)
16h – Três leituras sobre o Dilúvio: Gênesis, Miguel Torga e Machado de Assis
(Araceli Sobreira Benevides)
17h30 – Cultura Mossoroense em Questão
(Crispiniano Neto, Caio César e Clauder Arcanjo)
Moderador: Cid Augusto
18h30 – Lançamentos de livros e sarau com a Academia de Trovas RN (Coordenação José Lucas de Barros)
27.10.10, quarta-feira:
10h – Centenário de Américo de Oliveira Costa
( Anna Maria Cascudo, Nelson Patriota e João Eduardo de Carvalho Costa)
Moderador: Jurandyr Navarro
11h30 – Contribuição dos dramaturgos nordestinos para o Teatro Brasileiro
( Henrique Fontes, Clotilde Tavares e Racine Santos)
Moderador: Sonia Othon
15h – Jornalismo Cultural: ontem e hoje
(Cinthia Lopes , Franklin Jorge e Sérgio Vilar )
Moderador: Alexandro Gurgel
16h30 – Projeção do conto de José Saramago – A Maior Flor do Mundo
16h35 - Literatura Infantil Potiguar
(Bartolomeu Melo, Jânia Souza e Nivaldete Ferreira)
Moderador: Aluízio Mathias
18h – Lançamentos literários e sarau com a Sociedade dos Poetas Vivos e Afins (Coordenação de Geralda Efigênia)
28.10.10, quinta-feira:
10h – A Importância dos Estudos Genealógicos
(Ormuz Simonetti, Clotilde Santa Cruz Tavares, Antônio Luís de Medeiros e Joaquim José de Medeiros Neto )
Moderador: Carlos Gomes
11h30 – Debate da Rede Nordeste da Literatura, do Livro e da Leitura.
( Mileide Flores, Rosemary Guillén e Rildeci Medeiros)
Moderador: Francisco Alves da Costa Sobrinho
15 h – Compra do Livro Regionalizado no Nordeste
- Informes sobre a Feira do Livro em Frankfurt em 2013
(Tarciana Portela, Mileide Flores e Crispiniano Neto)
Moderador: Roberto Azoubel
16h30 – Madalena Antunes no Contexto da Literatura Potiguar
(Lucia Helena Pereira)
17h30 – A Nova Poesia do Seridó
(Iara Maria Carvalho, Wescley J. Gama e Ana Lúcia Henrique)
Moderador: Geralda Efigênia
18h 30 – Sarau com o grupo Casarão de Poesia
Coordenação: Aluízio Mathias
terça-feira, 12 de outubro de 2010
MUSEU NILO PEREIRA - CEARÁ-MIRIM RN
ORMUZ BARBALHO SIMONETTI (Presidente do Instituto Norte-Rio-Grandense de Genealogia, membro do IHGRN e da UBE-RN)
AINDA SOBRE O MUSEU NILO PEREIRA – ENGENHO GUAPORÉ
Felizmente nosso grito de alerta teve ouvidos lá fora. Os dois artigos publicados neste periódico, “Vergonha” e “Grito de Alerta- Ainda sobre o Museu Nilo Pereira”, alcançaram o confrade Carlos Barata, Presidente do CBG - Colégio Brasileiro de Genealogia, com sede no Rio de Janeiro, Instituição a qual pertencemos desde 2008. O professor Carlos Barata ficou chocado com a atual situação do museu e principalmente com as imagens do vídeo que lhe enviei, onde vândalos aparece apedrejando o Museu Nilo Pereira.
Segue o desdobramento a partir das matérias publicadas.
Carlos Barata escreveu: Prezados amigos museólogos e estudantes de Museologia, segue mensagem que foi enviada, por e-mail, pelo amigo Ormuz Barbalho Simonetti, Presidente do Instituto Norte-Rio-Grandense de Genealogia. Matéria será publicada em O JORNAL DE HOJE edição de sexta-feira dia 24/09/2010.
E-mail enviado a Carlos Costa, Presidente de COREM 4° Região (Conselho Regional de Museologia) por Magda Beatriz Vilela,Presidente COREM 2ª Região-RJ, ES e MG.
Prezado Carlos,
Encaminho o email que recebi a fim de que você possa tomar conhecimento do alerta/denúncia lançado pelo Sr. Ormuz Barbalho Simonetti, o qual me fora encaminhado pelo Prof. Carlos Barata. Não sei se terás como agir nesse caso em especial, pois me parece tratar-se de um caso onde há, nitidamente, a influência da política imunda de nosso país que tem força maior do que qualquer lei. Me senti na obrigação de repassar para você.
Desde já agradeço sua atenção.
De: Conselho Regional de Museologia
Data: 27 de setembro de 2010 20:31
Assunto: Re: URGENTE AO IBRAM: Grito de alerta - Ainda sobre o museu Nilo Pereira
http://www.youtube.com/watch?v=lE5lMb7DvNc O
VÍDEO ANEXO É UM ABSURDO (Carlos Barata)
Para: Conselho Regional de Museologia COREM
Cc: Mario Chagas, nascimento@iphan.gov.br, Julio Chaves , Olímpia , Raimundo Cova Figueiredo, Raimundo Cova Figueiredo, Raimundo Figueiredo, Ana Claudia dos Santos, Rafaela Caroline Noronha Almeida, caubarat@globo.com
Carlos,
Agradeço sua pronta resposta e também devido ao encaminhamento a quem possa, talvez, agir da melhor forma para salvaguardar esse patrimônio.
Att.
Magda Beatriz Vilela
Presidente COREM 2ªRegião-RJ, ES e MG
Em 26 de setembro de 2010 23:05, Carlos Costa, Presidente do Conselho Regional de Museologia COREM escreveu:
Prezada colega Magda Vilela,
De fato, trata-se de uma situação lamentável. Como bem observa, não sei se teremos como agir, frente aos parcos recursos que dispomos e as forças políticas que existem por trás da situação. Por outro lado, não nos parece que seja atribuição legal do sistema COFEM/COREMs, frente ao que versa os Arts. 7º e 8º da Lei nº 7.287/84. Tendo em vista dispormos de um instituto federal que trata de museus, encaminharei a situação ao IBRAM, através deste e-mail, especialmente ao Mário Chagas e ao Nascimento Júnior, para avaliarem a questão e indicarem um encaminhamento.
Cordialmente,
Carlos Costa.
Museólogo - COREM 1R 0211-I
Presidente do COREM 1R
Hoje quarta feira, estive no Solar João Galvão de Medeiros onde funciona o CEDOC, Centro de Documentação Cultural do Estado, órgão da Fundação José Augusto, mas infelizmente não fui autorizado a ter acesso ao acervo do Museu Nilo Pereira, que se encontra sob responsabilidade daquela Fundação. Fui informado que as peças estão bastante deterioradas e por isso, impedidas de serem vistas mesmo por pesquisadores, como no meu caso. Este acervo que até 2006 era guardado no Palácio da Cultura, hoje se encontra “armazenado” em precárias condições no Papódromo – Centro Administrativo, que funciona como depósito de coisas velhas e quebradas descartadas das diversas Secretarias do Estado do RN. Não tive acesso nem mesmo ao inventário das peças que lá se encontram, mas consegui a informação de que pelo menos o piano de calda, principal peça do acervo, com certeza não se encontra dentre as peças amontoadas naquele depósito. Sumiu, ninguém sabe, ninguém viu.
Faço aqui um apelo à Assembléia Legislativa para que abrace essa luta em favor do Museu Nilo Pereira, instaurando uma CPI - Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar devidamente o que vem realmente acontecendo, ao longo desses últimos anos com aquele patrimônio histórico e cultual. Temos conhecimento de que os recursos que são conseguidos com tantas dificuldades, terminam retornando às suas origens pela incompetência das autoridades responsáveis, que numa clara demonstração de descaso e falta de compromisso com a cultura de nosso Estado, passivamente, permitem que tais recursos retornem, por falta de utilização.
Apelamos para a Ordem dos Advogados do RN, a Academia de Letras do RN, a UFRN como também a Associação dos Jornalistas do RN, enfim a Sociedade Civil organizada, para se engajarem nessa luta e numa ação conjunta, possamos devolver ao povo do Rio Grande do Norte, o museu Nilo Pereira totalmente restaurado juntamente com o que ainda resta do seu antigo acervo, antes que o tempo e o descaso dessas autoridades se encarreguem de tornar impossível, o sonho de sua restauração.
AINDA SOBRE O MUSEU NILO PEREIRA – ENGENHO GUAPORÉ
Felizmente nosso grito de alerta teve ouvidos lá fora. Os dois artigos publicados neste periódico, “Vergonha” e “Grito de Alerta- Ainda sobre o Museu Nilo Pereira”, alcançaram o confrade Carlos Barata, Presidente do CBG - Colégio Brasileiro de Genealogia, com sede no Rio de Janeiro, Instituição a qual pertencemos desde 2008. O professor Carlos Barata ficou chocado com a atual situação do museu e principalmente com as imagens do vídeo que lhe enviei, onde vândalos aparece apedrejando o Museu Nilo Pereira.
Segue o desdobramento a partir das matérias publicadas.
Carlos Barata escreveu: Prezados amigos museólogos e estudantes de Museologia, segue mensagem que foi enviada, por e-mail, pelo amigo Ormuz Barbalho Simonetti, Presidente do Instituto Norte-Rio-Grandense de Genealogia. Matéria será publicada em O JORNAL DE HOJE edição de sexta-feira dia 24/09/2010.
E-mail enviado a Carlos Costa, Presidente de COREM 4° Região (Conselho Regional de Museologia) por Magda Beatriz Vilela,Presidente COREM 2ª Região-RJ, ES e MG.
Prezado Carlos,
Encaminho o email que recebi a fim de que você possa tomar conhecimento do alerta/denúncia lançado pelo Sr. Ormuz Barbalho Simonetti, o qual me fora encaminhado pelo Prof. Carlos Barata. Não sei se terás como agir nesse caso em especial, pois me parece tratar-se de um caso onde há, nitidamente, a influência da política imunda de nosso país que tem força maior do que qualquer lei. Me senti na obrigação de repassar para você.
Desde já agradeço sua atenção.
De: Conselho Regional de Museologia
Data: 27 de setembro de 2010 20:31
Assunto: Re: URGENTE AO IBRAM: Grito de alerta - Ainda sobre o museu Nilo Pereira
http://www.youtube.com/watch?v=lE5lMb7DvNc O
VÍDEO ANEXO É UM ABSURDO (Carlos Barata)
Para: Conselho Regional de Museologia COREM
Cc: Mario Chagas, nascimento@iphan.gov.br, Julio Chaves , Olímpia , Raimundo Cova Figueiredo, Raimundo Cova Figueiredo, Raimundo Figueiredo, Ana Claudia dos Santos, Rafaela Caroline Noronha Almeida, caubarat@globo.com
Carlos,
Agradeço sua pronta resposta e também devido ao encaminhamento a quem possa, talvez, agir da melhor forma para salvaguardar esse patrimônio.
Att.
Magda Beatriz Vilela
Presidente COREM 2ªRegião-RJ, ES e MG
Em 26 de setembro de 2010 23:05, Carlos Costa, Presidente do Conselho Regional de Museologia COREM escreveu:
Prezada colega Magda Vilela,
De fato, trata-se de uma situação lamentável. Como bem observa, não sei se teremos como agir, frente aos parcos recursos que dispomos e as forças políticas que existem por trás da situação. Por outro lado, não nos parece que seja atribuição legal do sistema COFEM/COREMs, frente ao que versa os Arts. 7º e 8º da Lei nº 7.287/84. Tendo em vista dispormos de um instituto federal que trata de museus, encaminharei a situação ao IBRAM, através deste e-mail, especialmente ao Mário Chagas e ao Nascimento Júnior, para avaliarem a questão e indicarem um encaminhamento.
Cordialmente,
Carlos Costa.
Museólogo - COREM 1R 0211-I
Presidente do COREM 1R
Hoje quarta feira, estive no Solar João Galvão de Medeiros onde funciona o CEDOC, Centro de Documentação Cultural do Estado, órgão da Fundação José Augusto, mas infelizmente não fui autorizado a ter acesso ao acervo do Museu Nilo Pereira, que se encontra sob responsabilidade daquela Fundação. Fui informado que as peças estão bastante deterioradas e por isso, impedidas de serem vistas mesmo por pesquisadores, como no meu caso. Este acervo que até 2006 era guardado no Palácio da Cultura, hoje se encontra “armazenado” em precárias condições no Papódromo – Centro Administrativo, que funciona como depósito de coisas velhas e quebradas descartadas das diversas Secretarias do Estado do RN. Não tive acesso nem mesmo ao inventário das peças que lá se encontram, mas consegui a informação de que pelo menos o piano de calda, principal peça do acervo, com certeza não se encontra dentre as peças amontoadas naquele depósito. Sumiu, ninguém sabe, ninguém viu.
Faço aqui um apelo à Assembléia Legislativa para que abrace essa luta em favor do Museu Nilo Pereira, instaurando uma CPI - Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar devidamente o que vem realmente acontecendo, ao longo desses últimos anos com aquele patrimônio histórico e cultual. Temos conhecimento de que os recursos que são conseguidos com tantas dificuldades, terminam retornando às suas origens pela incompetência das autoridades responsáveis, que numa clara demonstração de descaso e falta de compromisso com a cultura de nosso Estado, passivamente, permitem que tais recursos retornem, por falta de utilização.
Apelamos para a Ordem dos Advogados do RN, a Academia de Letras do RN, a UFRN como também a Associação dos Jornalistas do RN, enfim a Sociedade Civil organizada, para se engajarem nessa luta e numa ação conjunta, possamos devolver ao povo do Rio Grande do Norte, o museu Nilo Pereira totalmente restaurado juntamente com o que ainda resta do seu antigo acervo, antes que o tempo e o descaso dessas autoridades se encarreguem de tornar impossível, o sonho de sua restauração.
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
GRITO DE ALERTA - MUSEU NILO PEREIRA
CAROS AMIGOS E LEITORES. O "GRITO DE ALERTA" AO QUE PARECE JÁ COMEÇA A SURTIR ALGUM EFEITO, CHAMANDO A ATENÇÃO DAS AUTORIDADES RESPONSÁVEIS DESSE PAÍS. REPASSO E-MAIL QUE RECEBI DO PRESIDENTE DO COLÉGIO BRASILEIRO DE GENEALOGIA, PROFESSOR CARLOS BARATA, QUE ALIOU-SE A NOSSA LUTA.
---------- Mensagem encaminhada ----------
De: Conselho Regional de Museologia
Data: 27 de setembro de 2010 20:31
Assunto: Re: URGENTE AO IBRAM: Grito de alerta - Ainda sobre o museu Nilo Pereira - O VÍDEO ANEXO É UM ABSURDO (Cau Barata)
Para: Conselho Regional de Museologia COREM
Cc: Mario Chagas
Carlos,
Agradeço sua pronta resposta e também devido ao encaminhamento a quem possa, talvez, agir da melhor forma para salvaguardar esse patrimônio.
Att.
Magda Beatriz Vilela
Presidente COREM 2ª Região-RJ,ES e MG
Telefax: (21) 2233-2357
Em 26 de setembro de 2010 23:05, Conselho Regional de Museologia COREM
Prezada colega Magda Vilela,
De fato, trata-se de uma situação lamentável. Como bem observa, não sei se teremos como agir, frente aos parcos recursos que dispomos e as forças políticas que existem por trás da situação. Por outro lado, não nos parece que seja atribuição legal do sistema COFEM/COREMs, frente ao que versa os Arts. 7º e 8º da Lei nº 7.287/84. Tendo em vista dispormos de um instituto federal que trata de museus, encaminharei a situação ao IBRAM, através deste e-mail, especialmente ao Mário Chagas e ao Nascimento Júnior, para avaliarem a questão e indicarem um encaminhamento.
Cordialmente,
Carlos Costa.
Museólogo - COREM 1R 0211-I
Presidente do COREM 1R
---------- Mensagem encaminhada ----------
De: Conselho Regional de Museologia
Data: 26 de setembro de 2010 10:24
Assunto: Grito de alerta - Ainda sobre o museu Nilo Pereira - O VÍDEO ANEXO É UM ABSURDO (Cau Barata)
Para: corem1r@gmail.com
Cc: caubarat@globo.com
Prezado Carlos,
Encaminho o email que recebi a fim de que você possa tomar conhecimento do alerta/ denúncia lançado pelo Sr. Ormuz Barbalho Simonetti, o qual me fora encaminhado pelo Prof. Carlos Barata. Não sei se terás como agir nesse caso em especial, pois me parece tratar-se de um caso onde a há, nitidamente, a influência da política imunda de nosso país que tem força maior do que qualquer lei. Me senti na obrigação de repassar para você.
Desde já agradeço sua atenção.
Att.
Magda Beatriz Vilela
Presidente COREM 2ª Região-RJ,ES e MG
Museóloga responsável do Museu do IHGB - Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro
Telefax: (21) 2233-2357
Tel cel.: (21) 8182-7810---------- Mensagem encaminhada ----------
D
e: Cau Barata
Data: 23 de setembro de 2010 19:52
Assunto: Grito de alerta - Ainda sobre o museu Nilo Pereira - O VÍDEO ANEXO É UM ABSURDO (Cau Barata)
Para: Cau Barata
Grito de alerta - Ainda sobre o museu Nilo Pereira -
O VÍDEO ANEXO É UM ABSURDO (Cau Barata)
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Prezados amigos museólogos e estudantes de museologia,
segue mensagem que foi enviada, por e-mail, pelo amigo Ormuz Barbalho Simonetti, Presidente do Instituto Norte-Rio-Grandense de Genealogia.
Matéria será publicada em O JORNAL DE HOJE edição de sexta feira dia 24/09/2010
ORMUZ BARBALHO SIMONETTI (Presidente do Instituto Norte-Rio-Grandense de Genealogia e membro do IHGRN e da UBE-RN)
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
GRITO DE ALERTA - MUSEU NILO PEREIRA
ORMUZ BARBALHO SIMONETTI (Presidente do Instituto Norte-Rio-Grandense de Genealogia e membro do IHGRN e da UBE-RN)
GRITO DE ALERTA - AINDA SOBRE O MUSEU NILO PEREIRA
Semana passada novamente estive de passagem pelos escombros do museu Nilo Pereira, como sempre acontece quando retorno de minha chácara, e algo me chamou a atenção. Pude ver ao longe algumas barracas armadas junto ao muro do casarão, que se destacavam por serem de lona azul. Otimista, imaginei que podia está sendo iniciada a tão sonhada recuperação do casarão. A vegetação em volta havia sido podada dando a impressão que seria instalado um canteiro de obras.
Como tive notícia recente que havia sido alocada uma verba no valor de R$ 300 mil para as obras de recuperação do museu, não tive dúvidas: manobrei o carro e rumei pela estradinha de acesso e fui ver de perto o que me parecia ser o início das obras.
Quando me aproximei do local pude perceber o meu engano e logo a esperança se transformou em mais uma decepção. As barraquinhas que eu pensava tratar-se do início de um canteiro de obras eram a cobertura de um “refeitório” improvisado para os bóias-frias, contratados pela usina, que estavam trabalhando no plantio de cana-de-açúcar nas terras em volta do velho casarão.
Desci do carro, me aproximei das barracas que coladas ao muro estavam vazias. Fiz questão de registrar tudo com fotografias. Poucos metros ao lado do “refeitório” outra barraca foi armada para ser utilizada como latrina. Chamou-me a atenção um forte cheiro de fumaça que vinha da parte de trás da casa e resolvi investigar. No alpendre, em cima do piso de ladrilhos centenário, foi improvisado um fogão com trempe de pedras que havia sido utilizado recentemente. Ainda havia restos de lenha queimada e muita sujeira em redor.
Quando cheguei ao museu tinha esperança de encontrar pelo menos o local limpo e vigiado. Esta simples providência já inibiria a ação dos vândalos que por ali passam e sempre encontra um jeito de maltratar ainda mais aquele patrimônio cultural.
A minha maior preocupação com o Guaporé é que os novos donos da Usina, empresários de Fortaleza, que além de não ter nenhum compromisso com aquele monumento histórico, talvez não conheçam a história nem a importância do Guaporé. E isso deixa espaço para num ato de desatino ou ignorância, algum capataz da usina, querendo mostrar serviço ou agradar ao patrão, possa com suas máquinas pesadas, destruí-lo num abrir e fechar de olhos, alegando que “aquela casa velha” estava atrapalhando o plantio da cana; a distribuição dos canos para irrigação da área ou mesmo a movimentação dos tratores. Não é difícil conseguir motivos para justificar atos insanos.
Na tarde de 13 de março de 1979, foi entregue oficialmente a população, totalmente recuperado, o solar do Guaporé. A cerimônia foi presidida pelo governado do Estado do Rio Grande o Norte, Dr. Tarcísio de Vasconcelos Maia, que estava encerrando o mandato. Também compareceram o vice-governador Geraldo José Melo, o Prefeito do Ceará Mirim, Edgar Varella, o professor e acadêmico Onofre Lopes, presidente da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, o advogado e historiador Enélio Lima Petrovich, presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, o escritor e poeta Franco Jasiello, presidente da Fundação José Augusto, o escritor e poeta Homero Homem, os poetas e acadêmicos Diógenes da Cunha Lima e Sanderson Negreiros, ex-presidente da Fundação José Augusto, o Cônego Rui Miranda, vigário do Ceará Mirim, o deputado Ruy Pereira Júnior, o senador Aluísio Chaves, do Pará, os advogados Heitor Varella e Hélio Dantas, e tantas outras pessoas do povo que acorreram ao solar para prestigiar o grande acontecimento sociocultural.
No discurso de entrega, após sua restauração, o saudoso e visionário Nilo Pereira já prognosticava: “Se a casa não tiver uso, voltará à ruína”. Sábias palavras. Como podemos ver, não demorou muito para acontecer o que ele temia.
Em 1978 o ex-governador Geraldo José de Melo, então proprietário da Companhia Açucareira Vale do Ceará-Mirim- Usina São Francisco - a quem as terras pertenciam, repassou por comodato, a Fundação José Augusto e a Prefeitura de Ceará-Mirim pelo período de 99 anos, tempo máximo permitido, a área que compreende o antigo casarão e a casa de banhos. Tanto a Fundação José Augusto como a Prefeitura de Ceará-Mirim foram totalmente negligentes em suas responsabilidades permitindo que a situação chegasse a esse ponto.
Essa destruição e abandono das belas construções dos antigos engenhos de cana-de-açúcar no vale do Ceará-Mirim constitui-se em prática bastante comum. Basta ver o que resta do que outrora foram as casas grande dos engenhos Ilha Bela, fundado em 1888; Diamante, que teve sua casa grande derrubada logo após ter sido vendido pelos seus proprietários; a casa grande e a capela do engenho Cruzeiro; a casa grande do Barão de Ceará-Mirim; a do engenho Carnaubal, fundado em 1840; do engenho Capela, fundado em 1868; do engenho Oiteiro, fundado em 1889 e tantos outros engenhos que desapareceram totalmente da paisagem do vale.
Quem anda pela região do baixo vale, a todo instante descobre dentro da vegetação crescida, restos de chaminés dos antigos engenhos que vencidos pelo tempo não resistiram ao abandono dos herdeiros de seus fundadores. Melancólica visão. Outrora aquelas chaminés propiciavam rara beleza quando suas fumaças turvavam o azul do céu nas tardes preguiçosas nos períodos de moagem. O ar se enchia do cheiro doce que vinha tanto das casas de purgar onde o açúcar mascavo descansava nas formas de madeira, purgando “mel de furo”, como da bagaceira que secava nos pátios dos engenhos para alimentar as caldeiras. Eram esses engenhos responsáveis pelo enriquecimento da região que além de empregar centenas de famílias, davam charme e beleza a quem visitava o vale de Ceará-Mirim.
Esse “grito de alerta” sobre o museu Nilo Pereira tem como objetivo continuar denunciando o descaso das autoridades e também chamar a atenção para que algo urgente seja feito no sentido de, pelo menos, não permitir que se deprede ainda mais aquele patrimônio, para que haja tempo de aplicar os recursos conseguidos.
Estou fazendo a minha parte. Denunciarei todas as vezes que for necessário. Semanalmente estarei visitando o local e rogo a Deus e aos “homens de boa vontade e também de responsabilidade” que em breve possa transformar essas visitas que atualmente só trazem tristeza e decepção em visitas de esperança e júbilo.
Espero sinceramente que em muito breve, ao passar em frente ao casarão do Guaporé, possa visualizar ao invés de latadas e latrinas, pedreiros e restauradores trabalhando na recuperação daquele belo monumento, orgulho de todos Norte-Riograndense, principalmente os nascidos em Ceará-Mirim ou os que com eu, tomaram por sua, a bela terra dos verdes canaviais.
Natal 17 de setembro de 2010.
Vídeo de vândalos depredando o museu - youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=lE5lMb7DvNc
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