DISCURSO PROFERIDO POR ORMUZ BARBALHO SIMONETTI, PELA COMEMORAÇÃO DO PRIMEIRO ANO DO INRGIlustríssimo Senhor Escritor Jurandyr Navarro da Costa, presidente da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras Jurídicas, em nome de quem cumprimentamos os demais membros da mesa, já referidos no cerimonial.
Estimados associados deste Instituto, Minhas Senhoras e meus Senhores:
Um dia eu tive um sonho. Sonhei que poderia criar em nosso Estado, uma casa de cultura, onde genealogistas, historiadores e pesquisadores de nossa história, pudessem se encontrar e dividir suas experiências e informações.
Esse sonho começou a se realizar, quando em uma das minhas visitas ao gabinete do Conselheiro Valério Mesquita, grande incentivador da cultura em nosso Estado, tive o prazer de conhecer, em um encontro promovido por ele, um jovem pesquisador, o genealogista e historiador e também seu conterrâneo, Anderson Tavares.
Começava naquele instante uma parceria de sonhos e idéias que vieram a culminar na criação do INRG. Ao lhe confidenciar minhas pretensões, encontrei nele a força que precisava para realizar a difícil tarefa que estava por vir.
No início de setembro de 2009, recebemos um convite para participar do I Encontro Norte-Rio-Grandense de Genealogia que se realizaria na cidade de Caicó-RN. Esse encontro seria promovido pelo Prefeito da cidade Sr. Bibi Costa, também um apaixonado pela genealogia, que ao lado de seu irmão Sinval Costa, se dedicam há vários anos a destrinchar e organizar as ligações genealógicas das famílias do Seridó, da qual fazem parte.
Fomos, eu e Anderson, ao encontro do também pesquisador Arysson Soares, que ao lado do prefeito Bibi, organizava esse evento. Após algum tempo de conversa, ficou decidido que a criação do INRG, que estava prevista para o final de outubro, deveria acontecer antes do encontro de Caicó, para que pudéssemos, durante o evento, anunciar a criação do Instituto e oportunizar aos vários pesquisadores presentes, a participarem da Instituição.
E assim, uma semana depois, no dia 17 de setembro de 2009, em reunião realizada aqui nessa casa, que atualmente ainda é nosso endereço provisório, foi criado o INRG.
A Assembléia foi aberta pelo presidente da Casa, professor Diógenes da Cunha Lima, que em seguida nos passou o comando dos trabalhos. Dando continuidade à cerimônia, fizemos a composição da mesa com os pesquisadores Arlyson Soares, Anderson Tavares e Bibi Costa, eleitos naquela ocasião para formarem uma diretoria provisória.
Tivemos a assessoria do escritor e advogado, membro da Academia Norte Rio-Grandense de Letras Jurídica, Dr. Carlos Roberto de Miranda Gomes, que assessorou o primeiro secretário, Anderson Tavares na elaboração da Ata de Criação do Instituto. Desde essa data o Dr. Carlos Gomes, tornou-se o nosso grande esteio, no intrincado e difícil caminho que tivemos que percorrer para levar a frente nossas pretensões, inclusive cedendo o seu escritório para as reuniões do Instituto e elaborando a minuta do nosso Estatuto, que foi aprovado após convocação dos sócios, na forma da lei.
Na ocasião da fundação e da aprovação do Estatuto, tivemos o prazer de contar com a presença de diversos intelectuais: genealogistas, escritores e historiadores, que nos prestigiaram com suas presenças naqueles momentos históricos, tornando-se sócios fundadores, da mais nova Instituição cultural de nosso Estado.
Durante o evento de Caicó, já comparecemos com a existência do Instituto e na condição de seu Presidente e ficamos certos de que todo aquele esforço havia valido a pena. Tivemos o prazer de presenciar e compartilhar com o entusiasmo dos que lá compareceram, tanto os pesquisadores de nosso Estado como os convidados dos estados de Pernambuco e do Ceará.
Foram dois dias que transcorreram num clima de total harmonia e dedicação, tanto de ouvintes como de palestrantes. Durante as palestras, foram feitos vários apartes pelos presentes, numa clara demonstração do interesse pelo tema, como também pelo total envolvimento dos participantes.
Ainda não nos foi possível a realização de grande parte do que desejamos, em virtude das dificuldades, que a todo instante tivemos que enfrentar. Mas temos com um dos nossos principais objetivos a criação de algumas representações, espalhadas pelo nosso estado, a partir da região do Seridó, grande celeiro de genealogistas e historiadores.
Para que os senhores tenham uma vaga idéia, o simples registro do nosso Instituto transformou-se em uma verdadeira via-crúcis. A cada passo que dávamos no sentido de vencer as exigências impostas, éramos surpreendidos com mais um obstáculo a ser transposto.
Na repartição cartorária, fomos sistematicamente obstaculizados, pois se insistia na prosaica exigência para que apresentássemos, dentre os vários documentos exigidos por Lei, pasmem, dois “originais” da Ata de Fundação, como se isso fosse possível.
Nossas explicações não foram suficientes para demover a exigência. Fizemos o possível para que se entendesse que “original” refere-se apenas de uma única coisa. Se tivesse perdido alguns minutos recorrendo a qualquer dicionário, poderia ter evitado todo nosso sofrimento. Lá pode ser encontrada com facilidade a palavra Original, descrita da seguinte maneira: “Que foi feito pela primeira vez, em primeiro lugar, sem ser copiado de nenhum modelo”.
Mais uma vez nos valemos dos conhecimentos jurídicos do Dr. Carlos Gomes que nos orientou a recorrer a Corregedoria Geral de Justiça, por também já ter sido vítima nesse mesmo cartório, de exigência semelhante, quando tentava registrar a ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DO INSTITUTO INTERNACIONAL DE NEUROCIÊNCIAS.
Fomos gentilmente recebidos pelo Juiz Dr. Bruno Bezerra, que fez as anotações devidas, se comprometendo a resolver o assunto tão logo retornasse a Natal o Desembargador João Rebouças. Felizmente tivemos êxito em nossa reclamação, e no dia 22 de junho de 2010, foi baixado pelo Desembargador João Rebouças, Corregedor Geral de Justiça, o Provimento 57, que passou a dirimir todas as possíveis dúvidas quanto à documentação exigida, por ocasião do Registro Civil das Pessoas Jurídicas.
Tal situação gerou comentários no meio jurídico, tanto que o Setor de Comunicação do Tribunal de Justiça produziu uma matéria jornalística sobre o assunto, onde fomos entrevistado e durante a entrevista tivemos a oportunidade de relatar todo o acontecido. Dias depois a matéria foi veiculada na TV Câmara Estadual e na TV Justiça a nível nacional.
Estamos vencendo com tenacidade todos os obstáculos que se apresentam. E hoje, para a surpresa de alguns que não acreditavam e até debochavam de nossa capacidade de prosseguirmos com o esse objetivo, comunicamos que vencemos.
Há exatamente um ano atrás, estava sendo eleita para gerir a mais nova instituição cultural de nosso Estado, uma Diretoria formada por homens responsáveis e abnegados, que tinham e têm como único objetivo, contribuir para o melhoramento e engrandecimento da nossa cultura.
No mês de junho, encomendamos ao artista plástico Levi Bulhões, aqui presente, que criasse um Brasão para o nosso Instituto. Dois meses depois, o artista nos apresentou o modelo aqui exposto. É um dos mais belos Brasões de toda a heráldica que conheço.
No sublime momento de criação o artista esmerou-se. Colocou o sol simbolizando nossa cidade conhecida internacionalmente como “Cidade do Sol”. O mar, as nossas belas praias e a jangada, representam os nossos destemidos pescadores. As pirâmides de sal com o moinho de vento, a mais antiga fonte econômica de nosso Estado e ainda a manutenção do título de maior produtor de sal do mundo. Os coqueiros, a carnaúba e a cana-de-açucar, são nossa riquezas agrícolas. A bela flor de algodão mocó com os dois capulhos, além da agricultura, representam também a região do seridó. As cores utilizadas são da nossa bandeira.
Tudo isso harmonicamente disposto dentro das linhas da Fortaleza dos Reis Magos, o maior símbolo de nossa Cidade, tendo como complementos o monitor de um computador representando a modernidade e o teclado, que transformado em um livro, representa as principais fontes da pesquisa dos registros genealógicos. Ao final a complementação de uma faixa com o nosso lema: AD PERPETUAM FAMILIAE MEMORIAM. Daqui por diante, esse belo brasão será definitivamente nossa identidade visual.
No dia 17 de julho de 2010, finalmente conseguimos por força judicial, o registro do Instituto Norte-Rio-Grandense de Genealogia, em seguida a nossa inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas-CNPJ.
No dia 27 de agosto último, entramos com a documentação para que o INRG seja reconhecido como de utilidade pública estadual, através do Deputado Fernando Mineiro e no dia 30 do mesmo mês, entregamos no gabinete do vereador Franklin Capistrano, a mesma documentação para o reconhecimento da utilidade pública a nível municipal. No momento oportuno, faremos o mesmo para torná-lo também de utilidade pública federal.
Hoje comemoramos um ano da realização daquele sonho e temos a certeza, que também era um sonho acalentado por muitos anônimos genealogistas e pesquisadores de nossa história, espalhados por todo o nosso Estado.
Temos a profunda gratidão pelo apoio de todos vocês e a certeza que doravante vamos preparar um plano de trabalho para o desenvolvimento das nossas atividades culturais, já registrando que em outubro estaremos participando do III Encontro de Escritores do Rio Grande do Norte, promovido pela UNIÃO BRASILEIRA DE ESCRITORES/RN, atualmente presidida pelo escritor Eduardo Gosson, Entidade à qual nos filiamos pela identidade de propósitos.
Com tais considerações somente temos motivos para comemorar.
Certos de que continuaremos a contar com o apoio de todos, deixamos aqui o nosso abraço e as expressões do nosso apreço e consideração.
Muito OBRIGADO.